Resenhas

The End, So Far

Slipknot

Avaliação

7.5

Chegamos a mais um lançamento do gigante Slipknot e a cada um deles, vem a promessa da banda de uma sonoridade nunca vista antes, de experimentações e caminhos inexplorados pelos mascarados. “The End, So Far” cumpre essa promessa, mas isso não significa que tudo é perfeito e houve 100% de acerto. Bora acompanhar essa resenha!

Quando você ouve a primeira faixa, “Adderall”, acaba estranhando. Uma música sem guitarras pesadas, lenta e com vocais totalmente limpos de Corey Taylor? Sim, é exatamente isso que temos, uma faixa melódica e com um tom de melancolia absurdo. Assusta, mas você acaba gostando dela justamente por ser diferente. Passamos pelas duas conhecidas, “The Dying Song (Time To Sing)” e “The Chapeltown Rag”, a primeira sendo o single principal, com um refrão melódico e versos raivosos, a segunda já liberada há quase um ano, resgatando a essência da banda nos primeiros álbuns, com vocais raivosos, blast beats e um refrão marcante.

Yen” é uma ótima balada do álbum, ainda contando com alguns vocais rasgados em seu refrão, tem versos limpos predominando e uma atmosfera tensa. “Hive Mind” é acelerada, com versos agressivos e coros que com certeza serão incríveis ao vivo. Jay Weinberg mostra mais uma vez que é um dos melhores bateristas da atualidade e apresenta blast beats, viradas insanas e mudanças de compasso com uma naturalidade assustadora. Na mesma linha chega “Warranty”, só que sem o refrão limpo, aqui temos o coro mais uma vez em destaque e um riff mais bem trabalhado. A ponte apresenta um tom épico com backing vocals harmonizando com a voz de Taylor.

Aqui começam os experimentos, logo com “Medicine for the Dead” que tem uma entrada longa nos sintetizadores antes de a banda entrar. É mais focada na percussão e lembra até algo que o Sepultura tem feito nos últimos álbuns, mas ainda tem a identidade marcante do Slipknot. Destaque para a performance de Taylor que dá um show de versatilidade nos vocais. “Acidic” é focada no Groove e apresenta um andamento mid-tempo, um refrão mais arrastado e com efeitos na voz. Ainda tem um solo de guitarra legal após o refrão. Lembra algo que a banda já fez em “All Hope Is Gone”.

Heirloom” tem a bateria introduzindo a faixa, que ainda tem alguns scratches de Sid Wilson. A faixa menos interessante do álbum, feita pra completar tracklist. Não parece ir a lugar algum e ainda conta com um refrão sem sal. “H377” acelera um pouco as coisas, Corey canta rapidamente os versos, com raiva. O refrão é focado na percussão e conta com coros novamente. Deve ser uma faixa boa pra animar os shows. “De Sade” é bem interessante, é bem cadenciada, com alguns picos de velocidade, principalmente da bateria, mas mantém o andamento com um tom mais melódico. Taylor mais uma vez mostra o porque é um dos melhores vocalista da sua geração e se entrega na performance.

Fechando o álbum temos um tom de despedida com “Finale”. Houveram rumores de que esse seria o último álbum da banda, o que já foi desmentido, mas os emocionados de plantão com certeza afirmariam mais ainda essa tese se tivessem ouvido essa faixa antes. Uma entrada no baixo belíssima de Alessandro Venturella, somada a uma orquestração e piano bem leve, juntamente com a voz limpa e de certa forma triste de Taylor. A faixa cresce a banda inteira entra aos poucos, ainda mantendo uma nuance melancólica fechando o álbum realmente em clima de despedida.

Bom, na questão da produção e mixagem não há pontos negativos, tudo é perfeitamente encaixado e nivelado, mesmo com oito dos nove integrantes tocando seus instrumentos, nenhum parece sobrepor o som do outro. Achei que a banda experimentou menos do que no álbum anterior, mas o que incomodou talvez seja a falta de variedade em alguns pontos específicos. “The Dying Song (Time To Sing)” e “The Chapeltown Rag” parecem a mesma faixa na parte das estrofes e as scratches de DJ parecem ser as mesmas de sempre.

É uma boa audição, mas não é um álbum memorável, faltam músicas marcantes que não poderiam ficar de fora dos shows futuros. As faixas mais ricas são aquelas que você sabe que a banda dificilmente tocaria ao vivo, por serem mais ricas em suas estruturas.

Enfim, não supera seus dois últimos álbuns e na escala dos melhores da banda ficaria no meio da tabela. Agrada por não fugir do padrão do Slipknot, mas decepciona por não entregar algo a mais.

Tracklist:

1. Adderall
2. The Dying Song (Time To Sing)
3. The Chapeltown Rag
4. Yen
5. Hive Mind
6. Warranty
7. Medicine for the Dead
8. Acidic
9. Heirloom
10. H377
11. De Sade
12. Finale

Formação:

Corey Taylor – Vocal
Mick Thomson – guitarra
Jim Root – guitarra
ShawnClownCrahan – percussão
Craig133Jones – samples, sintetizadores
Sid Wilson – DJ
Jay Weinberg – bateria
Alessandro Venturella – baixo
Michael Pfaff (Tortilla Man) – percussão