Resenhas

The Sick, The Dying… And The Dead!

Megadeth

Avaliação

8.5

Com quase 40 anos de banda, Dave Mustaine já não precisa provar nada a ninguém. Passando por altos de baixos com o Megadeth, desde o ápice nos anos 90, um câncer na garganta, até a polêmica demissão de David Ellefson, Mustaine sempre se mostrou disposto a entregar o melhor trabalho possível em todos os álbuns da lendária banda de Thrash. Eis que chegamos ao décimo sexto álbum de estúdio, “The Sick, The Dying… And The Dead!”, lançado em 2 de setembro de 2022 via Universal Music e a expectativa não poderia estar mais alta.

Com a formação definida para o álbum, com Kiko Loureiro na guitarra, Dirk Verbeuren na bateria e Steve Di Giorgio oficialmente confirmado no baixo, as gravações ocorreram entre 2019 e 2021, com uma tumultuada saída de David Ellefson no meio disso tudo. Di Giorgio então assumiu as regravações das linhas de baixo, além de tocar com a banda em turnê, fechando assim o ciclo das gravações e chegando ao lançamento.

Musicalmente, você encontra um pouquinho de cada coisa que o Megadeth já fez ao longo da carreira, desde o Thrash mais agressivo como nos singles magistrais “Night Stalkers” e “We’ll Be Back”, além da veloz “Célebutante”, até músicas que abordam o Heavy Metal mais tradicional, como “Junkie” e “Killing Time”.

Um parágrafo para falar sobre a faixa-título, que abre o álbum de forma magnífica, com um andamento empolgante da bateria, com ótimos riffs de uma parceria perfeita entre Mustaine e Kiko. Até uma ponte acústica aparece na faixa, que ao seu final ainda tem um solo impecável.

Com a base no Thrash ainda temos a ótima “Life In Hell”, com ótimas linhas de bateria de Dirk, a incrível “Dogs Of Chernobyl”, que tem uma linda intro acústica, começa cadenciada e vai crescendo até ganhar uma velocidade incrível, uma das mais bem trabalhadas do álbum.

Vale destacar a ótima “Soldier On!”, que remete muito aos álbuns “The System Has Failed” e “United Abominations”, onde harmonias na guitarra dão um tom melódico que enriquecem a composição. “Mission To Mars” começa com uma ótima linha de baixo e um riff com um tom dramático, ao final, uma mudança de ritmo e a faixa fica mais veloz, com a voz de um piloto se comunicando com a base ao que parece ser uma ordem de ataque.

A já citada “We’ll Be Back” fecha o álbum de forma perfeita, com um nível de adrenalina altíssimo. Aqui é onde aparecem riffs pesados, um refrão com o tom melodioso e os melhores solos de Kiko e Mustaine. Fechamento formidável.

A produção do álbum é muito competente. Ela ficou a cargo do próprio Dave Mustaine junto com Chris Rakestraw. Mixagem é cristalina e soa um pouco mais polida do que “Dystopia”, mas ainda é difícil dizer se supera o mesmo, talvez com o tempo uma resposta mais definitiva possa ser dada. No mínimo, está no mesmo nível e com certeza figura entre os melhores trabalhos dos anos 2000.

Mustaine parece ter achado um tom confortável e não parece mais forçar tanto sua voz, o que acabava incomodando, principalmente nas performances ao vivo. Agora o que temos que torcer é para que essa formação dure pelo menos mais um álbum, pois o entrosamento parece perfeito, principalmente entre o líder e Kiko, que deu um upgrade inimaginável para a banda e para ele mesmo. Vida longa ao Megadeth!

Tracklist:

01. The Sick, The Dying… And The Dead!
02. Life In Hell
03. Night Stalkers
04. Dogs Of Chernobyl
05. Sacrifice
06. Junkie
07. Psychopathy
08. Killing Time
09. Soldier On!
10. Célebutante
11. Mission To Mars
12. We’ll Be Back

Formação:

Dave Mustaine – vocal/guitarras
Kiko Loureiro – guitarras
Dirk Verbeuren – bateria
Steve Di Giorgio – baixo