Memory Remains

Memory Remains: Ozzy Osbourne – 38 anos de “The Ultimate Sin” e as tretas com o guitarrista Jack E. Lee

22 de fevereiro de 2024


Há 38 anos, em 22 de fevereiro de 1986, Ozzy Osbourne lançava “The Ultimate Sin“, o quarto álbum da carreira solo do madman e que é assunto do nosso Memory Remains desta quinta-feira, dia de TBT.

Já se passaram três anos desde o último álbum de estúdio lançado por Ozzy, “Bark at the Moon“, lançado em 1983. Neste período, Ozzy havia passado pelo Brasil, quando se apresentou na primeira edição do Rock in Rio. Depois desta participação, o madman foi internado no Betty Ford Center, para tratar da sua dependência de drogas. Essa época foi uma das mais tensas do uso de drogas que Ozzy enfrentou, talvez até mais do que nos tempos do Black Sabbath.

O álbum é marcado por estreias e despedidas. O baixista Phil Soussan e o baterista Randy Castillo eram os debutantes. No caso de Phil Soussan, este foi o único álbum de Ozzy que contou com a participação do baixista, que é um dos autores do single “Shot in the Dark“. O álbum marcou a despedida do guitarrista Jack E. Lee, que, por sua vez, se sentiu traído pelo staff de Ozzy desde o álbum anterior e exigiu uma série de garantias contratuais, no que diz respeito aos créditos pelas composições criadas por ele. E aqui ele apresentou a maior parte das músicas. As letras foram escritas pelo baixista Bob Daisley. Entretanto, ele acabou saindo da banda pouco antes de todos adentrarem no estúdio. Ele não foi devidamente creditado mas primeiras cópias, mas a correção foi feita e nas prensagens posteriores, ele recebeu sua devida autoria.

O baterista Jimmy DeGrasso chegou a participar da banda, quando eles gravaram as demos do que viria a ser o álbum. Essa formação com baterista que posteriormente viria a tocar no Megadeth acabou de desfazendo porque Ozzy precisou parar a produção do seu álbum para se juntar ao Black Sabbath, que reunia sua formação original depois de seis anos para uma única apresentação, no icônico Live Aid, em 13 de julho daquele ano de 1985, data que os brasileiros chamam de “dia mundial do Rock”.

As gravações ocorreram em três estúdios diferentes, todos na Europa: o Townhouse Studio e o Air Studios, em Londres e o Davout Studio, em Paris. Foi na cidade da luz onde Ozzy gravou seus vocais. A produção é assinada por Ron Nevison. O álbum deveria se chamar “Killer of Giants”, que é o nome da sétima faixa do álbum, mas no último instante, Ozzy optou por trocar para “The Ultimate Sin“.

O álbum é composto de nove canções em quarenta minutos de duração. E como na época o Rock de maneira geral, estava bastante em alta, “The Ultimate Sin” esteve na crista da onda, sendo um dos álbuns de Ozzy com maior sucesso comercial. Nos charts mundo afora, o nosso aniversariante do dia ficou em 3° na Finlândia, 4° na Suécia, 6° na “Billboard 200” e na Noruega, 8° no Reino Unido, 19° no Canadá, 21° na Nova Zelândia, 31° na Alemanha, 36° na Austrália e 38° nos Países Baixos. Foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido, Ouro na Austrália, Platina no Canadá e Duplo Platina nos Estados Unidos.

Apesar de tudo, esse é o álbum que Ozzy menos gosta, dentre todos de sua carreira solo e ele gostaria de trabalhar na remasterização dele, pois culpa o produtor Ron Nevison. Aspas para o madman:

“(Ele) realmente não fez um ótimo trabalho de produção. As músicas não eram ruins, elas foram apenas escritas de forma estranha. Tudo parecia e soava como porra, a mesma coisa. Não havia imaginação.”

Ozzy logo caiu na estrada com sua banda e, Bob Daisley foi reconduzido ao posto de baixista. Em 1987, Jack E. Lee foi surpreendido com um telegrama enviado por Sharon Osbourne, lhe comunicando de que estava de fora da banda. Antes de sua saída, entretanto, o guitarrista participou de uma apresentação em Kansas City, no dia 1 de abril de 1986, que foi registrado e lançado em vídeo pouco tempo depois com o título “The Ultimate Ozzy“.

Hoje é dia de celebrar mais esse disco de Ozzy, um dos pais do Heavy Metal, ainda que em sua carreira solo ele tenha se distanciado bastante do estilo que o revelou ao mundo. Mas ele provavelmente ficou mais famoso em sua empreitada solo do que propriamente ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Hoje nosso madman não anda nada bem de saúde e certamente não o veremos mais em ação nos palcos. Mas temos o rico legado dele para exaltar e manter vivo. Nossa sorte foi de ter vivido na mesma época desse gênio.

The Ultimate Sin – Ozzy Osbourne

Data de lançamento – 22/02/1986

Gravadora – Epic

 

Faixas:

01 – The Ultimate Sin

02 – Secret Loser

03 – Never Know Why 

04 – Thank God for the Bomb

05 – Never

06 – Lightning Strikes 

07 – Killer of Giants 

08 – Fool like You 

09 – Shot in the Dark

 

Formação:

Ozzy Osbourne – vocal

Jack E. Lee – guitarra

Phil Soussan – baixo

Randy Castillo – bateria

 

Participação especial:

Mike Moran – teclado