Resenhas

Steelbound

Battle Beast

Avaliação

8.0

A banda finlandesa Battle Beast chega ao seu sexto álbum de estúdio, “Steelbound”, lançado em 17 de outubro pela Nuclear Blast / Shinigami Records no Brasil. O grupo consolida aqui uma identidade musical e visual bem estabelecida, fruto de anos de evolução dentro da cena europeia de Heavy Metal. Com um som acessível, vibrante e extremamente polido, o Battle Beast reafirma sua fórmula de sucesso: um Heavy/Power Metal moderno com pitadas generosas de Hard Rock clássico, equilibrando peso e melodia com naturalidade.

A acessibilidade também se reflete na duração enxuta do álbum — são 10 faixas distribuídas em pouco mais de 38 minutos, o que torna a audição dinâmica e envolvente, sem espaço para excessos ou momentos arrastados. “Steelbound” é um disco direto ao ponto, que combina poder, refrães marcantes e uma produção de alto nível.

O grande destaque é a impressionante voz de Noora Louhimo, que exibe um alcance vocal espetacular. Sua performance alterna entre agudos arrebatadores e passagens melódicas de tirar o fôlego, sempre sustentadas por refrães cativantes. Muitas músicas são guiadas principalmente pelos teclados, enquanto os riffs de guitarra assumem um papel mais de sustentação — uma escolha estilística que pode causar estranhamento em alguns fãs mais tradicionais, mas que define bem o modo como a banda vem explorando sua identidade musical nos últimos anos.

O lado mais melódico do Battle Beast, por sua vez, pode lembrar bandas de Metal Sinfônico, embora aqui a orquestração não seja o elemento central. Essa diferença é o que mantém o grupo mais próximo do Power Metal, e essa característica aparece com força logo na faixa de abertura, “The Burning Within”, que apresenta um excelente equilíbrio entre riffs pesados e linhas de teclado grandiosas. Já a faixa-título, “Steelbound”, aproxima-se do território do Nightwish, com um refrão poderoso, melodia contagiante e atmosfera épica.

A faceta mais acessível da banda se manifesta em “Here We Are”, uma faixa de estrutura simples e refrão altamente pegajoso, com potencial para tocar até em estações de rádio voltadas ao rock. Na mesma linha está “Twilight Cabaret”, que mantém o clima leve e dançante, com teclados brilhantes e uma pegada quase teatral.

Por outro lado, o álbum também oferece momentos de maior peso. “The Last Goodbye” traz um compasso acelerado, com riffs cortantes e solos de guitarra bem marcantes, resgatando o lado mais tradicional do Metal. Na sequência, “Angel of Midnight” segue a mesma trilha — ainda que de forma mais contida — equilibrando guitarras fortes e um refrão memorável, reforçando a veia Power da banda.

A que mais se aproxima do Metal Sinfônico propriamente dito é “Blood of Heroes”, com arranjos orquestrados, melodia envolvente e uma performance vocal soberba de Noora Louhimo. Já na reta final, “Riders of the Storm” surge como um ponto alto, cheia de energia e espírito heroico, lembrando o tipo de som que o Sabaton costuma entregar. O encerramento com “Watch the Sky Fall” amarra o disco com perfeição: uma faixa acelerada, melódica e grandiosa, com clima de fim de jornada, coro memorável e um fechamento triunfante.

Steelbound” mantém viva a tradição do Battle Beast de unir melodia, potência e acessibilidade em um som impecavelmente produzido. A banda aposta em refrães marcantes, melodias afiadas e uma produção cristalina que reforça a direção escolhida — moderna, vibrante e feita para grandes palcos.

Mesmo com o som mais acessível, que pode soar “leve” para os fãs do Metal mais cru. A duração enxuta mantém o álbum dinâmico e fácil de ouvir, equilibrando peso e fluidez na medida certa. O resultado é mais uma coleção de hinos melódicos e refrães poderosos, reafirmando o lugar da banda como um dos nomes mais consistentes e carismáticos do estilo.

Tracklist:
01. The Burning Within
02. Here We Are
03. Steelbound
04. Twilight Cabaret
05. Last Goodbye
06. The Long Road
07. Blood Of Heroes
08. Angel Of Midnight
09. Riders Of The Storm
10. Watch The Sky Fall