Resenhas

Entrudo

Xeque-Mate

Avaliação

8.5

Os veteranos portugueses do Xeque-Mate estão de volta, com “Entrudo”, que é apenas o quarto álbum desta banda com mais de 45 anos de carreira dos caras, que são considerados como os pais do Heavy Metal português. O álbum foi lançado nesta terça-feira (10) através do selo Larvae Records e também está disponível nas plataformas de streaming.

Desde o lançamento do ótimo “Não Consigo Manter a Fé“, os fãs da banda aguardaram 2 anos e meio pelo novo álbum, que é o primeiro a não contar com o baixista José Queirós, que desde 1983 fazia parte da banda e havia gravado todos os outros três discos do Xequr-Mate. Em “Entrudo“, o baixo foi gravado pelo guitarrista Artur Capela. O posto de baixista está ocupado por Diego Alves.

O título do álbum refere-se ao Carnaval, onde a banda em seu press-release afirma que, pelo fato de ser uma ocasião em que as pessoas saem às ruas usando máscaras para se divertirem, eles resolveram usar a metáfora para desmascarar a hipocrisia e os jogos de poder que existem por lá, o que também não é diferente do que acontece por nossas terras. Então antes de qualquer coisa, “Entrudo” é um álbum recheado de críticas sociais e também é um convite para que o ouvinte tenha um olhar reflexivo. Há os que dizem que não se pode misturar música com política… Se você pensa assim, os portugueses estão a lhe mostrar que não é bem assim que a banda toca (com perdão do trocadilho). E o que é melhor, cantado em língua portuguesa, o que facilita nossa compreensão.

O novo álbum conta com algumas participações, como a de Paulo Barros na música “Não me Lembro“, além de Jorge Marques e Lex Thunder, que colaboraram com suas vozes em “Corre, Corre“, faixa que, inclusive, já ganhou um videoclipe oficial. O Xeque-Mate nos brinda com 9 canções e uma duração relativamente curta: são pouco mais de 41 minutos, onde o Heavy Metal muito bem tocado, com produção cristalina e que não faz feio em momento algum.

Os grandes destaques de “Entrudo” ficam para as faixas “Corre, Corre“, a vigorosa “Pequenez“, a faixa-título e também a breve “Trova da Memória“, uma instrumental cheia de feeling, que encerra um álbum que tem tudo o que um fã de Metal gosta: guitarras pesadas, belos riffs, técnica apurada por parte dos músicos, em uma percepção que eles deixam é de que valeu e muito a pena aguardar estes dois anos e meio desde o último play.

Ao terminar a audição do álbum, o ouvinte não tem outra opção a não ser escutar de novo. E de novo, e de novo, de tão bom que é. E com a honra que eles carregam de serem os pioneiros da música pesada na terra de Cabral, não podemos esperar um disco com qualidade inferior ao que encontramos aqui em “Entrudo“. Super indicado a quem gosta de Heavy Metal puro e simples.