Saiu nesta sexta-feira, 25, o clássico álbum “Balls to Picasso“, que ganhou uma roupagem nova e foi rebatizado como “More Balls to Picasso“. O álbum está disponível em formato físico e também nas principais plataformas de streaming.
O álbum é fruto de um processo de remixagem que Bruce realizou em todo o catálogo de sua carreira solo e os outros álbuns serão relançados em breve com mudanças. “Balls to Picasso“, que no primeiro momento se chamaria “Laughing in a Hide Bush“, foi o primeiro álbum solo do icônico vocalista a ganhar um lançamento com essa nova roupagem e ele prometeu relançar todos os outros álbuns, porém, nenhum terá tantas alterações como este “More Balls to Picasso” teve em relação ao que foi originalmente lançado.
Bruce Dickinson sentiu que havia necessidade de incluir novos elementos às músicas originalmente criadas por ele e seu ex-parceiro, Roy Z. Hoje ambos estão em litígio e o guitarrista, embora tenha gravado “The Mandrake Project“, o último álbum de estúdio com Bruce, ele sequer fez a turnê com o vocalista. Dentre as novidades, podemos observar colaborações como as dos brasileiros Antônio Teoli, que incluiu batidas tribais em “God’s of War“, do guitarrista Conrado Pensinato, que colaborou com novos arranjos na faixa “Shoot All The Clowns“, e do guitarrista brasileiro com origem Palestina, Adassi Adassi, que incluiu elementos em “Tears of the Dragon“.
Todas essas novas inclusões foram definidas por Bruce como “colocar mais bolas” no que havia sido feito originalmente, em um trocadilho utilizada por ele em relação ao título do álbum, que vem com duas faixas bônus: “God’s of War” e “Shoot All The Clowns“, que ganharam versões ao vivo, entretanto, gravadas em estúdio. Aqui a mixagem foi feita por Brendan Duffey, que foi orientado por Shay Baby, que por sua vez, produziu o álbum há 31 anos atrás.
Acontece que nem tudo no álbum teve um bom resultado. Apesar de a base do que foi feito em 1994 ainda estar presente, há coisas que descaracterizaram a obra original. Os novos arranjos em “Shoot All The Clowns” talvez sejam os maiores exemplos disso e quase colocaram tudo a perder. A nova versão para “Sacred Cowboys“, que ficou mais rápida, causa estranheza também. Lógico que o álbum não seria estragado nem mesmo se tivesse sido regravado por pseudo-artistas como Anitta, por exemplo.
Mas há coisas que Bruce conseguiu melhorar, como por exemplo, o baixo na música de abertura, a excelente “Cyclops“, ficou sensacional. O mesmo instrumento merece destaque também em “Fire“. Outro fator que aumentou a riqueza da obra foi a já citada batida tribal em “God’s of War“. Ele gravou essa parte utilizando instrumentos de percussão indígenas, no período em que morou em Manaus. A orquestração em “Tears of The Dragon” também ficou interessante.
As músicas de “Balls to Picasso” são atemporais, mas a sensação que fica é de que a obra original não deveria ter sido mexida. O original é lindo do jeito que foi concebido. Bruce correu um risco imenso, mas felizmente, o estrago causado foi mínimo. Entretanto, muitos, como este redator que vos escreve, ainda irão preferir o que foi lançado lá no passado.