Resenhas

Walk the Sky

Alter Bridge

Avaliação

9.0

São 15 anos de estrada. Sexto disco de estúdio. Uma formação sólida. Muita, mas muita qualidade. Myles Kennedy, Mark Tremonti, Brian Marshall e Scott Phillips, o Alter Bridge. Banda que parece já ter nascido clássica e a cada lançamento vem mostrando que a permanência em destaque não é sem motivo. Como de costume, após três anos a banda traz seu novo trabalho, “Walk the Sky” é o garoto da vez, e mais uma vez a banda acerta em cheio no que nos entrega, mesmo que dessa vez as surpresas não sejam tantas como em outros momentos, ainda assim, o alto nível que o grupo vem apresentando continua impresso ali.

Um breve interlúdio é quem abre o disco, “One Life” vem dar as boas vindas ao ouvinte e deixa só o caminho aberto para o espetáculo começar. “Wouldn’t You Rather” já conhecida do público, é quem coloca os motores para funcionar e o faz muito bem. A faixa é uma dose perfeita de peso, melodia e harmonias muito bem colocadas. Os riffs um tanto marcantes, são extremamente afiados e Kennedy com sua voz, bom, não precisamos falar sobre isso porque seria chover no molhado. Refrão maravilhoso e um ótimo começo.

“In the Deep“, outro single, procura explorar o lado mais brando da banda, mesmo trazendo alguns momentos mais agitados em seu refrão. Aqui o trabalho vocal fica nítido e mostra totalmente o que Myles é capaz de fazer, brilhando no todo. “Godspeed” é outra que soa mais cadenciada, tem uma levada bastante melódica. E que baita refrão encontramos aqui, a divisão de vozes entre Myles e Mark soa perfeita e o andamento instrumental os carrega para ótimos momentos, como a ponte que é muito bonita, emendando um solo rápido, mas devidamente bem colocado.

“Native Son” é a próxima e que introdução pesada! Aqui a banda mostra o entrosamento total que tem . As melodias do refrão são espetaculares, as guitarras estão em perfeita sincronia e a bateria também ganha um destaque, como sempre nos discos do AB, a mixagem do instrumento é perfeita. A ponte de novo é destaque, um baita trabalho de todos ali. Canção direta e sem enrolação, das melhores aqui.

Outro single dá as caras por aqui, “Take the Crown” alterna entre o peso e as melodias e o faz muito bem, com a banda passeando com extrema naturalidade entre esses momentos. Pega fácil e as harmonias ficam martelando na mente por um bom tempo. A seguinte…aahhhh…

“Indoctrination” é daqueles momentos que a banda se entrega ao todo ao Heavy Metal e aí as coisas soam nervosas. O começo arrastado é cheio de groove e Myles brinca com sua voz. O andamento vai em crescendo, até chegar num refrão que é direto, lembrando muito o estilo de composição do Alice in Chains. Ela segue assim até seu final, com dobras vocais, ritmo cadenciado e muita força, um grande destaque dentro deste disco e candidata a melhor.

“The Bitter End” é o AB se aproximando mais de suas raízes, lá nos dois primeiros álbuns, mas com os ares da experiência que tem atualmente. “Pay No Mind” é um breve flerte também de outrora, mas que vai além, mostra a dinâmica da banda atual e a canção é muito bem construída, trazendo momentos graciosos do conjunto instrumental, principalmente no refrão, as linhas de bateria são de novo muito boas. A ponte com escalas de notas vocais passeando em nossos ouvidos é simplesmente maravilhosa.

“Forever Falling” começa com um dedilhado calmo e pensamos se tratar de uma balada, só pensamos mesmo. O que surge é uma reviravolta com um soco de energia da banda toda aparecendo do nada, groovada e agressiva. Rápida e cadenciada, quem abre as vozes é Mark Tremonti, que já se mostrou um ótimo cantor em seus discos solos. O ritmo que a canção ganha no seu pré refrão é muito marcante, todo quebrado e dinâmico. Lembra muito algo saído do disco “Fortress“. Toda a construção da canção é espetacular e também figura entre os destaques aqui e com grandes méritos.

“Clear Horizon” também começa soturna e cai em outra grande introdução e como amo quando a banda trabalha essas guitarras mais cadenciadas em seus versos. Belas vozes surgem no refrão e um trabalho espetacular das cordas soa junto aqui. E que bela ponte, ponto para a bateria e a explosão de força em seguida. Perfeita!

Já se aproximando de seu fim, “Walk on the Sky” é bastante carregada em seu refrão. Ótimo conjunto de voz e instrumental, e em seguida surge “Tears Us Apart“, que assim como sua antecessora, são dos momentos mais calmos e quase apáticos do disco, apesar de trazerem boas passagens, não se destacam muito por tudo que já foi ouvido até então.

“Dying Light“, é o último single lançado e também responsável por fechar o disco e o faz muito bem. Seu refrão é bem marcante e traz bons versos, ótimas passagens vocais. Encerra de forma de acordo e representa, belo solo, bastante melódico e sombrio como a faixa toda soa.

“Walk the Sky” é de novo a prova de que o Alter Bridge irá se manter por muito tempo no hall das grandes bandas de uma nova safra, que já não é tão nova assim. Como já dito, ele pode não apresentar tantas inovações como em outros momentos, mas ainda assim, a qualidade é notória e vem em peso. Que mais e mais peças como essa surjam!

Faixas:

1. One Life [vinheta]
2. Wouldn’t You Rather
3. In the Deep
4. Godspeed
5. Native Son
6. Take the Crown
7. Indoctrination
8. The Bitter End
9. Pay No Mind
10. Forever Falling
11. Clear Horizon
12. Walking on the Sky
13. Tear Us Apart
14. Dying Light

Formação:

Myles Kennedy (Vocal, guitarra)
Mark Tremonti (Guitarra, vocal de apoio)
Brian Marshall (Baixo)
Scott Phillips (Bateria)