Resenhas

Adoremus Lucifer Rex

MALKUTH

Avaliação

8.5

O Black Metal nacional por muitas vezes é ignorado, deixado de lado pelos meios de comunicação e até pelos fãs do gênero. Muito por conta do preconceito para com as bandas do nosso Brasil. Por conta disso, é importantíssimo divulgar o trabalho dessas bandas, como o MALKUTH, do Recife, que está lançando o seu novo álbum “Adoremus Lucifer Rex” via Obskure Chaos Distro, com distribuição da Sangue Frio Produções/Records.

Aqui você vai encontrar não só o Black Metal da maneira mais pura possível, sujo, veloz e falando de Satanás, mas também passagens harmônicas e arrastadas que pisam no degrau do Doom Metal em certos momentos. Logo na abertura temos “Reverence To The Great Black Goat God” ou referência ao bode, onde é proclamada uma oração satânica. Rapidamente chega “The Seven Greatest Infernal Regents” e você nota influências do Venom, Mayhem e até do Behemoth em seus primórdios, com menos velocidade e com notas mais cadenciadas, com boas viradas da bateria e até uma certa harmonia.

Saudações as Três Pontas do Tridente” sim, tem a pegada tradicional, com velocidade um pouco desordenada. Ainda assim, em sua metade toma um rumo mais lento e marcante. “Golden Pillars of the Palace of Impurity” tem uma entrada com uma pegada tensa, lembrando até algo do Iron Maiden com Blaze Bayley. É surpreendente, principalmente pela condução da bateria, que usa muito bem os pedais duplos que aceleram a faixa em pontos chave.

An Epic Journey Through the Dark Nosferatic Woods” é uma faixa que nos remete ao Doom Metal. Arrastada e melancólica, tem um vocal feminino em algumas estrofes que dá um toque tenso. Boa faixa. Em seguida vem a faixa que dá nome ao álbum, “Adoremus Lucifer Rex”, com momentos mesclados de velocidade e outros com um pouco mais de cadencia muito bem tocados. Os vocais obscuros dão profundidade a faixa que faz jus ao ser a qual dá nome ao álbum.

Naamah” é a que mais se aproxima de um Black Metal raiz, digamos assim, pois conta com a bateria rápida e desordenada em boa parte da faixa, que ainda conta com mudanças de andamento, contando até mesmo com uma passagem acústica que se arrasta até seu final, estendendo-se em “Epilogue”, que fecha álbum com um clima diferente, voltado aos violões com belas melodias.

Ainda temos três covers de clássicos do Death/Black Metal, “Troops Of Doom”, do Sepultura, “Tenebrarum Oratorium (Andamento I)” do Moonspell, além de “Father To Son” do Bathory, as três gravadas com um qualidade inferior ao álbum, mas que são tocadas de forma muito competente.

Bom, vamos as considerações finais. Os vocais grunhidos são marca registrada e cumprem muito bem a proposta do estilo, as guitarras sujas na mixagem dão o tom mais voltado ao Black Metal, mas são muito bem tocadas e fogem um pouco da proposta, mas isso é bom, mostra cabeça aberta para não se prender apenas ao estilo tradicional do gênero. A mixagem é um pouco abaixo dos padrões, mas isso não tira a diversão de ouvir o álbum. Pra quem gosta do estilo, ouça sem medo pois não irá se decepcionar.

Tracklist:

01. Reverence To The Great Black Goat God
02. The Seven Greatest Infernal Regents
03. Saudações as Três Pontas do Tridente
04. Golden Pillars of the Palace of Impurity
05. An Epic Journey Through the Dark Nosferatic Woods
06. Adoremus Lucifer Rex
07. Naamah
08. Epilogue
0. Troops Of Doom – Sepultura Cover
10. Tenebrarum Oratorium (Andamento I) – Moonspell Cover
11. Father To Son – Bathory Cover

Formação:

Sir Cernunnus Ashtaroth (Vocal/Guitarra)
Azazel (Guitarra)
Agares (Contra-Baixo)
Aeshma (Bateria)