Resenhas

Hermitage

Moonspell

Avaliação

8.0

A banda Moonspell enfileira uma excelente sequência de bons álbuns e apresenta outro resultado consistente com “Hermitage”, o 13º álbum da carreira dos portugueses. Desta vez o metal gótico encontra-se com uma carga progressiva, mas de forma alguma perde seu caráter sombrio e assustador.

Este trabalho em nada lembra o apoteótico 1755, lançado em 2017 contando a história do Grande Terremoto de Lisboa. A faixa “The Hermit Saints” é um bom exemplo, soando muito mais gótico e com um peso muito peculiar.
Eu já havia gostado do que havia ouvido com os singles “Common Prayers”, “The Greater Good” e “All or Nothing”, sendo para mim estas melodias reflexo deste mundo triste e incerto que vivemos.
“O álbum é sobre voltarmos as costas às convenções da modernidade. No momento, muitos se convenceram de que tudo gira à nossa volta, que nós (a Humanidade) somos tudo. No entanto, ipsi facto, não somos nada e nada gira em torno de nós. O objetivo do Moonspell, nessas últimas voltas ao redor do Sol, é escrever a melhor música que pudermos. Para contar algumas histórias com as nossas letras, criando, desta forma, proximidade com aqueles que nos rodeiam nestes tempos de distanciamento. Como se fôssemos amigos próximos, como na época em que a música era aquilo que mais importava.”, definiu o próprio Fernando Ribeiro.
Então, com estas palavras, posso supor que toda a escuridão e tragédia dos últimos tempos tenham sido canalizadas na inventividade do grupo lusitano em suas complexidades metafóricas.
Numa análise geral, a atmosfera melancólica deste trabalho me agrada bastante, apesar de achar que não é o melhor álbum que eles tenham produzido. Mas no retrospecto de uma banda com mais de 30 anos de estrada, isto é absolutamente normal. Ainda assim, é um trabalho digno de seu legado.