Resenhas

Zero Gravity: Rebirth and Evolution

Turilli/Lione Rhapsody

Avaliação

9.0

Entrevistei o vocalista italiano Fábio Lione em junho deste ano e ele comentou sobre a nova “encarnação” de sua parceria com o compatriota Luca Turilli no projeto Turilli / Lione Rhapsody. O trabalho conta com as participações especiais da vocalista Elize Ryd, do Amaranthe, do guitarrista Sascha Paeth, do Avantasia, do cantor Alessandro Conti (Luca Turilli’s Rhapsody), e da banda folk alemã Santiano.

Quando Lione disse que esta seria uma “nova proposta”, ele não estava me enganando ou mentindo. Admiro músicos que desejam fazer outra coisa, que querem experimentar e que não têm medo de arriscar. O disco possui uma constelação de grandes músicos. Começando obviamente por Turilli na guitarra e Lione nos vocais, acompanhados de Alex Holzwarth na bateria e Patrice Guers, baixista de longa data de várias versões do Rhapsody. Assim como, Dominique Leurquin que agora é mais tecladista do que guitarrista.
“Zero Gravity: Rebirth and Evolution”, álbum de estreia deste novo projeto, que foi lançado em julho pela Nuclear Blast e distribuído no Brasil pela Shinigami Records, tem tudo que um fã de metal sinfônico espera, mas sem cair a mesmice e na falta de criatividade. Temos ritmos alucinantes, riffs inspirados, orquestrações bombásticas, coros cinematográficos e Lione em ótima forma nas interpretações.
A faixa “D.N.A – Demon and Angel” possui uma composição fantástica para o dueto entre Elize Ryd, do Amaranthe, e Fábio. E o ouvinte nota que “Phoenix Rising” e “Zero Gravity” são as faixas com maior peso e com certeza as mais interessantes deste disco. Posso destacar também a exploração de uma vertente mais moderna, combinando orquestrações clássicas com sons eletrônicos, com na faixa “Arcanum (Da Vinci’s Enigma)”. “Origins” possui um som mais progressivo e experimental, enquanto “Amata Immortale” é praticamente uma ária de ópera com um maravilhoso coral e percussão (influência clássica já conhecida nas composições do Rhapsody of Fire).
O quão variado e multifacetado um álbum pode ser? É disso que me referia ao não ter medo de experimentar. Zero Gravity é arte em sua forma mais pura, com liberdade para a evolução e sem se prender às amarras de agradar fãs ligados ao passado. Um trabalho em busca de novas experiências e ideias, que alcançou um novo patamar no que se refere à evolução e ao desenvolvimento do legado destes artistas. Tive até dificuldades ao escolher músicas como destaques neste álbum, pois praticamente tudo é muito bom e louvável. O melhor lançamento de power/progressivo deste ano com toda a certeza.