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Memory Remains: Metallica – 35 anos de “Master of Puppets” e a aula de Thrash Metal no mágico ano de 1986

Memory Remains: Metallica – 35 anos de “Master of Puppets” e a aula de Thrash Metal no mágico ano de 1986

3 de março de 2021


Eleito por muitos como o melhor álbum de Thrash Metal da história, e por outros como o melhor álbum de Thrash Metal juntamente com o violento “Reign in Blood”, do Slayer, o tema de hoje do nosso Memory Remains é o terceiro e mais amado álbum do Metallica até os dias atuais. O mais importante da banda e que influenciou todas as bandas que vieram depois: “Master of Puppets“. Lançado em 3 de março de 1986, hoje chega aos 35 anos e com corpinho de 17.

A banda vinha de uma baita evolução em seu segundo disco: “Ride the Lightning“, que é o meu preferido da discografia deles, mostrava uma banda bem mais técnica e madura em relação ao debut, “Kill’em All“, no qual o quarteto emergia de uma maneira agressiva, porém, crua, inexperiente (normal) e por vezes até inocente demais, o que não diminui o mérito e a qualidade do álbum.

Mas os caras se superaram e neste álbum eles juntaram as qualidades dos dois álbuns anteriores, acrescentada da experiência que a banda pegou na estrada e o resultado é essa obra-prima que se tornou o aniversariante do dia e que ajudou a marcar o ano de 1986 como o melhor, disparado, da história do Heavy Metal de uma maneira geral.

A banda então viajou até o país natal do baterista Lars Ulrich, e acompanhada do produtor Flemming Rasmussen, a banda gravou a bolacha, no “Sweet Silence Studios”, na capital Copenhague. Como sempre, vamos dissertar sobre cada uma das oito maravilhosas faixas que compõem este petardo.

A abertura se dá com “Battery“, que tem em sua intro, um violão com influências de música espanhola e que logo vira uma música veloz, agressiva, maravilhosa. “Master of Puppets” é pesada, com várias partes diferentes, sem tirar o pé do acelerador na maior parte de sua duração Um verdadeiro clássico e que é obrigatória a sua execução nos shows da banda até os dias atuais, ou pelo menos até os shows que antecederam esse maldito Coronavirus, que está se multiplicando e segue implacável, matando pessoas. E há muitos imbecis, inclusive no nosso meio, que desdenham dessa praga.

The Thing That Should Not Be” é densa, pesada, calcada nos riffs de guitarra, onde James Hetfield tem um de seus pontos altos enquanto guitarrista base. “Welcome Home (Sanitarium)” é uma espécie de balada pesada da banda, muito boa, onde no solo a música cresce.

Disposable Heroes” tem um andamento mais arrastado, mas no refrão os caras tratam de pisar fundo no acelerador. A música lembra muito as faixas de “Ride the Lightning“. Já “Leper Messiah” é uma das minhas favoritas deste disco (eu gosto de todas, mas essa se destaca um pouco mais), por ela ser pesada, por ter riffs maravilhosos, por ser densa.

O final do disco se dá com as minhas duas favoritas, de forma igual: a instrumental “Orion“. Tudo aqui nesta faixa é perfeito: os riffs, o peso, Cliff Bruton dando seu espetáculo. Uma curiosidade bem pessoal. Em um dos meus jogos de videogame favoritos, PES, temos a opção de editar e criarmos a nossa trilha sonora. E a música que eu elegi do Metallica foi “Orion“. Fiquei muito surpreso e emocionado quando eles executaram esta música no “Rock in Rio” de 2011 e dedicando a música a Cliff. Eu não estava in loco, mas me emocionei ao assistir pela TV.

E finalizando, “Damage Inc.”. Velocidade, peso e agressividade, tudo em uma perfeita sincronia. Para fechar com chave de ouro um disco perfeito, em que nada precisaria ser acrescentado ou retirado. Existe uma versão do Dream Theater, com o vocalista do Napalm Death, Mark Barney Greenway, em que eles tocam esta música e a precisão da banda é uma coisa fantástica, eles conseguiram melhorar o que já era perfeito.

Este disco é cultuado por 12 em cada 10 fãs do Metallica e o fã mais radical vai dizer que a banda acabou após este lançamento. Eu não diria isso, eu consigo ainda escutar até o “Load“, porém, depois do “Master of Puppets“, eu concordo que a banda não foi mais a mesma, muito embora ela tenha atingido a sua maturidade musical e de composição no “Álbum Preto”, porém, ali a banda já não fazia mais aquele Thrash Metal que encontramos aqui, puro, cristalino e influenciador.

Ozzy Osbourne afirmou certa vez que “Master of Puppets é o que se fez de melhor no Heavy Metal.” O disco foi eleito pela revista inglesa “Metal Hammer” e pelo site “Music Radar” como o melhor disco do estilo de todos os tempos. A revista “Kerrang!” elegeu o disco como o sétimo maior da história do Heavy Metal. Eu classifico, como disse no terceiro parágrafo, o melhor disco de Thrash Metal da história e um dos maiores do Heavy Metal, mesmo que soe meio contraditória a minha afirmação no segundo parágrafo de que ele não é o meu favorito em sua discografia, mas com certeza se eu fizer um top 5, ele figurará.

Em 2006, o Metallica saiu em turnê tocando este clássico na íntegra. Dois anos antes, DreamTheater gravou um disco ao vivo, na qual este clássico fora executado na íntegra. Uma amostra de que mesmo sendo um clássico do Thrash Metal, ele recebeu as merecidas homenagens de uma banda de Progressive Metal.

Infelizmente, o disco é marcado pela maior tragédia da banda, pois foi durante a turnê de “Master of Puppets” que aconteceu o terrível acidente de ônibus que fez do baixista Cliff Burton vítima fatal, em 27 de setembro de 1986, na Suécia. Este fora o último registro de Cliff, que ainda deixara escrito a faixa “To Live is to Die“, esta acabou entrando no álbum posterior, “And Justice for All“.

O disco foi lançado pela gravadora Elektra, pela segunda vez. Quanto a minha relação com este disco, é muito especial, eu conheci lá no ano de 1997, na casa de um grande amigo, fã de Metallica até os dias atuais, e esta bolacha rolou muitas vezes que eu ia visitá-lo. Certamente este amigo me influenciou a virar um admirador da banda.

E assim, este disco, onde James Hetfield e Cliff Burton deram um espetáculo e em que Kirk Hammet e Lars Ulrich não comprometeram, vai completando mais um aniversário, e é um álbum que nunca envelhecerá! Seguirá influenciando gerações e gerações. Confesso que sinto saudades desta época da banda, saudosista confesso que sou. E aqui vou reverenciando um disco que merece todos os louros.

Master of Puppets – Metallica
Data de lançamento: 03/03/1986
Gravadora: Vertigo

Faixas:
01 – Battery
02 – Master of Puppets
03 –T he Thing That Should Not Be
04 – Welcome Home (Sanitarium)
05 – Disposable Heroes
06 – Leper Messiah
07 – Orion
08 – Damage Inc.

Formação:
James Hetfield – Vocal/Guitarra base
Lars Ulrich – Bateria
Kirk Hammet – Guitarra solo
Cliff Burton – Baixo