Memory Remains

Memory Remains: Thin Lizzy – 48 anos de “Jailbreak” e o sucesso nos Estados Unidos

26 de março de 2024


Há 48 anos, em 26 de março de 1976, os irlandeses do Thin Lizzy lançavam “Jailbreak“, o sexto álbum da discografia e que é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.

O Thin Lizzy estava em um momento crucial em sua carreira, pois seus dois últimos álbuns, “Nightlife” e “Fighting“, lançados pela Vertigo, não venderam bem. E para uma grande gravadora, não interessa se a banda é uma grande referência ou não, o que importa são os números, as receitas que a banda gera com as vendas de discos. Então, “Jailbreak” era a última chance de fazer um disco comercialmente viável e assim se manter em uma major.

Eles se reuniram para escrever o material que viria a ser o aniversariante do dia, em um estúdio em Buckinghamshire, e depois zarparam para o Ramport Studios, em Londres, por onde ficaram entre os meses de dezembro de 1975 e fevereiro de 1976. Para a produção, o escolhido foi John Alcock. A razão para a escolha dele é que Alcock havia trabalhado naquele estúdio e poderia ajudar a melhorar o desempenho do álbum. Mas o trabalho não agradou aos membros da banda. Scott Gorham e Brian Robertson entenderam que o álbum foi terminado em um curto espaço de tempo. Gorham foi ainda mais além e se queixou principalmente pelo fato de não ter tido liberdade para improvisar nos solos.

Um dos problemas encontrados no estúdio foi com relação à música “Running Back“, cujos arranjos foram modificados, na tentativa de fazer com que a canção se tornasse comercial. O baixista/ vocalista Phil Lynott e o produtor John Alcock decidiram por contratar Tim Hinkley, que participou tocando teclado na música em questão, fato que desagradou por demais a Brian Robertson, que certa vez falou sobre o episódio:

Fiquei muito ofendido com [as mudanças]. Não conseguia entender por que eles pagariam uma fortuna a esse cara só por tocar o que ele fez. Ouça e me diga que não é besteira.

E “Running Back” acabou sendo a escolhida para ser o single. Haviam outras opções, como “The Boys Are Back in Town“, que era considerada agressiva demais para ser tocada em algumas rádios (N. do R: estamos falando de 1976, outros tempos. Se na época, o Thin Lizzy poderia ser considerado agressivo demais para tocar em rádios, imaginemos o que pensariam do Cannibal Corpse). Outra opção também, que foi descartada, era a música “Romeo and the Lonely Girl“, pois aparentemente ninguém se entusiasmou com a ideia.

Bolacha rolando, temos um álbum com nove canções em 35 minutos. É uma audição bastante agradável e que recebeu críticas positivas e uma ótima aceitação do público. E quanto a música “The Boys Are Back in Town“, certamente, a mais agradável do play, foi a que fez maior sucesso nos Estados Unidos, ganhando, inclusive, o Prêmio NME, de melhor single, no ano de 1976. O álbum alcançou o 5° posto no Canadá, 10° no Reino Unido, 18° na “Billboard 200“, 21° na Suécia e 51° na Austrália. Foi certificado com Disco de Ouro no Canadá, Reino Unido e nos Estados Unidos, sendo o único álbum do Thin Lizzy a ganhar tal certificação na terra do Tio Sam.

Com o álbum lançado, a banda caiu na estrada. Entretanto, durante a passagem da banda pelos Estados Unidos, Phil Lynott foi acometido por uma hepatite, o que forçou a banda a paralisar a tour. Assim sendo, os membros optaram em escrever novas músicas e tão logo Lynott se recuperou, eles lançaram o sucessor, “Johnny The Fox“, ainda no ano de 1976, mas isso é assunto para outra oportunidade. Porque hoje é dia de celebrar o álbum mais emblemático desta banda que foi uma das que inspiraram ninguém menos que o Metallica. E eles seguem na ativa, entre idas e vindas. Longa vida a estes dinossauros do Rock.

Jailbreak – Thin Lizzy

Data de lançamento – 26/03/1976

Gravadora – Vertigo

 

Faixas:

01 – Jailbreak

02 – Angel from the Coast 

03 – Running Back 

04 – Romeo and the Lonely Girl 

05 – Warriors

06 – The Boys Are Back in Town

07 – Fight or Fall

08 – Cowboy Song

09 – Emerald

 

Formação:

Phil Lynott – baixo/ vocal/ violão

Scott Gorham – guitarra

Brian Robertson – guitarra

Brian Downey – bateria/ percussão

 

Participação especial:

Tim Hinckley – teclado em “Running Back”