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Memory Remains: Ozzy Osbourne – 26 anos de “Ozzmosis”  e a quase participação de Steve Vai no projeto

Memory Remains: Ozzy Osbourne – 26 anos de “Ozzmosis” e a quase participação de Steve Vai no projeto

24 de outubro de 2021


O Memory Remains deste domingo de primavera vai tratar de “Ozzmosis“, o sétimo álbum de estúdio de Ozzy Osbourne, que está completando 26 anos hoje e foi o álbum que fez o Madman repensar sua aposentadoria, que chegou a ser anunciada depois do lançamento de “No More Tears“.

O álbum encerra um hiato de 4 anos sem lançamentos do Madman. Em 1995, o estilo que estava em alta era o Poppy Punk. Bandas como Green Day, The Offspring, Rancid e Pennywise eram as bandas que dominavam o Mainstream. No Heavy Metal, o cenário era dominado por Sepultura e Pantera. Mas Ozzy chegava e era uma parada dura.

Se no antecessor, “No More Tears“, há colaborações de Lemmy Kilmister, dessa vez, Ozzy arriscou uma parceria com ninguém menos que Steve Vai, que quase participou do projeto, mas acabou declinando . O guitar-hero escreveu a música “My Little Man“. Também temos a volta da parceria de Ozzy com seu antigo companheiro de Black Sabbath, o baixista Geezer Butler, o que não acontecia há 17 anos, desde “Never Say Die!“, o último álbum de Ozzy antes de sua saída da banda que criou o Heavy Metal. O icônico tecladista Rick Wakeman, fundador do Yes, também participou das gravações do álbum.

Para a produção, Ozzy recrutou Michael Beinhorn, que também participou gravando algumas partes de teclados. E para a gravação, quatro estúdios foram utilizados: “Guillaume Tell Studios“, em Paris e os estúdios “Right Track Recordings“, “Bearsville Studios” e o “Electric Lady Studios“, todos esses em Nova Iorque.

Embora a performance no álbum tenha sido boa, Ozzy relata que refez várias vezes suas partes, a pedido do produtor. Aspas para o frontman:

“Eu não me importava se nunca fizesse outro álbum de novo. Haveria esses jogos mentais de merda. Ele me deixava cantando o dia todo, e então eu terminava três quartos e ele dizia, ‘Sua voz parece cansada. Vamos pegar amanhã. ‘ E eu sabia que no dia seguinte ele diria: ‘Sua voz mudou. Vamos começar de novo.”

Chega de delongas e vamos destrinchar, uma a uma, todas as dez faixas que compõem o lançamento original, lembrando que em 2002 foi lançada uma edição especial, com duas faixas bônus e essas duas faixas não serão comentadas neste texto. Vamos lá:

E na faixa de abertura já temos uma amostra do que o mago Rick Wakeman é capaz de fazer no teclado. “Perry Mason” na verdade traz uma equipe coesa trabalhando em uma música bem feita. Os riffs pesados e modernos de Zakk Wylde, as viradas insanas de Deen Castronovo e o baixo inconfundível de Geezer Butler fazem desta uma música única. Foi lançada como single e fez bastante sucesso.

I Just Want You” traz o Madman falando de amor, uma coisa até então inimaginável. A música não chega a ser uma balada, mas é lenta e não tem o peso da faixa anterior, porém, é igualmente boa com seu clima atmosférico. Um vídeo para essa música foi produzido. “Ghost Behind my Eyes” vem a seguir e é ainda mais lenta, com mais jeito de balada. É bem tocada, mas não chega a empolgar.

Thunder Underground” traz consigo riffs bem pesados em uma música com andamento bem arrastado. Talvez o grande hit do play seja a música que vem a seguir: “See You on the Otherside“, outra balada repleta de boas melodias. Foi outra música lançada como single e que fez muito sucesso, inclusive em terras brasileiras. O solo de Zakk Wylde é algo sensacional. “My Little Man“, a composição de Steve Vai começa com os teclados dominando e ela caminha pelo Progressivo e tem novamente no solo de Zakk o ponto alto.

Tomorrow” é densa e carregada de certo peso. Não é ruim, mas não chega nem perto de ser um dos melhores momentos da bolacha. Outra vez, há que se destacar o solo de Zakk Wylde, esse monstro das seis cordas. “Denial” tem uma sonoridade mais moderna, embora obscura e bem tocada.

A reta final tem “My Jeckyl Doesn’t Hide“, com sua pegada Hard Rock e bastante pesada. Os riffs de Zakk Wylde estão excelentes e novamente Deen Castronovo aparece com viradas que, guardadas as proporções, lembram um certo Bill Ward. Certamente a melhor faixa do play para quem curte som pesado. E encerrando a bolacha, temos “Old L.A. Tonight” e um certo tom de melancolia, proporcionada pelos teclados, contrastando com a faixa que a antecedeu.

Em 56 minutos temos um álbum que tem seus bons momentos e a produção ficou impecável. As críticas foram bem mistas. Em questão de vendas, foi relativamente bem: foi certificado com Disco de Ouro no Japão, Platina no Canadá e dupla Platina nos Estados Unidos. Nos charts pelo mundo, Chegou ao 4° lugar na “Billboard 200” e também na Suécia, 9° na Finlândia, 22° no Reino Unido, 24° na Noruega, 26° na Nova Zelândia, 30° na Alemanha e 37° na Suiça. No mesmo ano, Ozzy esteve no Brasil se apresentando como Headliner do saudoso festival “Phillips Monsters of Rock” e apresentou algumas das músicas do aniversariante do dia para os brasileiros que foram prestigiá-lo, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Hoje é dia de celebrar esse play e de agradecer pelo fato de Ozzy ainda estar na ativa. Vamos torcer para que tudo se normalize para que possamos vê-lo em ação nos palcos mais uma vez. Ozzy é um patrimônio da humanidade e seu legado deve ser preservado. Nós da Headbangers News estamos fazendo a nossa parte. Ozzy lives forever.

Ozzmosis – Ozzy Osbourne
Data de lançamento – 24/10/1995
Gravadora – Epic

Faixas:
01 – Perry Mason
02 – I Just Want You
03 – Ghost Behind my Eyes
04 – Thunder Underground
05 – See You on the Otherside
06 – Tomorrow
07 – Denial
08 – My Little Man
09 – My Jeckyl Doesn’t Hide
10 – Old L.A. Tonight

Formação:
Ozzy Osbourne – vocal
Zakk Wylde – guitarra
Geezer Butler – baixo
Deen Castronovo – bateria
Rick Wakeman – teclado
Michael Beinhorn – teclado