Há 32 anos, em 22 de junho de 1993, o Death, saudosa banda capitaneada pelo eterno Chuck Schuldiner, lançava o seu quinto álbum, o poderoso e extremamente técnico “Individual Thought Patterns”, o qual iremos contar a história no nosso Memory Remains deste domingo.
E aqui a genialidade de Chuck atinge níveis altíssimos, onde podemos encontrar várias passagens em que as influências do Jazz se mostram presentes, aliados ao poder do Heavy Metal extremo que a banda praticava. A banda vinha do aclamado álbum “Human“, mas com o homenageado hoje, eles alcançariam outro patamar, cujo ápice seria no derradeiro álbum da banda, “The Sound of Perseverance“, lançado 5 anos depois.
Gravado e mixado no clássico “Morrisound Studios” e com produção do gigantesco Scott Burns, a bolacha fora lançada pela “Relativity Records“. Conta com a participação do guitarrista Andy LaRocque, que estava sem agenda com King Diamond e marcaria a estreia do baterista Gene Hoglan. É também o último álbum a contar com Steve DiGiorgio no baixo. Ele ainda permaneceu na banda até 1995, saindo um pouco antes do início das gravações de “Symbolic“.
Em relação a participação de Andy LaRocque, o baixista Steve DiGiorgio lembrou que na época, Chuck Schundiler apenas queria que ele gravasse alguns solos e para isso, lhe enviou partes das músicas onde ele deveria criar e inserir tais solos. Ocorre que ao chegar lá e colocar em prática, todos no estúdio ficaram impressionados com a técnica do rapaz. Ele é bom mesmo, a grande prova disso é que segue até hoje com King Diamond. Fez um excelente trabalho, mas não pôde sair em turnê com a banda e acabou saindo, dando lugar a Ralph Santolla.
No ano de 2021, Andy LaRocque deu uma entrevista, quando lembrou o período no estúdio com o Death. Ele minimizou os elogios, dizendo que preparou várias ideias e linhas de melodia alternativas para cada solo que ele tocou. Ele meio que improvisou nos solos que fez e o resultado ficou não menos que excelente. Teria sido muito interessante se ele pudesse participar da banda por mais tempo.
O álbum nos contempla com dez petardos, cada música mais avassaladora que a outra, em 44 minutos. Os grandes destaques ficam por conta da clássica “The Phillosopher“, além de outras canções, como “Overactive Imagination“, “In Human Form“, “Jealousy“, “Trapoed in Corner“, a faixa-título e “Out of Touch“. Temos muito peso, velocidade e complexidade musical, tudo que a gente quer é colocar a bolacha para repetir, porque música boa é assim: nunca nos cansamos de escutá-la.
“Individual Thought Patterns” é visto como uma espécie de continuação do álbum anterior, “Human“, onde a banda segue explorando composições mais progressivas e sofisticadas, ao mesmo tempo que mesclam com elementos do Death Metal, fazendo com que o Death tivesse uma sonoridade diferenciada, se comparada às outras bandas do estilo.
A receptividade foi a melhor possivel. A crítica especializada não poupou os elogios para Chuck Schundiler e seus companheiros. A revista “Guitar Player” compilou uma lista, intitulada “Top 20 Álbuns de Metal” e o nosso homenageado está incluído nela. Em outubro de 2011, a Relapse relançou o álbum com uma nova mixagem e deu a oportunidade de o fã que ainda não tinha adquirido, pudesse ter a sua cópia.
O álbum alcançou a posição de número 86 nas paradas do Reino Unido, além de uma honrosa 30ª posição na categoria Heatseakers, da “Billboard“. A banda ainda produziu um videoclipe para a música “The Phillosopher“, que veiculou na MTV e também virou paródia no programa Beavis & Butt-Head, onde a dupla confundiu o garoto do vídeo com o mesmo garoto que estrelou o vídeo de “Jeremy“, do Pearl Jam, dois anos antes. Eles também zoaram do vocal de Chuck Schundiler. Tudo não passava de uma simples brincadeira, já que o Death sempre foi uma banda incrível e merece todo nosso respeito. E um pouco de bom humor nunca é demais, não é mesmo, caro leitor?
Vamos então celebrar este disco, que passou dos trinta, e assim como outros, envelhece muito bem, obrigado. E é uma pena que uma pneumonia, aliado ao maldito câncer tenham tirado a vida deste, que talvez fosse o músico mais brilhante da cena Metal, encerrando assim, de forma prematura, a carreira desta banda que foi uma das mais relevantes. Talvez subestimada demais, mas aqui está a nossa homenagem e como eu sempre escrevo por aqui: eu ouço gente morta!
Individual Thought Patterns – Death
Data de lançamento – 22/06/1993
Gravadora – Roadrunner
Faixas:
01 – Overactive Imagination
02 – In Human Form
03 – Jealousy
04 – Trapped in a Corner
05 – Nothing is Everything
06 – Mentally Blind
07 – Individual Thought Patterns
08 – Destiny
09 – Out of Torch
10 – The Philosopher
Formação:
Chuck Schuldiner – vocal/ guitarra
Steve DiGiorgio – baixo
Gene Hoglan – bateria
Andy LaRocque – guitarra (músico contratado)