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Fear Factory: Peso e precisão marcam o retorno da banda ao país

Fear Factory: Peso e precisão marcam o retorno da banda ao país

8 de junho de 2023


Crédito das fotos: Tamires Lopes/Headbangers News

Os fãs de metal pesado tiveram um encontro memorável na última terça-feira (07). Com a casa cheia desde o começo, o Fabrique Club recebeu os veteranos Skin Culture e Korzuscomo bandas de abertura para o Fear Factory. Retornando ao Brasil com nova formação, o time comandado por Dino Cazares fez uma apresentação de encher os olhos, recebendo fãs muito bem aquecidos com excelentes shows das bandas nacionais.

O Skin Culture vem celebrando 19 anos de estrada em grande estilo. O time formado por Shucky Miranda (vocal), Fred Barros (guitarra) e Diego Santiago (baixo) recebeu Cris Oliveira na bateria. O filho de Rodrigo Oliveira, baterista do Korzus, substituiu Rafael Ferreira, também baterista do Caravellus, que não pode vir dos Estados Unidos para o show. Cris, inclusive, usou a mesma bateria do pai, que tocaria logo em seguida. Cheios de peso, misturando estilos como Groove Metal, Djent e Deathcore, o grupo começou com “Fall on Knees”, música do último disco “Lazarus Eclipse”, e “Supernatural Catastrophic”, segunda faixa do “Murdernation”, de 2015. Depois de “Breathing Sulfur”, também do último álbum, a banda recebeu Sérgio Ogrês, vocalista do Punição, para cantar “Set Me Free”, faixa de abertura do disco “The Flame Still Burn Strong”, de 2014. A banda fez um belo discurso em homenagem aos antigos baixista e empresário, ambos falecidos na pandemia, dedicando o show a eles. “Bring Me Back To Life” e “An Ocean of Lamentation”, ambas do disco de 2015, precederam “Suicide Love”, última faixa de “Lazarus Eclipse”, responsável por finalizar o excelente show.

Na sequência, o Korzus subiu ao palco. Veteranos do metal nacional, o grupo carrega a bandeira do Thrash Metal no país há 40 anos, tendo participado até do segundo S.P. Metal, importantíssimo split lançado em 1985. O grupo formado por Marcello Pompeu (vocal), Antonio Araújo e Heros Trench (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria), em todas as apresentações, mostram o quanto são apaixonados pelo que fazem. “Guilty Silence”, faixa que abre “Ties of Blood”, de 2004, deu início ao show. “Raise Your Soul”, do “Discipline of Hate”, teve “You Can’t Stop Me” na sequência, último single da banda, lançado em 2021. Antes de “Never Die”, Pompeu afirmou que enquanto um headbanger ainda estiver feliz em vê-los no palco, o metal nunca morrerá. A banda voltou no tempo com “Beware” e “Namesake”, ambas do clássico “KZS”, de 1995. Depois de “What are You Looking For”, também do álbum de 2004, o grupo seguiu para o último bloco de músicas. “Discipline of Hate” e “Truth”, um grande marco do penúltimo disco, deram espaço para “Correria” encerrar o potente show dos Paulistas. O show só mostrou como o Korzus merece sempre a atenção do público.

Depois de um atraso de 20 minutos, a casa veio abaixo com o Fear Factory subindo no palco. Os fãs estavam extremamente animados com o retorno da banda ao país depois de 8 anos. Com o tema de “Exterminador do Futuro 2” tocar nos PA’s, “Shock” e “Edgecrusher” foram responsáveis por abrir a apresentação. Na entrevista que Dino Cazares deu para nosso site, ele enfatizou sua preocupação de sempre escolher os melhores músicos para integrar o Fear Factory. Isso foi provado no palco durante o show. A precisão e o peso da banda enquanto tocavam era algo de impressionar. O som, mais alto que o dos outros shows da noite, estava próximo de estar quase alto o suficiente para ser incômodo, mas não chegou a atrapalhar. O peso do baixo de Tony Campos chegava a, literalmente, tremer o chão. Não só do baixo, mas a potência que a banda aplica no palco é algo que precisa ser destacado. “Recharger”, que faz parte do “The Industrialist”, disco que conta com baterias programadas, foi possível ser assistida com as baterias ao vivo de Pette Webber, também baterista do Havok, que mostrou como foi uma boa escolha para a banda. “Dielectric” e “Soul Hacker”, ambas de “Genexus”, deram sequência ao show, seguidas por “Powershifter”, “Disruptor” e “Linchpin”. Durante a noite toda, era possível ver moshs se formando no meio do público, muito empolgados. Voltando ao “Obsolete”, disco que completa 25 anos em 2023, “Descent” foi executada e teve “What Will Become” em seguida. Dino brincou que “Archetype” nunca havia sido tocada antes, mas que tocaria para o público paulista, fazendo a alegria dos fãs. O trio de músicas de “Demanufacture”, de 1995, se iniciou com a faixa título do disco, seguida de “Zero Signal”, música que compõe a trilha sonora do filme “Mortal Kombat” desse mesmo ano e finalizado com “Replica”. “Martyr” e a pesada “Scapegoat”, ambas de “Soul of a New Machine”, abriram caminho para o encerramento da apresentação com “Ressurrection”, cantada por todos junto com Milo Silvestro, novo vocalista da banda.

Em sua apresentação, o Fear Factory fez juz à sua grande história com clássicos de peso durante a passagem pelo Brasil. A nova formação demonstrou o peso e a precisão de forma fantástica. Os três shows foram de encher os olhos, fazendo a noite de terça-feira se tornar memorável aos fãs da música pesada.

Galeria do show