Resenhas

The Eye is a First Circle

Calligram

Avaliação

8.0

O CALLIGRAM é um quinteto multinacional, formado por dois brasileiros, um francês, um inglês e um italiano e no primeiro momento pode até causar curiosidade em ver uma banda com tantas nacionalidades e culturas diferentes, é uma baita de uma surpresa quando apertamos o play para escutar o disco de estreia da banda, “The Eye is a First Circle”.

Os caras fizeram uma aposta um tanto quanto ousada: misturar elementos de Black Metal com Hardcore, fazendo com que a junção destes dois estilos tão distantes entre si, soassem de maneira satisfatória. Outro diferencial da banda foi abrir mão do inglês em suas letras; elas foram completamente escritas em italiano, idioma dominado pelo vocalista Matteo.

Formada em 2011, os caras lançaram antes dois EPs: um em 2016 e o segundo em 2018. Dando sequência ao rito de lançar trabalhos a cada dois anos (N.do R: que acredito ter sido nada mais do que uma mera coincidência), o sombrio ano de 2020 marca a chegada do Full-Lenght deste quinteto. Então sem mais delongas, vamos destrinchar as oito faixas deste play:

A abertura se dá com “Carne”, que nos assusta com riffs poderosos de sua intro, se desenvolve com muitas mudanças de andamento, tendo partes densas e atmosféricas, blast-beats e até mesmo influência core. Uma boa impressão.

“Serpe” é um Death/Black que soa como uma verdadeira paulada no pé do ouvido, com ótimos riffs, perfeitamente audíveis e claro, os blast-beats não podem faltar, além da quebra no andamento, trazendo novamente aquele clima atmosférico, antes de a pancadaria terminar a música em grande estilo.

“Vivido Perire” apesar da intro bem tosca, se desenvolve bem com a inclusão de riffs poderosos e a combinação da sonoridade Black às batidas core, em uma música curta e direta. “La Cura” alterna entre atmospheric e o mais pútrido Black Metal. No finalzinho desta, os caras incorporam a pegada Core, o que deixa a faixa mais interessante.

“Kenosis” começa com a podridão sonora, mas depois fica arrastadona e muito pesada, soando quase Doom Metal, sendo eleita por este redator que vos escreve como uma das melhores do play.

“Anedonia” tem três dos seus seis minutos de uma intro um tanto quanto medonha, mas a metade final é ditada de uma verdadeira quebradeira sonora, onde a bateria core novamente assume o protagonismo e a banda mudando o andamento ao seu final, trazendo novamente um clima bem atmosférico.

“Pensiero Debole” é uma introdução com pouco mais de um minuto e serve de ponte para a faixa final, “Un Drama Vuoto” e Insanabile chega com suas diversas mudanças de andamento, como foi a proposta da banda durante esta audição. E os caras viajam em partes atmosféricas, as melhores desta música, onde os riffs se destacam, também pelo Black Metal violento associado com as partes core.

Em 35 minutos temos um disco muito acima da média e que com certeza vai despertar o interesse entre fãs de Metal Extremo, porém moderno. Em certos momentos, nos lembra o melhor de bandas como ANAAL NATHRAK, por exemplo, mas aqui os caras tiveram a grande sacada de incluir elementos do Hardcore em sua sonoridade. Uma bela estreia e ficamos na expectativa para que a banda possa nos brindar com materiais da mesma qualidade ou ainda melhor.

Faixas:

01 – Carne

02 – Serpe

03 – Vivido Perire

04 – La Cura

05 – Kenosis

06 – Anedonia

07 – Pensiero Debole

08 – Un DrammaVuoto e Insanabile

Formação:

Smittens – Baixo
Ardo Cotones – Bateria
Bruno Polotto – Guitarr
Tim Desbos – Guitarra
Matteo Rizzardo – Vocal