Resenhas

The Devils

Belphegor

Avaliação

9.0

A palavra para resumir “The Devils”, novo álbum do Belphegor, é consistente. Sem rodeios ou malabarismo para opinar sobre o trabalho dos austríacos que trazem o black metal há tempos para a berlinda. Assim o grupo têm permanecido, sempre muito elogiado por seus trabalhos nos seus 31 anos de existência e demonstrando uma evolução constante.

A faixa “Totentanz – Dance Macabre” é um exemplo claro disso, com um refrão que gruda em sua cabeça de forma avassaladora. Tudo isso somado a riffs que parecem terem sido compostos pelo próprio cramunhão e com os blast beats de bateria de tirar o fôlego.

“Glorifizierung des Teufels” quebra totalmente com esta estética, levando o ouvinte para um clima mais circunspecto e com guitarras limpas. Cânticos infernais estão presentes, dando o clima de medo e terror característico.

Conforme vamos avançando as faixas, vemos a variação proporcionada pela criatividade do grupo. Ao me deparar com “Virtus Asinaria – Prayer” noto uma mudança de cadência e uma diferenciação considerável na intensidade de andamento da melodia. Tudo soa mais etéreo, como algo saído de uma grande conjuração demoníaca e ritual.

Mas o ápice chega em “Creature of Fire”, que começa com tambores tribais e depois tem um vocal feminino com lamúrias que cortam sua alma, lembrando algo que venha do Oriente Médio. Uma mistura que garante um novo vislumbre para a sonoridade do Belphegor.

Na minha percepção, creio que alguns fãs mais tradicionais da banda podem torcer o nariz e rejeitar estas novas incursões em diferentes inspirações. Mas para quem é ávido por sair da mesmice, creio que este seja um álbum importante e um marco na carreira do grupo.

O Belphegor ainda soa sombrio e tenebroso, como uma boa banda de black metal tem que ser. Mas não abrindo mão de deixar sua própria marca e atingir um novo patamar.