Resenhas

The Speed of Light

Madre Sun

Avaliação

9.0

Tenho que dar os parabéns ao Madre Sun por um disco que deixa claro dois aspectos: O primeiro é que números não são nada em termos de visibilidade, pois no momento em que está sendo redigida esta resenha o perfil da banda no Instagram (uma das redes sociais de maior acesso mundial) possui quase dois mil seguidores, uma injustiça ao meu ver pelo nível e esforço deste EP. O segundo, é sobre aquela velha e mentirosa frase “o rock morreu”. Três brasileiros e um estrangeiro lançam um disco no meio de uma pandemia. Se isso não é “estar vivo”, eu não sei o que é.

Ao ouvir o álbum, qualquer roqueiro notará a “mistureba” (no bom sentido) de estilos. Seja de uma forma mais hard ou clássica.

Madre Sun aposta no riff simples. “Black River” abre o EP com uma música forte. Canção que deixa o ouvinte curioso para saber o que virá na sequência. Dá pra sentir essa faixa de abertura sendo usada como uma música de trabalho, por exemplo.

“Trick Up The Sleeve” meio hard com picos harmônicos. Mais uma vez a voz “gritada” e marcante, como se estivéssemos no próprio show da banda. Passa a impressão que ao menos se tentaram induzir esta sensação e conseguiram. Ela vem juntamente com um clipe que pode ser visto no canal da banda no YouTube. Inclusive lá também estão alguns vídeos de versões acústicas das músicas deste trabalho.

O disco começa ótimo e dá uma equilibrada na terceira faixa “Speed of Light”. Apesar de animada, faltou algo no começo que chamasse mais a atenção. O refrão é bom, daqueles que grudam na cabeça, e também possui um clipe.

“Our Way” abre com um “rococó” típico. Uma das que eu mais gostei, e como ‘extra’ um pequeno solo no final que se encaixa na música. Acredito que essa ideia de gravar fora do país e ter um integrante que não é brasileiro, possibilitou um intercâmbio que produziu um disco tão chamativo.

E para fechar a conta, “Puzzle”! Música que mantém a mesma maneira de tocar do EP do começo ao fim. Parece que os caras entraram no estúdio, jogaram todas as suas raivas dentro dos instrumentos e gravaram. O resultado foi este trabalho forte e poético.

Formação:

Eduardo Cavina – vocal, baixo

Matt Cavina – vocal, guitarra

Flipi Stipp – bateria

Tyson Schenker – guitarra

Confira a recente entrevista do site Headbangers News com o vocalista e baixista Eduardo Cavina sobre este trabalho e outros assuntos relacionados à banda.