A banda brasileira de death metal Crypta lotou dois shows no Sesc Belenzinho, na zona leste de São Paulo, nos dias 16 e 17 de Setembro de 2022 (sexta e sábado), consolidando sua força e sua base de fãs na capital paulista.

O grupo foi formado e lançou seu álbum de estreia “Echoes of the Soul” durante a pandemia de COVID-19. Como grande parte dos headbangers já sabem, a banda originou-se da saída de Fernanda Lira (baixo e vocal) e de Luana Dametto (bateria) de outro grupo feminino thrasher bem famoso, o Nervosa.

Possuindo esta genealogia, já era de se esperar que elas teriam sucesso em sua empreitada. Mas como a própria Fernanda Lira ressaltou, nada disso teria acontecido sem o apoio incondicional de seus admiradores. Pensando nisso, o Crypta leva a sério a sua relação com eles, visto que ao final das apresentações fizeram questão de autografar os itens que estavam à venda na lojinha de merchandising montada no local. E o principal indicativo de que estão agradando, foram as longas filas formadas.

E não há como não agradar, isto é fato. O grupo, apesar de ser muito novo, já passa pela sua segunda “encarnação”. Pois a guitarrista holandesa Sonia Anubis (Cobra Spell), que gravou o álbum de estreia e participou de alguns shows com o Crypta, deixou a banda oficialmente em Abril deste ano e foi substituída por Jéssica di Falchi. O debut recebeu muitos elogios da crítica especializada, sendo um ponto de partida muito promissor.

Tratando do show em si, o ambiente parecia bem familar com pais e filhos presentes, algo comum em qualquer apresentação nas unidades do Sesc SP. A apresentação que pude acompanhar foi a de sábado, que apesar do frio na noite paulistana, não afugentou o público.

A perfomance consistiu na execução do álbum “Echoes of the Soul” na íntegra, sendo muito supreendente a interação e o ajuste entre as guitarristas Tainá Bergamaschi e Jéssica di Falchi. Ambas tem um vigor que empolga todos os presentes e a plateia correspondeu proporcionalmente.

Fernanda Lira eu já conheço há algum tempo, dos shows do Nervosa e de outras apresentações em que ela foi convidada, demonstrando a energia e o carisma próprios que a caracterizam como a frontwoman mais popular do metal brasileiro na minha opinião, ao lado de May “Undead” Puertas, do Torture Squad.

Deixando comparações de lado, um desempenho incomparável foi da baterista Luana Dametto. Com todo o respeito com o restante da banda, ela evoluiu demais e se destaca na sonoridade do grupo de forma absurda. É algo que comentei com minha colega Mari Goe, do Headbangers News e também do canal Blood Mary. Ela que me chamou a atenção para a elegância de como Dametto conduz as baquetas e que parece nem estar se esforçando ao tocar.

É uma realidade, Luana toca trechos absurdamente pesados, velozes e com groove como se não fossem nada! Nas fotos que fiz do show, até flagrei alguns sorrisos no meio de toda a batucada.

O grupo segue com sua turnê latino-americana com diversas datas agendadas até Dezembro, incluindo passagens pelo México, Bolívia, Colômbia, além dos shows em território nacional. Se puderem acompanhar, é uma indicação certeira! Diversão garantida.

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Sesc Belenzinho

Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho