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Memory Remains: AC/DC – os 25 anos de “Ballbreaker”, uma aula de Hard Rock

Memory Remains: AC/DC – os 25 anos de “Ballbreaker”, uma aula de Hard Rock

26 de setembro de 2020


Em 26 de setembro de 1995, o AC/DC lançava seu décimo-terceiro álbum de estúdio. E se “Ballbreaker” não foi na época muito bem recebido pela crítica, ele é tem um marco importante: a volta do baterista Phill Rudd, que havia saído da banda em 1983 por divergências, principalmente com Malcolm Young.

Era o primeiro álbum que a banda lançaria após um hiato de 5 anos entre “The Razors Edge“, que fez aniversário recentemente. E a produção, ficou a cargo de Rick Robin, sobre o qual Malcolm Young deu a seguinte declaração:

“Rick Robin não é um roqueiro. Tenho certeza disso. Nunca mais vamos fazer outro trabalho com ele, para ser honesto, o cara era um impostor.”

Se “Ballbreaker” pode não ter superado “The Razors Edge“, porém, tem seus bons momentos. E em 49 minutos temos aquele Hard Rock caprichado com o selo de qualidade do AC/DC. E em decorrência dos desentendimentos entre banda e Rick Robin, Mike Fraser, que atuava com engenheiro de som neste play, acabou assumindo a produção das partes finais.

Temos a abertura com a sensacional “Hard as a Rock“, com os riffs sem distorção alguma dos irmãos Young em uma música que é estupenda, na qual os vocais rasgados de Brian Johnson se destacam. Essa foi a primeira música da banda que eu conheci, através da MTV, antes mesmo de saber que a banda havia eternizado clássicos como “TNT“, “Back in Black” e “Shoot to Thrill“, por exemplo.

Cover You in Oil” é aquela música meio Hard, meio Blues, que o AC/DC sempre fez de maneira competente e que nunca soa repetitiva. “The Furor” tem uma pegada bem Country, que aliada ao peso das guitarras soa excepcional. Um solo magistral abrilhanta mais a faixa.

Boogie Man” é bem bluesy, calminha, que nos remetem aos filmes sexys, é a imagem que nos vem à cabeça ao escutar esse sonzão, em que mais uma vez brilha o solo. Em “The Honey Hall” temos um AC/DC ainda com fortes influências do Blues, mas aqui soando como na década de 1970. Poderia facilmente estar incluso em um álbum como “High Voltage” ou “Powerage“, por exemplo. Muito boa.

Burnin’ Alive” é uma das melhores do disco, um Hard Rock puro e simples que somente essas feras da Austrália são capazes de produzir. Outra música em que o solo brilha. “Hail Caesar” é aquela faceta Hard Rock do AC/DC que combina com festas, uma música com essa cara alegre, em que o ouvinte se imagina em um bar tomando uma bela cerveja gelada num ambiente pra lá de descontraído. É isso que o som do AC/DC nos remete.

“Love Bomb” é mais pesada, com solos bem elaborados, bons riffs de guitarra e um refrão poderoso. “Caught With Your Paints Now” começa mais devagar, nos dando a impressão de que será uma música mais calma, mas logo ela fica mais rápida à medida que se desenvolve, se tornando uma das minhas favoritas. E um solo bem bluesy, sendo um pouco mais rápido, como pede uma música. Perfeita.

“Whiskey on the Rocks” é um título sugestivo para este redator que trabalha como bartender e tem este destilado como um de seus favoritos. Aqui temos outra faixa com pitadas country que ganham força com o peso das guitarras. Muito boa. E o fechamento do álbum não poderia ser melhor e com a melhor faixa do play: “Ballbreaker”, aquele blues pesadíssimo que desafia a inércia do ouvinte. Impossível não banguear com esse som maravilhoso e um solo bastante técnico.

E em 49 minutos temos um AC/DC fazendo o que dele se espera: um Hard Rock com qualidade ímpar e que nunca soa repetitivo. A minha relação com este disco é mais que especial, pois foi o primeiro da banda que eu escutei e simplesmente pirei. Depois descobri que os caras havia produzido obras ainda mais sensacionais, mas “Ballbreaker” foi a minha porta de entrada para uma das maiores bandas da cena. Um disco que chegou ao 1º lugar no chart da Austrália; Na “Billboard 200” alcançou o 4º lugar e na “UK Albums Chart” ficou nem 6º. Então vamos celebrar este disco, desejando longa vida ao AC/DC. E este desejo só aumenta mais depois dos recentes rumores de que Brian Johnson estaria retornando ao lugar de onde ele jamais deveria ter saído. Esperaremos pelo final desta pandemia para que tenhamos mais novas notícias deste clássico grupo australiano.

Ballbreaker – AC/DC
Data de lançamento – 26/09/1995
Gravadora – Albert Productions

Lineup:
Brian Johnson – Vocal
Angus young – Guitarra
Malcolm Young – Guitarra
Cliff Williams – Baixo
Phill Rdd – Bateria

Tracklisting:
01 – Hard as a Rock
02 – Cover You in Oil
03 – The Furor
04 – Boogie man
05 – The Honey Roll
06 – Burnin’ Alive
07 Hail Caesar
08 – Love Bomb
09- Caught With Your Paints Down
10 – Whiskey on the Rocks
11 – Ballbreaker