Clash Valian, o cérebro por trás do projeto, é Greg Merrell, uma mistura de composições contemporâneas, paisagens sonoras etéreas e canções de Garage Rock. Sua música tem explorado paisagens sonoras etéreas e acessivelmente peculiares. Desde baladas etéreas até hinos pulsantes, cada composição mostra o compromisso do projeto em empurrar os limites musicais e desafiar normas convencionais. Com “Degrees of Freedom”, Merrell criou um corpo de trabalho que vai desde o rock shoegaze até o pop etéreo espacial e o lounge descontraído. O álbum apresenta mais de 20 instrumentos diferentes em 21 músicas, todas escritas e gravadas por Merrell.
“Degrees of Freedom” emerge como uma narrativa envolvente no mundo da música moderna. “Cyrus” abre o álbum com uma explosão de energia jazzística, guitarras rítmicas e batidas vigorosas estabelecem o tom para o que está por vir. “Dragon ‘s Backbone” nos leva a uma jornada leve nos primeiros acordes com o coro de vozes femininas, com seu arranjo leve e dinâmicas que nos deixam à beira de nossos assentos ansiando por uma explosão sonora. “Sirius” oferece uma atmosfera intimista lisérgica, melodias flutuantes que nos transportam para além das estrelas.
“Moonlander” nos envolve em uma sensação de desaceleração, com seus arranjos atmosféricos e texturas sonoras que evocam um passeio na lua. Enquanto “Glameow” nos apresenta a um ritmo contagiante, cheio e pulsante com seus acordes cativantes e batidas constantes que nos fazem querer pular.
“Empty Riot” oferece uma nostalgia ancestral, com seus instrumentos orientais e vibe psicodélica e mística. “Arrival” nos faz lembrar do Blue Jazz de fanfarra, com seus arranjos expansivos e vocais ecoam sílabas prolongadas, um lamento suave “Pink Floydiano”.
“Thick and Thin” é um R & B, Jazz Fusion cheio de graça e solitude. “Knitting with Cat Hair” ,diferente da anterior, é um pouco assustadora no início, misteriosa e desengonçada, como passos de um gigante bravo.
“Brokkr” é um Alt Rock – Indie puro, com seus arranjos atmosféricos e texturas sonoras joviais e rebeldes, sem contar o filtro de voz distorcida que reforça ainda mais a ideia. “Keys in the Car” segue a linha enérgica da faixa anterior, mas aqui é mais Grunge do que Alternativo – talvez a faixa mais diferente do disco e a mais memorável.
“Quarantine” pisa no freio novamente com seus arranjos expansivos e atmosfera psicodélica. Em ”Terry” voltamos ao peso garage/grunge alternativo , com suas harmonias brutas e melodias pesadas mas que em conjunto te levam para uma lisergia pesada.
“Warplane” é um lounge pop/rock, com seus arranjos que ecoam tranquilo e livremente, como um dia ensolarado. “Give In” te assusta, sendo uma faixa de 16 que serve de intro para “Heady” com seus arranjos expansivos e texturas sonoras assustadoras que nos transportam para além do tempo e do espaço. Ela funciona como tema de “Além da Imaginação” – desconhecida e medonha, as risadas dessa canção vão te deixar sem dormir.
“Someone Else” volta a alta energia, desta vez com um rock n roll, de boa melodia e arranjo e atitude! Está aqui é minha segunda favorita.
Já “Endocannabinoids” nos envolve em uma sensação de calma e serenidade, um free jazz de harmonias suaves e melodias lisérgicas que nos acalmam e empurram para as nuvens coloridas. “607 Custom House” tem um dos baixos mais urgentes do disco, intenso e imediatista – o groove que ele proporciona te levanta da lisergia anterior, com seus vocais expansivos a faixa pouco a pouco cresce, vai e volta em ritmo e te joga pra fora de um ostracismo.
“Wasted Days” é como uma “badtrip” após grandes aventuras, com seus arranjos leve, calmo e livre, repleto de coros e uma voz ecoante, a faixa funciona como uma narrativa para explicar que a jornada está em seu fim. Aí vem, “Cashed”, que fecha o álbum com uma faixa repleta de ruído de má gravação – proposital,claro. Uma canção caipira divertida, uma batida típica e muito banjo! É a sonorização de uma tela de “Isso é tudo Pessoal!”. Um Excelente encerramento para uma obra que, há de concordar – podia ter sido dividida em duas.
“Degrees of Freedom” é uma jornada sonora envolvente porém extensa e , por vezes, cansativa. Com sua mistura única de influências e estilos, Clash Valian criou um álbum que é ao mesmo tempo nostálgico e inovador, mas peca em sua extensão – 21 faixas é absurdamente cansativo para certos ouvintes. Contudo, não posso deixar de indicar que você embarca nesta jornada e deixe-se levar pela música inspiradora e envolvente de Clash Valian.
