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Memory Remains: King Diamond – 18 anos de “The Puppet Master” e mais histórias de horror do mestre

Memory Remains: King Diamond – 18 anos de “The Puppet Master” e mais histórias de horror do mestre

21 de outubro de 2021


O Memory Remains desta quinta-feira, 21, vai tratar de “The Puppet Master“, o décimo primeiro álbum de King Diamond, que completa 18 anos de lançamento na presente data.

Como quase todos os discos do mestre King, este também é um álbum conceitual, onde a história gira em torno de um jovem casal que foi assistir a um show de marionetes em Budapeste, por volta do ano de 1700, porém, eles acabam sendo transformados em fantoches mortos-vivos pelo mestre dos fantoches e sua esposa. O álbum começa contando a parte final da história, com o narrador em um monólogo, contando os percalços passados por ele e tudo que testemunhou durante a sua vida.

Em seguida, a história volta a ser narrada 18 anos antes, quando o narrador faz parte da plateia que assiste a apresentação das marionetes em uma noite de Natal. As marionetes assustavam por seu tamanho real. O narrador fica assustado pois uma das marionetes começa a encará-lo como se fosse um ser vivo. Ao final do espetáculo, o narrador conhece uma jovem garota, Victoria, com quem ele compartilham a emoção por ter visto a apresentação dos fantoches. Os dois se beijam e acabam se casando, porém, Victoria não consegue voltar para casa depois de assistir a outro show dos fantoches e o seu amado vai em busca dela. Ao ir em busca de sua amada, o narrador testemunha a esposa do Puppet Master cometer um assassinato e a segue até o teatro, para onde ela carregou o cadáver dentro de um saco, porém, ao adentrar a porta do teatro, ele é golpeado por um agressor invisível.

Depois de acordar, ele percebe que os fantoches são feitos por corpos das pessoas mortas e que um dos bonecos tem os mesmos olhos azuis de sua amada Victoria. O casal maligno inicia um ritual para tentar fazer com que o narrador se torne também um dos fantoches, sua alma é retirada e seus olhos recebem vida eterna, como o fantoche que lhe chamou atenção na apresentação da qual ele testemunhou. Uma vez transformando em fantoche, ele consegue ver e sentir, mas não consegue se locomover. Ele e Victoria estão colocados frente a frente em prateleiras e ambos conseguem se comunicar com olhares. O Puppet Master tenta treinar Victoria para que esta se apresente sem cordas, mas ela provoca um acidente propositalmente e por isso é punida, sendo enviada para outro teatro, desta feita, em Berlim.

O casal ainda consegue se despedir e o narrador diz que concentrará seus esforços em reencontrar sua amada e que se isso não acontecer, que eles se encontrarão na morte. Na noite de natal ele se apresenta longe de sua amada, mas também provoca um acidente que arruína toda a apresentação. Com isso o narrador é vendido para uma loja onde é pregado em uma parede através do seu pescoço. Então a história termina sem que o narrador encontre Victoria, porém ao se perguntar onde sua amada poderia estar e sem que ele jamais soubesse, ela consegue escutá-lo.

A história é longa, não é mesmo, caro leitor? Mas é fascinante. Agora vamos a parte musical como sempre fazemos aqui. Produzido pelo próprio King Diamond, a bolacha foi gravada em quatro estúdios diferentes: “Los Angered Recording“, em Gotemburgo, Suécia; “Nomad Recording Studios“, em Dallas; “Solnasound Recording“, na Suécia e no “King’s House“, também no Texas. Vamos dar play na bolacha porque ainda temos muito o que falar sobre o disco:

Midnight” é uma breve intro na qual o narrador da história conta a parte final e a canção não chega a dois minutos de duração, quando entra a faixa título, que tem aquela sonoridade clássica da banda do mestre King. Muito boa por sinal. Mas é em “Magic“, que temos uma bela canção em um Power Metal empolgante, certamente um dos melhores momentos do álbum.

Jimmy Hubbard/Divulgação

Emerencia“, a faixa que trata da esposa do Puppet Master é bem trabalhada e traz uma mistura de elementos Prog e de Power, com bons riffs e um belo solo. “Blue Eyes” é pesada e densa, onde novamente o solo é o grande destaque e essa trata dos olhos azuis de Victoria, a amada do narrador da história. Excelente música. “The Ritual” tem riffs intrincados e uma bela levada. O disco chegou na metade do mesmo jeito que começou; ótimo.

No More me” tem um clima bem melancólico e algumas poucas partes de peso, em uma música que está um pouco abaixo que as demais. Felizmente, as coisas voltam aos eixos com “Blood to Walk” e seu Hard ‘n” Heavy bem agradável. A letra fala sobre a parte que o Puppet Master aplica sangue no casal para poder lhes dar vida. “Darkness” tem uma pegada arrastada nas estrofes enquanto que no refrão o andamento é um pouco mais veloz, com destaque para o bumbo duplo de Matt Thompson, que aliás, fez um trabalho impecável no play de uma maneira geral.

So Sad” é outra faixa com um clima down, mas também pudera, uma música com esse título não tem como ela ser de outra maneira. O solo aqui é perfeito e temos a participação da esposa de King, a bela Lívia Zita, fazendo um dueto interessante com o mestre. “Christmas” tem nova participação de Lívia Zita, que canta na intro e também no meio; a música se desenvolve alternando mudanças de andamento, ora mais rápida com influências da NWOBHM, ora mais cadenciadas, com riffs incríveis e pesados.

Living Dead” é o ato final e que música fantástica nós temos aqui. A banda vai intercalando em partes rápidas que se parecem com o Judas Priest e partes mais pesadas com clima de terror. Excelente música. Um final épico para um grande disco, que em 55 minutos mostra que um disco de King Diamond não tem como ser ruim e “The Puppet Master” é a constatação deste fato.

Existe uma versão limitada do álbum que vem com um DVD bônus, com a história do álbum contada pelo próprio King Diamond. O álbum alcançou a 24ª posição nos charts da Suécia, a melhor posição de um álbum de King Diamond naquele país.

Hoje é dia de celebrarmos esse baita play e também de agradecer por termos King Diamond ainda em ação. Nossa torcida é para vê-lo novamente em terras brasileiras enquanto todo esse pesadelo de pandemia misturada com fascismo aqui no Brasil não se finde. Enquanto isso, vamos tocando “The Puppet Master“. No volume máximo, por favor.

The Puppet Master – King Diamond
Data de lançamento – 21/10/2003
Gravadora – Metal Blade

Faixas:
01 – Midnight
02 – The Puppet Master
03 – Magic
04 – Emerencia
05 – Blue Eyes
06 – The Ritual
07 – No More me
08 – Blood to Walk
09 – Darkness
10 – So Sad
11 – Christmas
12 – Living Dead

Formação:
King Diamond – vocal/ teclado
Andy LaRocque – guitarra/ teclado
Mike Wead – guitarra
Hal Patino – baixo
Matt Thompson – bateria

Participação especial:
Lívia Zita – vocal adicional