Resenhas

Memory Tattoos

Bad Valentines

Avaliação

9.5

Bad Valentines lança seu álbum de estreia ‘Memory Tattoos’, e eles vieram preparados para deixar sua marca no metal contemporâneo. Formada em Helsinki , na Finlândia – uma cidade dura que parece ter moldado o espírito da banda – – o grupo é composto por Hon nos vocais, Pekko Mantzin e Kupe Wessman, que destroem nas guitarras; Sirpa Immonen, que soca os tambores com fúria; e Bryan Ugartechea, que faz o baixo tremer os alicerces. ‘Memory Tattoos’ é uma explosão de quatro faixas, e que, mesmo sem reinventar a roda, cobre tudo com uma boa camada de tons melódicos e riffs memoráveis. Nessa lançamento, a banda trabalhou com com os produtores Petri Majuri (Franz Ferdinand, Michael Monroe, Hanoi Rocks, etc.) e Sammy Aaltonen (Andy McCoy, etc.)

O álbum começa com “Last Days In The Sun”, uma abertura agressiva e empolgante, que rendeu um incrível videoclipe. Os riffs são afiados, o ritmo pulsa e o refrão gruda como chiclete. Hon solta os vocais com energia visceral, definindo o tom para o que está por vir. Aqui, a banda aposta em uma pegada old school dinâmica e melódica. A faixa carrega variações rítmicas que mantêm a tensão e mostram uma banda em pleno domínio de suas armas sonoras. A faixa mais comercial do disco, perfeita para rádios.

Logo na primeira faixa, conseguir entender aonde a banda quer chegar. Com um som que mescla o rock’n’roll sem firulas, usando a clássica fórmula mas com onde Bad Valentines coloca seus próprios temperos com influências do punk, rock alternativo e até hard rock.

“Summer Ends In June” é quase pop metal. Os riffs otimistas e o ritmo enérgico preparam o terreno para um solo que faz a guitarra de Pekko Mantzin brilhar com uma intensidade absurda, com riffs intrincados e mudanças de tempo bem trabalhadas. Aqui há muita influência dos anos 80 de nomes como The Pretenders, Heart e Blondie – e eu amei isso.

Seguimos com “Mariia” que não perde o fôlego, e põe o termo punk em prática, lembrando grandes momentos de bandas como Blondie – agora mais do que nunca. A construção instrumental aqui é simplesmente brilhante, com uma bateria poderosa e marcante, pedindo um momento mais reflexivo mas sem perder o peso. As influências daquela transição do punk com new wave são nítidas, com uma atmosfera melancólica que abraça a faixa por completo. Um hino melódico com aquele refrão que gruda. Particularmente, adorei essa faixa, ela é viciante, nos faz dançar, transmite boa energia.

Outra faixa que abusa das referências clássicas é a última do EP, “Carry Me Home” que mergulha ainda mais nas referências do punk mas dessa vez com um tom mais rockabilly, especialmente nos vocais e nos arranjos de guitarra. Uma faixa direta mas misteriosa que explode em riffs que dançam pela mente do ouvinte – lembro muito Imelda May. Os vocais roubam a cena, enquanto a guitarra faz mágica com um solo lindo, dando ao álbum o encerramento que ele merece.

Definitivamente, Bad Valentines é uma banda para manter no radar, e adicionar na playlist. Fazem o bom e velho rock’n’roll sem firulas, com tons melódicos e aquele tempero a mais que deixam tudo mais interessante.