O Memory Remains de hoje traz o mais novo quarentão da cena: trata-se de “Killers”, o segundo álbum desta verdadeira instituição do Heavy Metal que atende pelo nome de Iron Maiden, que foi lançado em 2 de fevereiro de 1981.
A banda vinha do seu excelente disco de estreia, lançado um ano antes. As novidades eram a estreia do guitarrista Adrian Smith em lugar de Dennis Straton e do produtor Martin Birch, que assinaria os próximos álbuns da banda até Fear of the Dark, em 1992. É também o último álbum com o vocalista Paul Di’Anno, que seria demitido por abuso de drogas e álcool. Di’Anno que hoje se encontra em péssimo estado de saúde e que nós torcemos pela sua recuperação.
Com essas mudanças, a banda adentrou no “Battery Studios”, onde permaneceu entre os meses de novembro de 1980 e janeiro de 1981 e saíram de lá com essa verdadeira pérola. O álbum possui duas versões, a britânica e a americana, esta última lançada pouco tempo depois e que contém uma faixa a mais. Vamos destrinchar as faixas da versão britânica.
“The Ides of March” abre o disco e é uma breve intro, com bastante melodia. A clássica Wratchild chega mostrando a banda chutando a porta. É uma música para ninguém colocar defeito. Seu clima mais Hard é perfeito. Essa é a única música do play que foi executada ao vivo durante um longo tempo.
“Murders in the Rue Morgue” é baseada em um conto homônimo do escritor Edgar Allan Poe. Musicalmente é um baita Metalzão, onde a NWOBHM exala por todos os lados. Steve Harris dá seu espetáculo com suas linhas de baixo e os famosos duetos de guitarras, que fariam o Iron Maiden se tornar conhecido, já começavam a dar as caras. A curiosidade é que essa música foi composta anos antes do primeiro álbum.
“Another Life” tem bastante energia, tem algumas mudanças de andamento, chegando inclusive a ficar bem rápida por alguns segundos. Mas no geral o que dita o ritmo são os duetos de Dave Murray e o novato Adrian Smith. “Genghis Khan” é a segunda instrumental do álbum, fazendo de Killers o único álbum do Iron Maiden a ter mais de uma canção sem vocal. Ela é bem trabalhada e cheia de mudanças de andamento.
A segunda metade da bolacha chega com o baixo cavernoso de Steve Harris anunciando “Innocent Exile”, uma faixa que traz de volta a veia Hard/Progressivo do quinteto britânico. A faixa título vem a seguir, novamente trazendo Steve Harris e suas excelentes linhas de baixo na introdução e a música se desenvolve no Metal Tradicional de extrema qualidade.
A versão estadunidense traz a faixa “Twilight Zone” na sequência, mas estamos analisando a versão britânica, que traz a faixa “Prodigal Son”, do alto de seus seis minutos, é a faixa mais longa do play. Sua intro é bem longa e a música no geral é bem mais calma do que as demais, podendo ser classificada como Rock Progressivo, inclusive, lembrando muito o Rush dos anos 1970. Essa é uma das minhas favoritas do play.
“Purgatory” traz de volta a veia do Metal Tradicional ao play em uma música que é bem rápida. E muito boa também. E “Drifter” fecha o play de maneira enérgica e com mais da NWOBHM, com direito a mudanças bruscas no andamento e um solo muito melódico. E assim temos um belo disco, que cumpre bem o seu papel em 41 minutos de pura diversão em forma de música, ainda que a produção deixe bastante a desejar, as músicas compensam pela qualidade que possuem
“Killers” foi disco de ouro na Alemanha, França, Estados Unidos, Reino Unido e na Suécia e ganhou platina no Canadá. Além disso, ficou em 10° lugar nas paradas da Alemanha, 11° na Suécia, 12° no Reino Unido, 18° na Finlândia, 19° na Noruega, 20° na Áustria, 41° na Nova Zelândia e 78° na “Billboard 200”. Além de ser um álbum que influenciou toda uma geração. Não é para qualquer um.
Enquanto o Iron Maiden comemora os 40 anos de Killers, fica a nossa expectativa acerca de um novo álbum de inéditas do agora sexteto e também a expectativa de que as coisas se normalizem para que possamos prestigiar mais uma vez a banda sendo headliner da noite do Metal no Rock in Rio, se este vier a acontecer esse ano conforme previsto. O otimismo deste redator que vos escreve não é alto no que diz respeito a realização deste festival, devido ao cenário devastador que este vírus maldito tem nos proporcionado, mas o que move os fãs é a esperança é o que move o ser humano. O importante é que a banda estará na ativa tão logo as coisas melhorem. Longa vida para a Donzela de Ferro
Killers – Iron Maiden
Data de lançamento – 02/02/1981
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – The Ides of March
02 – Wratchild
03 – Murders in the Rue Morgue
04 – Another Life
05 – Genghis Khan
06 – Innocent Exile
07 – Killers
08 – Prodigal Son
09 – Purgatory
10 – Drifter
Formação:
Paul Di’Anno – vocal
Steve Harris – baixo
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Clive Burr – bateria