Resenhas

Scorched

Overkill

Avaliação

9.0

Quatro longos anos se passaram, com uma pandemia no meio e finalmente o Overkill nos brindou com seu mais novo lançamento. Scorched é o 20° full-lenght deste adorável quinteto de Nova Jersey. Os caras quebraram o silêncio chegando com o pé na porta.

Este é o maior período em que a banda ficou sem lançar discos, e a culpa foi exatamente da pandemia. Uma vez que os integrantes já estavam trabalhando no vindouro disco desde 2020, a previsão inicial era de que o álbum fosse lançado em abril de 2021. Depois foi adiado para o segundo semestre de 2021, com um novo adiamento para o início de 2022. Depois, estabeleceu-se que não passaria deste corrente ano, como de fato não passou.

O sucessor de “The Wings of War” foi lançado nesta sexta-feira, 14, via Nuclear Blast, selo com o qual a banda vem lançando seus álbuns desde “Ironbound” (2010). No Brasil, a Shinigami mantém a parceria com a NB e ficará responsável por distribuir o disco por estas terras. Como o álbum foi registrado durante o pior período da pandemia, os músicos gravaram suas partes em suas próprias residências. Depois, todo o material foi enviado para Collin Richardson, que, do Reino Unido, fez a mixagem. Inclusive, o vocalista Bobby Blitz fez questão de agradecer à tecnologia no press-release.

Botando o disco para rolar, já sabemos que o Overkill não decepciona jamais, com exceção talvez do álbum “I Hear Black”, lançado há exatos 30 anos, que fez a banda descarrilar dos trilhos do Thrash Metal. Mas isso não acontece em “Scorched”. Os caras não ficaram presos ao passado, repetindo aqueles riffs dos anos 1980 que amamos. Eles incluíram uma roupagem bem moderna em sua sonoridade, o que, combinado com o excelente trabalho de Collin Richardson, deixou o som ainda mais pesado e complexo. Você vai ouvir as palhetadas nervosas da dupla Dave Linsk e Derek Tailer, além dos vocais inconfundíveis de Bobby Blitz.

Falando em Bobby Blitz, o cara resolveu inovar em “Fever” e canta de forma limpa em boa parte da música, o que é bem diferente do que estamos acostumados a ouvir do Overkill. Em “Wicked Place”, temos a inclusão de violoncelo, o que enriqueceu a composição. Mas se o leitor quer Thrash Metal, aqui temos de sobra: a faixa-título é arrebatadora e não poderia ser uma escolha melhor para abrir o álbum. “Know Her Name” traz em sua intro fortes influências de “Symptom of the Universe”, pelo menos nos riffs de sua intro. “Goin Home”, “Twist of The Wick” (a mais old-school do álbum) e “The Surgeon” também vêm na mesma pegada, esta última com uns grooves ali pelo meio.

São dez músicas distribuídas em um total de 51 minutos, que passam despercebidos. E a única coisa que você quer fazer ao terminar a audição é apertar o play novamente. O Overkill está de volta e com um baita álbum. Certamente, estará nas listas dos melhores deste ano de 2023. E neste momento, não há ainda um álbum recém-lançado que supere “Scorched“.