Entrevistas

Schmier, do Destruction, revela que pode haver uma turnê do ‘The Big Teutonic 4’ na América Latina no final de 2020

Schmier, do Destruction, revela que pode haver uma turnê do ‘The Big Teutonic 4’ na América Latina no final de 2020

5 de agosto de 2019


Liné Hammett/Nuclear Blast

Schmier, vocalista, baixista e compositor da lendária banda de thrash metal Destruction, concedeu uma entrevista exclusiva ao site Headbangers News para falar em primeira mão do 17º álbum de estúdio do grupo, “Born to Perish”, com lançamento previsto para o dia 9 de agosto pela Nuclear Blast Records. Além disso, revelou surpresas para o final de 2020 com uma possível turnê conjunta com o ‘big four’ do thrash metal alemão: Kreator, Sodom, Destruction e Tankard. Além disso, explicou um pouco da dura realidade das bandas atuais com o advento dos serviços de streaming.

A banda lançou os singles “Born to Perish” e “Betrayal” e os fãs já estão eufóricos, você pode me dizer algo mais sobre o novo álbum?

Temos um terceiro single a caminho no dia do lançamento, então os fãs terão a oportunidade de ouvir algo mais, mas uma música vindo aí “Inspired By Death”, é uma canção muito legal que soa como “old school” na minha opinião. O álbum está ficando muito bom, fizemos várias mudanças no Destruction nos últimos meses com Randy Black entrando para a banda no ano passado, com a entrada de um segundo guitarrista. Então foi um interessante direcionamento e o processo de gravação. Estamos muito animados com a banda, acho que você conseguirá ouvir isso no álbum. Ele tem muita animação, ele é álbum brutal do Destruction. E é claro que estou muito feliz em ouvir este tipo de reação dos fãs.

Já que você citou, é o primeiro álbum de Destruction com Randy Black na bateria e a nova 2ª guitarra de Damir Eskic. Como foi o processo de compor este álbum?

Você sabe, Mike e eu escrevemos as músicas. É uma coisa entre nós, deixamos os outros caras também contribuírem. Mike e eu somos os principais compositores, mas Randy fez um trabalho muito legal com a batida, com os padrões de bateria para o álbum. Duas músicas especificamente foram compostas a partir da bateria e depois colocamos os riffs e as ideias da canção juntos. Então foi um jeito diferente de trabalhar, um procedimento diferente, muito interessante. É claro, Damir é um fantástico guitarrista e contribuiu muito com os solos e palhetadas para o álbum. Foi um bom trabalho dos caras, eles respeitam a banda e trouxeram boas ideias para o disco. É claro que no final soa como Destruction, é por isso que eu e o Mike fazemos as composições como um dueto.

A arte da capa é matadora, do artista húngaro Gyula, que mostra abutres comendo corpos em um ninho de balas de alto calibre. Quão importante é a arte da capa para expressar espírito de um álbum?

Eu sou da velha guarda, vim dos anos 80. Nos anos 80 nós comprávamos música apenas por causa das capas. A capa era uma das coisas mais importantes. Eu acho que ainda é assim, quando você vê a capa você sabe que tipo de música deve esperar (para ouvir). Neste novo álbum queríamos ser mais obscuros, parecermos mais maus do que nas capas dos nossos álbuns lançados nos últimos anos que tinham mais cores. É diferente porque este álbum começa maligno, rápido e brutal. Esta arte de capa é muito importante porque traz algo marcante para o álbum. Traz o espírito, o temperamento e o conteúdo das letras das músicas.

Com o lançamento do novo álbum, quais são os planos e rotas das primeiras turnês?

Nós vamos começar após os festivais de verão (no Hemisfério Norte). Começamos em Setembro com junto com o Overkill e o Flotsam and Jetsam na Europa e vamos tocar em alguns festivais no final do ano. E no próximo ano nós teremos uma turnê asiática no início de 2020. Temos uma turnê pela Europa com o Legion of the Damned e Exhorder, em que seremos a atração principal. Depois iremos aos Estados Unidos com a Decibel Tour, da Decibel Magazine. Esperamos mais tarde em 2020 voltarmos à América Latina.

Pode dar boas notícias para os fãs brasileiros?

Sim, além disso estamos conversando e continuamos negociando sobre esta grande turnê que todo mundo quer que aconteça com Kreator, Sodom, Tankard e Destruction (The Big Teutonic 4). Isto é algo que está no ar, algo que falamos a respeito e é claro que debatemos a respeito de por onde deveríamos iniciar esta turnê. E há 50% de chance de iniciarmos a turnê, se ela acontecer, entre a América Latina ou o Leste Europeu. Está meio a meio. Então nas próximas semanas e nos próximos meses podemos trazer boas notícias, que esta turnê possa acontecer. Talvez os fãs da América Latina sejam os primeiros a ver esta turnê antes do resto do mundo.

Recentemente, li uma declaração sua no Facebook sobre serviços de streaming. Você poderia me dizer como é frustrante para os artistas receberem valores tão baixos por milhares de visualizações?

Sim, claro. Isto não está OK. Eu acho que não está certo pagar tão pouco dinheiro por música. É claro que os serviços de streaming são muito convenientes, algo prático, mas para os músicos isto é terrível. Apenas não há dinheiro suficiente para o músico, ele tem que vender milhões e milhões de músicas para receber apenas uns milhares de dólares. Isto não é justo, para as bandas não há jeito de fazer dinheiro desta forma. Devemos ter uma diferente abordagem para isso, porque não podem pagar 0,003 centavos por música (da remuneração) que vai para o músico. Não é suficiente. Mas, você viu, nós só temos a perder com isso, porque agora o que acontece é que você tem “provedores”  que não negociam provendo música. Olhe, os maiores serviços (de streaming) Apple Music, uma empresa que vende telefone celulares, ou o Itunes. Basicamente são empresas de telefones celulares como provedor de música, é errado! Deviam ser gravadoras por traz disso, mas não são. É claro um erro das gravadoras que reagiram muito tarde em seu marketing. Além disso, é a mesma coisa com o Youtube. O Youtube também não paga muito para os músicos e transmite “de graça” para os fās. Se você não paga pela música e pelos músicos, um dia a música vai desaparecer. Não vai haver mais músicos, entende? Agora você pode ter e usar tudo de graça ou por pouco dinheiro é meio difícil de voltar atrás (neste processo). Você vê o futuro da música e para onde ela vai. Destruction é uma grande banda, então de alguma forma sobrevivemos. Mas para bandas novas ou bandas underground é muito difícil, não terá futuro para o underground dessa maneira.