Resenhas

Tides

Horizon Ignited

Avaliação

8.0

Diretamente da Finlândia, o Horizon Ignited é outro bom nome dentro do concorridíssimo segmento do death metal melódico, segmento em que brotam bandas, sobretudo na Europa.

Construindo sua carreira aos poucos, com lançamentos espaçados e muitos shows pela região, o grupo chegou ao seu terceiro disco, “Tides” (2025), lançado no Brasil pela parceria Shinigami Records com a Reaper Entertainment.

O sexteto segue à risca o tripé que os fãs do estilo esperam encontrar em um disco de death metal melódico: peso, melodia e gravação impecável, tudo convivendo harmoniosamente.

 

Começando pelo peso. Para dar uma temperada ou mesmo como uma maneira de se diferenciar no meio desse mar de bandas, o Horizon Ignited propositadamente deixou seu som mais pesado nesse lançamento graças ao metalcore e a distorção alta e afinação baixa das guitarras, beirando o djent. Os fãs tradicionais do estilo podem ficar tranquilos: foram intervenções pontuais que não fizeram o grupo tirar os dois pés do death metal melódico.

Segundo pilar, da melodia. Os destaques ficam para o tecladista Miska Ek e o vocalista Okko Solanterä. Discreto nas suas intervenções, Miska criou boas ambientações, efeitos de fundo e intervenções curtas, porém certeiras. Já Okko, uma revelação, consegue alternar seus vocais com facilidade, seja cantando de forma limpa, rasgada ou urrada, demonstrando muita versatilidade. Se vai conseguir replicar ao vivo essas variações na voz com essa mesma desenvoltura do estúdio…

Por fim, a gravação. Com a tecnologia de gravação digital cada vez mais acessível, ter um disco bem gravado já não é um diferencial, a questão é saber gravá-lo e o resultado aqui ficou muito bom. Juho Räihä, guitarrista do Swallow The Sun, assina a gravação que durou apenas três semanas. A mixagem e masterização ficaram por conta de Chris Clancy (Amon Amarth, Machine Head, Overkill, Kataklysm).

Os quarenta minutos de “Tides” (2025) passam rápido, as faixas estão bem niveladas, mas se for para apontar destaques, eu fico com a abertura “Beneath The Dark Waters” com uma intro bem legal de sintetizadores; “Ashes”, que teve a participação de Jaakko Mäntymaa (Marianas Rest, ex- ID: Exorcist) que tem baixo distorcido, bons vocais, teclados carregados, um trecho metalcore com parada bruta e peso na volta; “Welcome To This House Of Hate” (não se assustem com o começo techno/eletro) e seu refrão que vai soar bem ao vivo; “Fraction Of Eternity” que traz uma boa combinação de guitarra de metal moderno com bom refrão e a faixa título, quase um prog metal, bem agradável graças a bela voz de Okko.

Não é fácil ter um trabalho se destacando em um meio em que bandas como In Flames, Dark Tranquility, The Halo Effect lideram, mas aos poucos, o Horizon Ignited vai conquistando seu lugar no sol – ainda que lá no Norte escandinavo ele não seja tão quente assim.

Formação:

Okko Solanterä: vocais

Johannes Mäkinen: guitarra

Vili Vottonen: guitarra

Miska Ek: teclados

Jiri Vanhatalo: bateria

Jukka “jugi” Haarala: baixo

 

Faixas:

01 Beneath The Dark Waters

02 Ashes feat. Jaakko Mäntymaa

03 Baptism By Fire

04 Welcome To This House Of Hate

05 My Grave Shall Be The Sea (Leviathan Pt. II)

06 Prison Of My Mind

07 Fraction Of Eternity

08 Aurora’s Dance

09 Tides

10 Fragments