Memory Remains

Memory Remains: Black Sabbath – 32 anos de “Tyr” e Tony Iommi estabilizando a formação

Memory Remains: Black Sabbath – 32 anos de “Tyr” e Tony Iommi estabilizando a formação

20 de agosto de 2022


Em 20 de agosto de 1990, o Black Sabbath lançava “Tyr“, o 15° álbum da discografia dos criadores do Heavy Metal e que é assunto do nosso Memory Remains deste sábado. Vamos contar um pouco da entrada da banda na década de 1990.

O Sabbath tentava se manter de pé, tendo apenas Tony Iommi como membro original. Era o terceiro álbum com a mesma formação, que tinha o tecladista Geoff Nicholls (este já estava na formação  desde o álbum “Heaven and Hell“, de 1980), o baterista Cozzy Powell e o vocalista Tony Martin. É o único álbum com a presença do baixista Neil Murray.

O título do álbum e de algumas das músicas contidas aqui nos remetem à mitologia norueguesa, o que pode erroneamente fazer com que nós concluírmos que se trata de um disco conceitual, o que não é. E o baixista Neil Murray afirmou no ano de 2005 que embora o nome das músicas podem levar a crer nisso, na verdade a banda jamais pensou em criar uma obra conceitual.

O quinteto viajou até o estúdio Rockfield, no País de Gales, por onde eles ficaram trancafiados entre os meses de janeiro e junho de 1990. Tony Iommi e Cozzy Powell assinaram a produção. A masterizacão aconteceu no Townhouse. As letras foram todas escritas por Tony Martin, enquanto que o restante da banda escreveu as músicas. Vamos viajar pelas nove músicas contidas aqui.

Anno Mundi” começa com ares de balada, mas ela cresce, tornando-se uma boa canção de Hard Rock. A voz de Tony Martin é muito boa e Cozzy Powell tem uma bela performance aqui. A verdade é que a sonoridade em nada tem a ver com o Black Sabbath que conhecemos, mas quer saber? Ficou excelente. Em “The Law Maker“, temos um Black Sabbath soando Power Metal (!!). Isso mesmo, caro leitor. Não se assuste. É simplesmente a banda que criou toda essa bagaça, explorando outras vertentes do Metal e se dando bem. A música é enérgica e garante bons momentos ao álbum. O pai Iommi traz um belo solo, além de bases espetaculares.

Em “Jerusalem“, o quinteto volta a explorar o Hard Rock, trazendo uma música bem estruturada, com belas harmonias. Iommi novamente brilha no solo e Tony Martin soltou novamente sua voz. Que talento tem esse rapaz. “The Sabbath Stones” é arrastada, densa e um tanto quanto sombria, porém, temperada com melodias no meio e o final ganha contornos épicos. Uma das mais belas músicas de toda a carreira da banda.

Se você está no vinil, é hora de virar o lado da grande bolacha, que abre com a intro “The Battle of Tyr” e a gente tem a impressão de que está ouvindo um álbum de Metal Sinfônico e não do Black Sabbath. A intro é breve e logo logo chega “Odin’s Court“, que traz Martin cantando, acompanhado somente de Tony Iommi no violão. É uma bela balada. Quando menos se espera, entra a pesada e densa “Valhalla“, o restante da banda volta a atuar. São três faixas, mas elas se parecem uma única música. Embora diferentes entre si, elas não possuem aquele intervalo de alguns segundos entre o final de uma e o início da outra.

Feels Good for me” é outra balada do álbum e na sua introdução, Iommi se inspirou nas guitarras do Scorpions. Cozzy Powell faz um bom trabalho na sua bateria e Martin segue mostrando porque foi o vocalista que mais gravou álbuns pelo Sabbath depois de Ozzy. “Heaven in Black” começa com uma bela performance de Cozzy Powell e a música vai navegando pelos mares do Hard ‘n’ Heavy. Bela música. Belo encerramento.

Em 39 minutos temos um álbum cuja audição é bastante agradável. Bem tocado, com bases simples, porém bem feitas. A produção ficou ótima e se você ainda não escutou, corra e venha desfrutar de um Black Sabbath moderno e diferente, porém, ótimo. Infelizmente nas turnês posteriores, a única música do aniversariante do dia que a banda incluiu nos shows foi “Anno Mundi“.

Em 1992, Tony Martin gravou um álbum solo, chamado “Back Where I Belong” e ele regravou a música “Jerusalem“. No mesmo ano de 1992, Iommi iria se reunir novamente com Geezer Buttler, Ronnie James Dio e Vinnie Appice para gravar o icônico álbum “Dehumanizer“. Porém, em 1994, a formação que tocou aqui em “Tyr” se reuniu para gravar o álbum “Forbidden‘.

O disco inspirou a banda norueguesa do mesmo nome. O vocalista do Týr, Hery Joesen, afirmou que a logo de sua banda, formada em 1998 foi criada a partir da capa do play. Nos charts a redor do mundo, a bolacha chegou a 12ª posição na Alemanha, 24° na Áustria, Suíça, Suécia e no Reino Unido, 57° no Japão e 77° na Holanda.

Hoje é dia de celebrar esse disco e também a história que Tony Iommi escreveu no Heavy Metal. Essa semana foi histórica, pois ele se reuniu com Ozzy Osbourne para tocar “Paranoid” e “Iron Man“, no encerramento dos jogos da Commonwealth. Será que teremos um retorno do Black Sabbath para uma turnê comemorativa? Vamos cruzar os dedos e ficar na torcida. Nós somos privilegiados por ser nascidos na mesma geração destes caras.

Tyr – Black Sabbath

Data de lançamento – 20/08/1990

Gravadora – I.R.S. Records 

 

Faixas:

01 – Anno Mundi

02 – The Law Maker

03 – Jerusalem

04 – The Sabbath Stones

05 – The Battle of Tyr

06 – Odin’s Court

07 – Valhalla

08 – Feels Good for me

09 – Heaven in Black 

 

Formação:

Tony Iommi – guitarra

Tony Martin – vocal

Cozzy Powell – bateria

Geoff Nicholls – teclado

Neil Murray – baixo