Memory Remains

Memory Remains: Helloween – 35 anos de “Keeper of the Seven Keys Part II” e o fim do primeiro ciclo

29 de agosto de 2023

Há 35 anos, em 29 de agosto de 1988, o Helloween lançava a segunda parte de sua obra prima. “Keeper of the Seven Keys Part II“, é o terceiro álbum dos criadores do Power Metal e também assunto do nosso Memory Remains desta terça-feira.

Após o estrondoso sucesso do primeiro álbum, “Walls of Jericho“, lançado no ano de 1985, a banda compôs uma série de canções, pois desejava lançar um álbum duplo. Porém, dinheiro naquela época era um problema sério para os jovens alemães. Então eles resolveram dividir as músicas em dois álbuns. Em 1987 foi lançado o “Keeper of the Seven Keys Part I“, que rendeu alguns clássicos eternos como “Future World” e “Helloween“. Mas a cereja do bolo estaria no aniversariante do dia.

Devido a já citada falta de grana, o processo de gravação também foi dividido em duas etapas. Para a primeira parte da obra, eles ficaram no estúdio entre os meses de novembro de 1986 e janeiro de 1987. Para o “Part II“, eles ficaram no estúdio entre os meses de maio e junho de 1988, quando os trabalhos eram 24 horas diárias. O estúdio foi o mesmo: o Hours Sound Studio, em Hannover, Alemanha. Na produção, estiveram Tommy Hansen e Tommy Newton, porém, o primeiro acabou demitido pelo chefe da Noise Records.

Mesmo com os problemas enfrentados durante o período em estúdio, o resultado do disco é sensacional. Temos dez faixas em 49 minutos que são absurdamente arrebatadoras. Grandes clássicos eternos do Helloween foram concebidos aqui, como “Eagle Fly Free“, “Save us“, “Keeper of the Seven Keys” e “I Want out“. Inclusive, esta última foi regravada por diversas outras bandas no futuro: Gamma Ray, Unsonic, Hammerfall, Lord e Sonata Artica.

O álbum tornou-se a maior referência da banda e algumas de suas músicas são obrigatórias nas apresentações até os dias atuais. A Loudwire compilou uma lista dos 25 melhores alguns de Power Metal de todos os tempos e “Keeper of the Seven Keys Part II” está no topo. A Metal Hammer deu ao álbum a mesma honraria no seu Top 10 dos álbuns essenciais do Power Metal. Além disso, o álbum frequentou alguns charts pelo mundo, ficando em 2° na Finlândia, 6° na Suíça, 7° na Suécia, 9° na Áustria, 12° na Noruega, 24° no Reino Unido, 26° nos Países Baixos, 27° no Japão e 108° na “Billboard 200“. Foi ainda certificado com Disco de Ouro na Alemanha.

Na versão original, a música “Save us” não foi incluída no LP. Mais tarde, a foi incluída como faixa bônus. Já na edição estadunidense do play, ela aparece como a faixa número 7. Uma versão brasileira foi lançada no ano de 1998 pela Rock Brigade Records e com “Save us” no final. Há ainda alguns relançamentos do álbum que incluem um CD bônus com cinco faixas, lado B de covers e faixas remixadas, e também há uma versão com três faixas bônus, que também estão presentes nesta versão com disco extra.

Esse play marca o final de um ciclo. Para muitos, o mais frutífero dos ciclos já vividos pelo Helloween, que por mais que hoje tenha uma junção de passado e futuro no seu lineup, não soa tão espetacular como eles foram até este álbum. Esse foi o último registro com Kai Hansen até 2021, quando a banda gravou o álbum autointitulado com ele de volta. A banda também entraria em um período de pouca criatividade, os problemas de alcoolismo, drogas e a doença mental que iria culminar no suicídio do baterista Ingo Schwichtenberg, bem como a saída de Michael Kiske, no início dos anos 1990.

Felizmente o Helloween virou o jogo na segunda metade dos anos 1990 e quando sentiu que entraria em uma segunda fase de monotonia, trouxe de volta Kai Hansen e Michael Kiske e hoje é um supergrupo de Power Metal. Portanto hoje é dia de celebrar essa pérola do estilo no volume máximo e vamos aproveitar enquanto a banda está na ativa para prestar toda nossa reverência. Longa vida ao Helloween.