Resenhas

Timeless

Viper

Avaliação

8.5

Após sofrer alguns atrasos em sua data de lançamento, finalmente saiu na última sexta-feira, 3, via Wikimetal Records, “Timeless”, o mais novo álbum do Viper. Em 38 anos de existência, alguns períodos de hiato, e de volta a ativa nos últimos 11 anos, sendo esse o maior período de atividade contínua da banda, esse é apenas o 7° álbum da discografia desta que é mais que uma banda, é uma instituição do Metal nacional.

E já estava na hora de o Viper voltar a nos brindar com um novo álbum, uma vez que desde “All my Life” (2007), a banda não lançava material inédito. Tudo bem que neste intervalo de 16 anos, tivemos uma linda turnê com Andre Matos que resultou no CD/ DVD “To Live Again: Viper Live in São Paulo“. Para a produção, Maurício Cersosimo (Avril Lavigne, Paul McCartney) foi o responsável, tendo o ex-integrante Val Santos atuando na co-produção. A capa, bela, por sinal, 3 assinada pela artista Fernanda Victorello.

O álbum marca as estreias do competentíssimo vocalista Leandro Caçoilo e do guitarrista Kiko Shred, e também do baterista Guilherme Martin, que pela terceira passagem na banda, ainda não havia gravado nenhum álbum. Os três já estão há algum tempo se já apresentam no Viper, juntamente aos fundadores, o guitarrista Felipe Machado e o baixista Pit Passarell. Aliás, Pit, que também acumulou a função de vocalista da banda nos anos 1990, voltou a cantar aqui em “Timeless“, na bela “The Android“, que resgata a fase mais Punk dos paulistanos, entre os álbuns “Evolution” e “Coma Rage“.

Timeless” é recheado de participações especiais, que só engrandeceram ainda mais o play: os ex-membros Hugo Mariutti e Yves Passarell, além do baixista Daniel Matos, irmão do eterno vocalista Andre Matos. O título não poderia ser mais apropriado: em português, timeless significa “eterno” e o fato de a banda ter convidado alguns de seus antigos membros mostram que eles têm essa preocupação de eternizar quem um dia fez (e continua a fazer, mesmo à distância) parte da família Viper.

Temos 11 faixas espalhadas em 52 minutos, onde, de novo trazendo o conceito do eterno, o Viper traz um pouco de todas as fases vividas pela banda, como por exemplo em “Under the Sun“, que já é conhecida da galera, onde os elementos sinfônica do período com Andre Matos são resgatados. “Freedom of Speech“, outra também já manjada por todos, agrada pela sua modernidade. A faixa título é a melhor disparada do disco, com seus riffs cavalgados, um baita Power Metal. “Angel Heart” é bem radiofônica, trazendo um refrão que gruda como chiclete, “The War“, com seus quase dez minutos, é a canção mais longa da história da banda, e “Thais” uma bela homenagem para a saudosa esposa de Pit, que nos deixou em 2019.

A produção é boa, os músicos fizeram um ótimo trabalho, os estreantes estão de parabéns. Leandro Caçoilo é um vocalista acima da média e ter um registro em um álbum do Viper é uma coroação merecida em sua carreira. Kiko Shred é um virtuose, Guilherme Martin pôde deixar sua marca na discografia da banda. E quanto a Felipe Machado e Pit Passarell… Bem, esses dois são lendas vivas do Heavy Metal, já estão eternizados entre os imortais do nosso estilo favorito. Como é bom ter o Viper de volta, lançando mais um álbum. E eles seguem deixando um legado maravilhoso.