Resenhas

I Beat Loneliness

Bush

Avaliação

6.0

O Bush está de volta com “I Beat Loneliness“, o décimo álbum da banda britânica de post-Grunge, que fez bastante sucesso na segunda metade dos anos 1990. O novo álbum viu a luz do dia no último dia 18.

O play saiu pela earMusic nos formatos físico e também nas plataformas de streaming. O Bush, que esteve no Brasil entre o final de março e o início de abril deste ano, tocando no Lollapalooza, em Curitiba e no Rio de Janeiro, hoje tem apenas Gavin Rossdale como membro original, o que faz com que a banda seja uma espécie de alter-ego de seu líder.

A formação atual é a mesma desde que a banda voltou às atividades, em 2010, a mais longeva da história e a que mais gravou álbuns de estúdio, e esse “I Beat Loneliness” é o sexto lançamento do Bush. Gavin Rossdale procurou os ex-companheiros, que recusaram um retorno. O guitarrista Nigel Pushford, por exemplo, decidiu se aposentar para passar mais tempo próximo de sua família.

Gravado no decorrer de 2024, o álbum contou com produção de Erik Ron e Gavin Rossdale. O líder do Bush abordou assuntos como a saúde mental, solidão e depressão. O próprio Rossdale afirmou em entrevista que esse é o álbum mais pessoal de sua carreira, o que personifica ainda mais o seu alter-ego. Mais do que isso, o álbum funciona como um livro de auto-ajuda, uma terapia em um mundo que apesar de a tecnologia que nos aproxima de muitas coisas, nos deixa distantes de muitos.

O álbum é composto por doze canções e tem duração de 46 minutos. Se a mensagem é motivadora, o mesmo não se pode dizer da sonoridade. O Bush teve um ótimo início lá nos anos 1990, principalmente nos álbuns “Sixteen Stone” e “Razorblade Suitcase“. O fã desta época vai sentir e muito a diferença na sonoridade. O álbum não cresce, as músicas são medianas, e ao final, fica a frustração, principalmente pela expectativa criada.

Mas “I Beat Loneliness” não é uma porcaria completa e temos alguns bons momentos, como na faixa-título, que tem um clima legal, a faixa “I am Here to Save Your Life” tem algum peso nas guitarras que lembra, muito que vagamente o velho Bush dos primórdios, e “Footsteps in the Sand“, mesmo com uma mistura de música eletrônica com Rock, o que não é novidade na banda, são as músicas que se salvam.

A produção é muito boa, tudo muito bem polido e perfeitamente perceptível aos ouvidos, mas parece pouco, principalmente para quem produziu hits do calibre de “Comedown“, “Machinehead“, “Everythibg Zen” ou “Swallowed“. O Bush parece estar se condenando a refém de seu próprio passado.