Resenhas

Rust in Peace – A história da obra-prima do Megadeth

Dave Mustaine e Joel Selvin

Avaliação

8.0

Mais um grande acerto da Belas Letras, a editora mais inovadora do país. Desta vez, vamos falar do lançamento “Rust in Peace – A história da obra-prima do Megadeth”, começando pelo capricho nesta edição brasileira, com o livro em capa brochura, com 216 páginas, pôster personalizado com a capa do álbum (29x29cm), marcador de páginas personalizado e uma camiseta preta com a estampa “Rest in Peace” – infelizmente o kit era limitado, e claro, esgotou-se rapidamente.

A obra conta com prefácio do guitarrista Slash e foi feito basicamente com depoimentos de diversos nome do metal, desde integrantes e ex-integrantes do Megadeth, produtores, amigos e familiares, que ajudam a compor o quadro cultural do final dos anos 80 e início dos 90 e esmiuçar como se deu a criação de um dos melhores álbuns de thrash de todos os tempos . O espaçamento e a indentação dessas citação tornam este livro muito mais curto do que sugerem as 216 páginas, deixando o sentimento de que caberia muito mais história, mas ainda assim, é uma boa leitura e indicada para fãs e leitores que querem conhecer a história de uma das quatro maiores bandas do thrash metal.

Acompanhando toda a história da banda e do álbum, o livro traz um compilado de fotos exclusivas do arquivo pessoal de Dave Mustaine. O livro é uma biografia contando o processo de contratação da banda e da equipe de apoio, a tentativa de lidar com o sucesso, com o poder, ego, drogas e outros vícios, mostrando a pressão da fama e da fortuna, que levou a banda a finalmente se separar. O livro é bom, mas se você espera muita emoção e pontos mais fundos, não crie tantas expectativas, ouso falar que cerca de metade do livro investiga profundamente o uso de drogas, acompanhando por muito tempo o vício dos integrantes.

A outra metade mostra a discussão e drama sobre o lado comercial da banda, com ex-integrantes amargurados dando seu ponto de vista, um capítulo inteiro de Mustaine falando sobre sua futura esposa, como ele criou tudo na banda e deu a entender que tudo veio dele e ele só precisava que os membros da banda servissem como músicos de sessão para fazer isso, seguido por um breve resumo de cada música. As maiores divergências são em torno da publicação e das tentativas de reunião, – As muitas tentativas e fracassos de Marty Friedman -, e o que é legal é ler a opinião de cada um e saber o ponto de vista de todos que estavam ligados á banda – Uma trágica voz ausente é a do baterista Nick Menza.

“Rust in Peace – A história da obra-prima do Megadeth” é uma leitura fácil e rápida. Fãs fervorosos amaram, outro lado dos fãs que já acompanham a banda a fundo não encontraram muitas novidades, estudiosos e fãs de metal citaram seus pontos negativos e a decepção do livro não aprofundar mais na história sobre o disco “Rest in Peace”. A história em si teve bastante crítica, mas aqui no Brasil tivemos um edição de colecionador com muita coisa legal. Vale a pena a leitura deste e de outras tantas biografias que a editora está lançando.