Resenhas

Foregone

In Flames

Avaliação

8.5

A maior banda de Melodic Death Metal está de volta com o seu décimo quarto álbum de estúdio, “Foregone”, que chega quatro anos depois de “I, The Mask”, mais precisamente dia 10 de fevereiro via Nuclear Blast. Esse último que, podemos dizer, colocou os suecos de volta nos trilhos após alguns álbuns medianos lançados. O novo play agora chega com a promessa de um som mais ríspido e com resquícios das origens do In Flames. Vamos conferir se ele cumpre a promessa.

A introdução acústica de “The Beginning Of All Things That Will End” puxa a curiosidade e logo você nota a identidade do som da banda de alguma forma nessas melodias. Violinos incrementam o som melódico e logo chega o single “State Of Slow Decay”, liberada ainda em 2022, chegou fazendo barulho com seus riffs pesados, bateria insana e gritos incríveis de Anders Fridén. Essa faixa chegou quebrando tudo e já mostrava a direção que a banda pretendia tomar com o álbum. Em seguida, outro single pesado chamado “Meet Your Marker”, que tem um trabalho impecável de Tanner Wayne na bateria, com os pedais duplos soando insanos. Seu refrão tem a marca do In Flames, melódico, cheio de camadas que implementam uma atmosfera marcante.

Bleeding Out” desacelera um pouco as coisas, com uma pegada mais groove, com os vocais limpos sendo mais explorados. Ainda assim mantém a aura pesada com os riffs bem trabalhados de Björn Gelotte e Chris Broderick. Aqui chegamos na faixa título, que é dividida em duas partes. “Foregone Pt 1” é veloz, contendo até blast beats em seu início, tem uma pegada parecida com o que a banda fez em “Sounds of a Playground Fading”, mantendo um clima melódico sem perder nada do peso, com um equilíbrio perfeito. Você tem até uma passagem acústica na faixa. Destaque para os belos solos de guitarra. “Foregone Pt 2” é mid-tempo, com viradas impressionantes de Wayne na bateria, os vocais limpos predominam, com os gritos sendo usados pontualmente. A faixa segue uma orientação bem melódica e com um bom refrão.

Uma melódica acústica puxa “Pure Light Of Mind”, faixa que mantém o clima mais ameno, quase uma balada, onde a voz limpa de Fridén é usada com mais enfase. Uma música que pode facilmente ser um single das rádios. Agora chega a faixa que deu início ao ciclo: “The Great Deceiver”. Essa faixa representa o álbum perfeitamente, conta com uma energia sublime e muitas reviravoltas em seu andamento, incluindo um interlúdio curto pra você respirar antes de as coisas acelerarem novamente. Já é presença marcante nos shows com um clima perfeito.

In The Dark” tem um clima sombrio, com os guturais muito bem trabalhados nos versos, lembrando algo do Amon Amarth em certos momentos. Logo chega um refrão melódico que equilibra o andamento e um contraste interessante e dinâmico fortalecem a faixa. “A Dialogue In b Flat Minor” tem riffs bastante pesados e mantém o andamento médio, ainda assim com mais um performance incrível da bateria. O refrão é um dos melhores do álbum, muito melodioso e com um tom de grandiosidade, ótima faixa.

Na reta final chega “Cynosure”, onde finalmente o baixo de Bryce Paul tem mais destaque, guiando a faixa toda. O andamento médio conta com um clima mais emocional, com seu refrão forte sendo o ponto alto. E chegamos ao final da audição com a pesadíssima “End The Transmission”. Mais riffs incrivelmente precisos guiam a faixa, mais um vez com a bateria tendo uma performance matadora.

A parceria de Fridén e Gelotte mantém o padrão nas letras, onde abordam temas como filosofia e questões existenciais sombrias da mente humana. Outro ponto é a evolução de Chris Broderick, que no In Flames consegue entregar o seu melhor, pois havia algo  que não funcionava bem no Megadeth, onde ele não parecia mostrar todo o seu potencial, tocando de uma forma robótica e sem nenhum feeling, totalmente o contrário daqui.

Foregone” pode ser definido como equilibrado e deve agradar a maioria dos fãs. Não é uma volta total as raízes do In Flames, mas com certeza é um álbum que traz o sentimento de que a banda entendeu que pode muito bem criar novas músicas com um balanço entre seu passado e o som moderno.

Formação:

Anders Fridén – Vocal
Björn Gelotte – Guitarra
Chris Broderick – Guitarra
Bryce Paul – Baixo
Tanner Wayne – Bateria

Tracklist:

1. The Beginning Of All Things That Will End
2. State Of Slow Decay
3. Meet Your Maker
4. Bleeding Out
5. Foregone Pt 1
6. Foregone Pt 2
7. Pure Light Of Mind
8. The Great Deceiver
9. In The Dark
10. A Dialogue In b Flat Minor
11. Cynosure
12. End The Transmission

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