Resenhas

Hymns from the Apocrypha

Suffocation

Avaliação

9.5

As lendas do Death Metal de Nova York, o Suffocation está lançando seu nono álbum de estúdio, “Hymns from the Apocrypha”, via Nuclear Blast / Shinigami Records no Brasil, no dia 03 de novembro. O álbum teve seu processo iniciado em 2019 e durou até o verão de 2023 no hemisfério norte. Com temas como a intolerância religiosa, suicídio e a crueldade da humanidade, as nove faixas se aprofundam em um estilo Old School de fazer Death Metal, com melodias progressivas executadas com muita técnica, além de uma produção magnífica.

Primeiramente, vale lembrar que é o primeiro trabalho em estúdio da banda com o vocalista Ricky Myers, que substitui o lendário Frank Mullen, que esteva à frente da banda de 1988 até 2018, sendo o único membro original que restava.

Sem rodeios e introduções longas e atmosféricas, a porrada começa diretamente na boca de seu estômago, sem tempo de respirar ou processar o que está vindo. A faixa-título abre com maestria e é seguida de perto por “Perpetual Deception“, ambas com um trabalho impecável do baterista Eric Morotti, com reviravoltas, blast beats e uma velocidade absurda. Você só respira alguns segundos na entrada mais melódica de “Dim Veil Of Obscurity”, mas é como o descanso de academia, logo você tem que voltar pra série e aqui temos mais velocidade insana com riffs altamente técnicos e satisfatórios. Outra que conta com muitas mudanças de compasso é “Immortal Execration“, que busca um contraste bacana entre peso e melodia com seus solos arrastados e riffs com mais groove que as anteriores.

Seraphim Enslavement” é igualmente caótica e cheia de técnica, busca riffs mesclados entre a velocidade e palhetadas mais cadenciadas e entrega mais reviravoltas incríveis. “Descendants” tem a melhor performance da bateria no álbum, com blast beats que desafiam o compasso, viradas impecáveis e mudanças de andamento inesperadas. Tem também o primeiro destaque para o baixo de Derek Boyer, que praticamente conduz a melodia da faixa. “Embrace The Suffering” apresenta um riff mais harmônico e tem um solo bastante preciso. A bateria também desponta com alguns grooves bem encaixados e um trabalho ótimo nos bumbos duplos.

Delusions Of Mortality” fecha a parte de composições originais do álbum com uma energia intrincada, com certa cadencia em seus riffs, deixa a velocidade para momentos pontuais, com uma boa condução da bateria que domina o compasso de uma forma brilhante. Atenção no grave do baixo quase no final da faixa. Agora fechando o álbum de vez temos a regravação de “Ignorant Deprivation” com a participação ainda do vocalista Frank Mullen. Essa faixa esteve presente originalmente no álbum de 1993, “Breeding The Spawn“, e aqui tem uma roupagem moderna que respeita e melhora a original. Ganhou muito mais peso por conta da sua produção moderna e dá uma sobrevida para a faixa.

Temos o melhor lançamento de Death Metal do ano, com uma performance incrível da banda, uma produção limpa e pesada que deixa tudo muito bem nítido aos ouvidos. Mesmo sendo o primeiro álbum de estúdio com Myers, o mesmo já vinha se apresentando ao vivo com a banda há anos, então o entrosamento já estava alinhado e tudo soa orgânico, o que torna a audição muito prazerosa e satisfatória, fazendo esses 41 minutos parecerem pouco.

Tracklist:

01. Hymns From The Apocrypha
02. Perpetual Deception
03. Dim Veil Of Obscurity
04. Immortal Execration
05. Seraphim Enslavement
06. Descendants
07. Embrace The Suffering
08. Delusions Of Mortality
09. Ignorant Deprivation