Resenhas

Discipline

Grunt

Avaliação

8.0

O Grunt é uma banda de Metal Extremo, que mistura elementos de Progressive e Industrial de Portugal e cujo terceiro trabalho, intitulado Discipline, lançado em 2 de abril desse ano e que chega às nossas mãos, ainda sem versão nacional.

Trata-se de um Power-Trio localizado na cidade do Porto, formado em 2010, que em seus primeiros discos apostava no Goregrind/Death Metal. Ao contrário dos álbuns anteriores, a banda aposta em músicas mais extensas e mais bem encorpadas aqui em “Discipline“. A banda gravou o álbum no Rec’ n Roll Studio, com a produção do vocalista/ guitarrista/ tecladista e operador dos sintetizadores, Boy-G. A bolacha saiu pela Larvae Productions e vamos sem mais delongas falar sobre as sete faixas presentes aqui.

Vertiginous Asylum” abre o play e temos uma pegada sombria ao mesmo tempo muito pesada, que em um primeiro momento causa estranheza. A música vai se desenvolvendo arrastada e muito atmosférica. “A Valsa Libitina” é a faixa número dois e aqui o instrumental lembra coisas como Fear Factory na primeira parte, com inserções de andamentos mais rápidos do Death Metal que vão intercalando com partes Industriais e Progressivos, com um peso e técnica absurdas, além do uso intenso dos sintetizadores.

Piedade” é a faixa número três e cantada em português, mas isso não vai fazer a menor diferença caso você não esteja com o encarte na mão, pois o vocal de Boy-G é simplesmente incompreensível. A música é bem arrastada, ainda mantendo um peso impressionante e o solo aqui é o destaque, muito bem elaborado.

With Agony Driving so Deep” é bem chatinha na sua primeira parte, com excessivas inclusões de sintetizadores, mas no meio a coisa começa a ganhar forma e peso, o que faz com que a banda vire o jogo a seu favor. Outra vez temos um ótimo solo, que sucede as bases Djent que assombram pelo peso. “Relinquish Control” chega trazendo muita fúria e mais peso em uma música que preza quase que todo o tempo pelo Death Metal, com exceção de algumas partes mais sombrias que foram incluídas ali no meio. Outro bom solo e um refrão grudento são os destaques.

Capitivity and Aboninable Idolatry” tem uma intro que lembra bastante as bandas de Metal Industrial e contam com riffs mais limpos, porém, pesados e modernos, com afinação baixa, assim como nas demais faixas. Há espaço para partes mais sujas, mas aqui o que predomina é o modo clean como eles deixaram a música. “The Blackest Suitors” é a faixa derradeira e novamente traz os sintetizadores duelando com as guitarras, que neste caso, ganham o duelo com relativa facilidade. É a música que mais me chamou atenção porque dentre todas as misturas que eles colocaram no álbum de maneira geral, essa aqui tem uns riffs mais Rock’n’ Roll e combinaram bem com a proposta.

Em 37 minutos de audição, temos um disco que não é de fácil compreensão, não vai agradar aos fãs do Death Metal Old-School, mas que vai agradar em cheio aos que curtem um som mais industrial. E leitor vai perguntar a minha opinião: bem, eu fico no meio terno, o disco é pesado, super bem produzido, com alguns ótimos momentos e a única coisa que não me agradou foi o uso excessivo dos sintetizadores. Mas uma coisa eu não posso negar, esses portugueses são loucos e a coragem deles é digna de aplausos.

Ressaltando também a qualidade gráfica do CD, encarte bem produzido e com impressão diferente a qual estamos acostumados, com as letras na vertical, mas está tudo ali: letras para você acompanhar os vocais incompreensíveis de Boy-G, além das informações técnicas do álbum. O disco passa de ano não com a nota máxima, mas o suficiente para não ir para a prova final.

Faixas:
01 – Vertiginous Asylum
02 – A Valsa Libitina
03 – Piedade
04 – With Agony Driving So Deep
05 – Relinquish Control
06 – Capitivity and Abominable Idolatry
07 – The Blackest Suitors

Formação:
Boy-G – vocal/ guitarra/ teclado/ sintetizadores
Boy-S – guitarra
Boy-Z – baixo

Participação especial:
Marcelo Aires – bateria