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Bruce Dickinson e Orquestra empolgam com espetáculo de clássicos no Vibra SP

Bruce Dickinson e Orquestra empolgam com espetáculo de clássicos no Vibra SP

17 de abril de 2023


* Crédito das fotos: Bárbara Matos/Headbangers News

Deep Purple: para mim, um dos “pais de todos” da música pesada, junto com Led Zeppelin e Black Sabbath!

Bruce Dickinson: “O” pai de todos quando o assunto é vocal no Heavy Metal! Nada mais natural do que Deep Purple ser uma das grandes influências na vida de Bruce, que é declaradamente fã da banda e faz o possível para homenageá-la quando pode. Ao juntar esses elementos numa apresentação fantástica de “Concerto for Group and Orchestra”, composta por Jon Lord em 1969 e executada em conjunto com a Royal Philharmonic Orchestra, temos um espetáculo surpreendente e magnífico, com a orquestra e a banda atuando em conjunto e beirando a perfeição, empolgando e trazendo deleite para os ouvidos, pois, querendo ou não, todo fã de Heavy Metal deve estar acostumado com a música clássica sendo utilizada como base, misturando seus elementos ou até mesmo fazendo parte de muitas de suas músicas preferidas.

Aqui no Brasil, quem acompanha o espetáculo é uma orquestra que tem como base a OSESP, com adição de outros músicos, regida pelo grande Paul Mann, que auxiliou na recuperação da obra original de Jon Lord após seu extravio. Completam o grupo Kaitner Z Doka (Jon Lord e Ian Paice) na guitarra, Tanya O’Callaghan (Whitesnake) no baixo, John O’Hara nos teclados (Jethro Tull), Bernard Welz (Jon Lord e Don Airey) na bateria e Mario Argandonia (Scorpions) na percussão.

O primeiro ato, com três movimentos, foi explicado por Bruce: “Moderato – Allegro”, em que a banda e a orquestra não se gostam e ficam competindo para mostrar quem é melhor; “Andante”, onde temos a entrada dos vocais e a parte mais triste; “Vivace – Presto”, é quando a banda e a orquestra têm a percepção de que podem se apresentar em conjunto.

A descrição de Dickinson é perfeita e a apresentação segue exatamente esse roteiro, com Moderato sendo finalizado com um solo (na acepção da palavra) de guitarra após os vários “duelos” entre banda e orquestra. Em seguida, temos toda a melancolia de Andante, com Bruce entrando após alguns minutos de instrumentais perfeitos e finalizando com a integração total de Vivace, com todos mostrando o poder da banda e da orquestra tocando juntas.

Algo comum em apresentações de orquestras é o intervalo, que teve quinze minutos e foi finalizado por uma propaganda da cervejaria brasileira que tem parceria com a banda Iron Maiden, mais precisamente com Bruce Dickinson, mostrando todo o seu talento para o marketing, além da esgrima, aviação, história… e voltamos com “Tears of the Dragon” para Bruce mostrar como seu vocal continua poderoso, com o público cantando em uníssono, seguida pela grandiosa “Jerusalem”. Confesso que senti falta de mais uma música de sua carreira solo e “Man of Sorrows” caberia perfeitamente no tema e no setlist do show.

Depois, temos toda a merecida homenagem ao Deep Purple, com “Pictures of Home”, “When a Blind Man Cries”, “Hush” e “Perfect Strangers”. O que Bruce Dickinson faz na execução dessas músicas é impressionante: ele canta, dança e claramente se diverte! O tecladista John O’Hara também arrasa e lembra muito a expressão de Jon Lord nos originais.

No encore, não poderia faltar “Smoke on the Water”, com o público cantando e ficando em pé para curtir e balançar o corpo à vontade. Ainda tivemos a surpresa de “Burn”, com o pessoal da pista colando no palco e agitando como se não houvesse cadeiras.

Foi uma apresentação perfeita e memorável, como todo clássico deve ser, apesar da sensação de que mais músicas poderiam ser adicionadas ao setlist.

Galeria do show