Resenhas

Unhealthy Mechanisms

Go Ahead And Die

Avaliação

8.0

Como quase tudo que tem a mão de Max Cavalera, o Go Ahead And Die é mais um projeto agressivo, pesado e com muita qualidade. Com a adição de Igor Amadeus Cavalera no baixo, guitarra e vocais e Johnny Valles na bateria, seu segundo álbum chega sob o título de “Unhealthy Mechanisms” nesse dia 20 de outubro pela Nuclear Blast / Shinigami no Brasil. Após um primeiro álbum muito coeso e viciante, o segundo trabalho tende a ser mais bem construído, sendo uma evolução natural sem perder toda a sua graça. Se tem Cavalera no nome, dificilmente sairá algo abaixo do padrão, então vamos para a resenha com grandes expectativas.

O primeiro gostinho do novo álbum chegou com “Tumors“, um cartão de visitas brutal que despertou a curiosidade do que estava por vir. A influência do Hardcore/Punk é nítida, com algumas passagens tocadas de forma não convencional, fora do tempo e com um certo desleixo proposital. Exemplos disso são encontrados em faixas como “Split Scalp“, “Cyber Slavery” e “No Easy Way Out“, essa ainda conta com momentos voltados ao Thrash, mas que não são predominantes.

Uma pegada mais técnica também aparece durante a audição, onde riffs mais precisos e mudanças de andamento são mais notáveis. Perceba isso em “Desert Carnage“, “M.D.A. (Most Dangerous Animal)” e “Blast Zone“, que tem seu destaque na bateria de Valles, a qual apresenta ótimos momentos nos bumbos duplos e nos blast beats pontuais.

A faixa mais experimental é “Chasm“, onde elementos mais artificiais aparecem durante a ponte, criando uma atmosfera mais melódica que lembra outro projeto em que Max participa, o Killer Be Killed.

A faixa-título, que fecha o álbum, é puxada para algo mais técnico também, com uma alternância de compasso mais bruta onde os riffs velozes contrastam com outros mais cadenciados e pesados de forma brilhante. A bateria é um show a parte, comanda todo o andamento de forma brilhante e até onde parece estar fora do tempo fica perfeita.

O que é apresentado no segundo álbum é uma roupagem um pouco menos sujo do que o álbum de estreia, com uma mixagem mais clara e definida, soando um pouco menos underground. Ainda que a banda seja claramente de Igor, o destaque vai para Max, pois sem ele não haveria a atenção que a banda tem desde seu primeiro lançamento. Digamos que ele é o coadjuvante que leva o Oscar pra casa ao invés do ator principal. Enfim, uma evolução para com o primeiro trabalho, adicionando mais elementos e melhorando a qualidade de gravação, ou seja, subindo aquele degrau necessário em uma segunda amostra.

Tracklist:

1. Desert Carnage
2. Split Scalp
3. Tumors
4. Drug-O-Cop
5. No Easy Way Out
6. M.D.A. (Most Dangerous Animal)
7. Chasm
8. Cyber Slavery
9. Blast Zone
10. Unhealthy Mechanisms