Resenhas

The Anthropocene Extinction

Cattle Decapitation

Avaliação

8.5

Temos o oitavo álbum dos estadunidenses do Cattle Decapitation, essa banda formada em 1996. The Anthropocene Extinction foi lançado em 2015 e é uma ótima pedida para quem curte um Grindcore com pitadas de diversos elementos, além de muita técnica dos músicos.

Originalmente lançado em 7 de agosto de 2015 via Metal Blade, “The Anthropocene Extinction” ganhou uma versão brasileira em slipcase, através do selo Wreck Your Neck e com isso, é uma grande oportunidade de o público tupiniquim conhecer melhor a banda. Particularmente, eu não conhecia esse quarteto de San Diego, Califórnia, e as impressões foram as melhores possíveis.

Este foi o primeiro disco do “Cattle Decapitation” a figurar na “Billboard 200“, chegando à centésima posição e chegando em 5° em duas sub-categorias da mesma Billboard: na de álbuns independentes e na “Top Hard Rock Albuns“; chegou à 22ª posição no chart britânico, na categoria “UK Independent Albuns” e na Alemanha figurou na 88ª posição. Bons números, principalmente por se tratar de uma banda extrema, que não costuma ser muito popular entre o grande público.

No disco anterior, “Monolith of Inhumanity“, a banda tratou na parte lírica do futuro do planeta, caso esse mesmo estilo de vida seja mantido (a galera do Brasil que apoia o atual dublê de presidente e que discorda do aquecimento global certamente irá apontar o dedo para a banda, a chamando de comunista, lacradora e alguns mais alienados irão dizer que eles, americanos, são influenciados pela TV Globo). Neste disco, os caras tratam dos resultados catastróficos da ação predatória do homem na Terra, como por exemplo a grande mancha de lixo que assola a região central do Oceano Pacífico.

O álbum foi gravado, mixado e masterizado no estúdio “Flatline Audio“, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2015, tendo Dave Otero responsável pela produção, gravação, mixagem e masterização. A arte da capa é assinada por Wes Benscoter. Vamos passear pelas doze faixas que compõem esse play:

Manufactured Extinct” tem uma introdução longa e a música se desenvolve com um peso absurdo, aliado a passagens atmosféricas e também inserções de blastbeats aqui e acolá. O momento do solo é bem interessante, pois a bateria acompanha em uma velocidade inacreditável, enquanto o solo é bem melódico, parece que cada músico está tocando uma música diferente. Mas ficou interessante esse mescla.

The Prophets of Loss” começa veloz e brutal, alternando com partes mais progressivas, mas sem perder a fúria. Mais uma vez lá blastbeats se destacam aqui. Os riffs de guitarra também são de tirar o fôlego: pesados e intrincados. Temos a participação de Phil Anselmo ajudando a abrilhantar ainda mais a música. “Plagueborne” flerta com o Grindcore e mantém o peso e a brutalidade, com a quebrada no andamento, que inclui até mesmo vocais melódicos.

Em “Clandestine Ways (Krokodil Rot)” os caras se superam na brutalidade, onde peso e velocidade casam e novamente temos uma levada de bateria veloz, contrastando com o solo mais cadenciado. O ódio tirado de suas vísceras prossegue com “Circo Humanitas“, onde temos mais peso e velocidade da luz, com uma quebra no andamento aqui e acolá, novamente com inclusão de vocais limpos.

The Burden of Seven Billions” é uma breve intro com pouco mais de um minuto que serve como uma trégua dos caras depois de tanto massacre sonoro. Massacre esse que logo retorna com “Mammals in Babylon“, que mistura o poderio do Grindcore com partes mais modernas quando a velocidade sai um pouco de cena. “Mutual Assured Destruction” é curta e grossa, com menos de três minutos nos brinda com riffs rápidos e pesados, e a bateria de David McGraw que simplesmente não pára.

Not Suitable for Life” começa com uma velocidade anormal e segue assim por cerca de um minuto, quando há uma brusca mudança de andamento que dura poucos segundos, pois logo logo a quebradeira retorna com tudo, até o retorno da parte atmosférica, que encerra a faixa. Essa foi a música que mais me chamou atenção em todo o play. “Apex Blasphemy” combina a velocidade do Grindcore com inserções mais Progressivas, tudo isso sem deixar de ser brutal.

A parte final do álbum se aproxima e temos “Ave Exition” nos dá uma nova trégua, em uma música bem calma, com boas harmonias, porém, muito sombria. Quem toca bateria aqui nessa faixa é o vocalista/ tecladista Travis Ryan. E “Pacific Grim” retorna com a brutalidade que se manteve presente durante todo o play e encerra brilhantemente um disco que não tem piedade alguma e é um verdadeiro massacre sonoro. Aqui nesta derradeira faixa, as partes mais arrastadas soam ainda mais violentas do que as rápidas. Belos riffs estão presentes aqui.

Em 46 minutos temos um disco coeso, pesado, técnico e com variadas passagens, feito por músicos com um talento bem acima da média. Indicado para os fãs que gostam de música extrema e ao mesmo tempo, técnica.

Faixas:
01 – Manufactured Extinct
02 – The Prophets of Loss
03 – Plagueborne
04 – Clandestine Ways (Krokodil Rot)
05 – Circo Humanitas
06 – The Burden of Seven Billions
07 – Mammals in Babylon
08 – Mutual Assured Deatruction
09 – Not Suitable for Life
10 – Apex Blasphemy
11 – Ave Exition
12 – Pacific Grim

Formação:
Travis Ryan – vocal/ teclado/ bateria em “Ave Exition
Josh Elmore – guitarra
David McGraw – bateria
Derek Engemann – baixo/ backing vocal

Participações especiais:
Phil Anselmo – vocal em “The Prophets of Loss
Tristan Shone – programação em “Plagueborne
Jürgen Bartsch – vocal recitado em “Pacific Grim