Resenhas

Unleash the End

INFESTATIO

Avaliação

7.5

Enquanto aguardamos pelo final da pandemia, ou ao menos, por uma possibilidade de retornarmos a normalidade, nos deparamos com um lançamento bem interessante, que vale a pena dar aquela conferida, ainda mais pelo fato de não estarmos na correria do dia a dia, E assim nos deparamos com esta obra “Made in Brazil”.

Temos aqui o álbum da veterana banda paulistana INFESTATIO. Comemorando 20 anos de carreira, este duo de Jundiaí, formado pelo vocalista e guitarrista Rafael Neves e pelo baterista Caio Picollotto, nos brinda com “Unleash the End”, em que temos um Thrash Metal por vezes tradicional, mas com inserções de diversas vertentes do Heavy Metal e soando bastante contemporâneo.

Contando com diversos convidados, como as vocalistas Fernanda Lyra e Danni Azevedo, além dos guitarristas Gabriel Wintter, Rodrigo Quiñonese, Renato Jafet, além do baixista Cristiano Dafré, o play será lançado no dia 01/09, mas já temos em mão uma cópia para escutar e fazer essa resenha.

A dupla gravou e mixou o álbum no Wink Estúdio, na cidade de São Paulo, com Caio Picollotto na produção, gravação, mixagem e masterização. Sem mais delongas, vamos destrinchar cada uma das oito faixas presentes aqui:

“Blinded” tem riffs poderosos e arrastados e a escolha dos timbres da guitarra foi excelente. Belo início. Já “Manikind Demise” é um Thrashão que faz o ouvinte desavisado achar que se trata de alguma banda da Bay Área, mas não, o som é brazuca mesmo. E com a participação da maravilhosa Fernanda Lyra, deixando a música ainda mais nervosa (com perdão do trocadilho com o nome da ex-banda da moça).

“Storm Knights” do alto de seus oito minutos tem muitos andamentos, que vão desde partes harmônicas em sua intro até influências da NWOBHM. Uma boa canção. “Requiem” é uma música bem complexa, com uma introdução bem empolgante e a música vai se desenvolvendo com riffs intrincados, muito bons. Os caras são bons quando o assunto é palhetada.

“Agony” é o grande destaque do play, em uma música com mais de seis minutos de duração, com muitas partes diferentes e até uma certa dose de melodia, abrilhantados ainda mais com os doces vocais de Danni Azevedo. “Jeff” tem uma levada Thrash que nos remete ao SLAYER da fase “South of Heaven”, porém, mais moderno e com espaço ainda para um solo bem melódico.

“Leeches” traz novamente riffs muito bons, com uma pegada visceral e algumas passagens atmosféricas, além de um baixista bem inspirado. “Shadowless” é a faixa derradeira e ela vai se desenrolando em partes rápidas e mais cadenciadas que vão intercalando-se com mais riffs, completamente bem estruturados.

Em pouco mais de 45 minutos temos um bom álbum, a produção é boa, porém, poderia ter deixado o som mais robusto, com mais peso, ainda que o resultado final não comprometa o todo. E o que nos deixa com mais orgulho é que se trata de uma banda nacional, que nada fica a dever ao que é produzido lá fora.

Faixas:

01 – Blinded
02 – Mankind Demise
03 – Storm Knights
04 – Requiem
05 – Agony
06 – Jeff
07 – Leeches
08 – Shadowless

Formação:

Rafael Neves – Vocal/Guitarra
Caio Picollotto – Bateria