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Heaven and Hell: os 40 anos de uma obra-prima do Black Sabbath

Heaven and Hell: os 40 anos de uma obra-prima do Black Sabbath

25 de abril de 2020


Em 25 de abril de 1980, há exatos 40 anos, era lançado um dos álbuns mais representativos da história do heavy metal. “Heaven and Hell”, nono álbum de estúdio lançado pelo Black Sabbath e o primeiro com uma nova formação (Ronnie James Dio, Toni Iommi, Geezer Butler e Bill Ward).
A saída de Ozzy Osbourne da banda em 1979 ocorreu quando ele realmente estava no fundo do poço: sofria com o alcoolismo, um divórcio e a dependência química. “Eu não acho que nós poderíamos tê-lo ajudado na época”, disse certa vez Tony Iommi.
Ozzy lembra dos últimos momentos: “Eu sabia que estava tudo acabado com o Black Sabbath e tinha ficado claro que eles haviam se cansado do meu comportamento insano. Uma das minhas últimas lembranças com a banda foi perder um show no Municipal Auditorium, em Nashville, durante nossa última turnê norte-americana”. “Mas eu estaria mentido se dissesse que não me senti traído pelo que aconteceu com o Black Sabbath”, ele afirmou em seu livro de memórias.
A lista de substitutos era de peso – David Coverdale, Robert Plant e Glenn Hughes estavam entre os possíveis nomes.
A chegada de Ronnie James Dio (ex-Rainbow) como frontman abriu completamente os horizontes dos já talentosos e famosos rapazes de Birmingham. O maior vocalista de heavy metal de todos os tempos agora estava à frente da banda liderada por um dos melhores guitarristas de todos os tempos, obviamente isto teria consequências mais adiante, com uma grande guerra de egos (mas isto eu conto em outra oportunidade).
Geezer Butler contou: “Nós tivemos que provar muito com Heaven and Hell”. Os temores eram justificados, pois a banda ainda estava muito atrelada à imagem e o carisma de Ozzy como vocalista. Outra novidade foi a entrada de Geoff Nicholls nos teclados, posto que acabou ocupando por mais de duas décadas. Inclusive foi Nicholls que gravou quase todas as linhas de baixo (com exceção de Neon Knights), pois Geezer havia saído momentâneamente da banda.

Tomorrow marks the 40th anniversary of an important album in heavy metal history.

Publicado por Ronnie James Dio em Sexta-feira, 24 de abril de 2020

O fato é que houve uma reenergização completa no Sabbath, uma nova inspiração e um desafio na época. Naquele momento eles puderam compor coisas que jamais poderiam ser compostas com Ozzy. Um dos exemplos é “Children of the Sea”, com notas altíssimas em suas linhas vocais e que exemplifica a versatilidade de Ronnie James Dio.
Mestre dos riffs, Iommi não decepciona nas composições. Minhas favoritas, “Die Young” e “Heaven and Hell”, estão entre as dez mais incríveis de todas as músicas já lançadas pela banda. Toda a atmosfera das composições dão um ar ainda mais grandioso a uma banda que sempre foi esplêndida, mas sofreu alguns desvios de percurso.
“Lonely is the Word” é minha trilha para os momentos em que fico decepcionado com a humanidade (olha que são muitos!). A música tem um clima desolador, apesar de um riff sólido. A emoção da atmosfera cabisbaixa é trazida por Dio, em outra grande interpretação.

Reprodução

Muitos fãs acham que a arte da capa do disco foi inspirada na faixa título do álbum, mas não foi esse o caso. O artista Lynn Curlee explicou que a pintura de “Heaven and Hell”, chamada “The Smoking Angels”, não foi encomendada especificamente para as lendas do heavy metal , na verdade ela fazia parte da “Masque Series” de Lynn, que apresentava uma variedade de pessoas trajadas em diferentes figurinos.
O conceito para a pintura veio enquanto observava uma fotografia de 1928 de mulheres vestidas como anjos fumando nos bastidores durante um curto intervalo entre apresentações de um concurso de Natal na faculdade.
Com o lançamento do álbum, a banda sairia em turnê. Mas houve outro contratempo e Bill Ward saiu do Sabbath alegando problemas de saúde e motivos pessoais. Ele foi substituído então pelo baterista Vinny Appice.
Em resumo, o álbum “Heaven and Hell” mostra a criatividade da banda em estado pleno, sem se preocuparem com alguma limitação de seu cantor. Não foi à toa que seu desempenho em 1980 foi promissor, nono lugar nas paradas britânicas e em vigésimo oitavo nos EUA. Conquistando as premiações de disco de ouro no Reino Unido, no Canadá e platina nos Estados Unidos.

Para saber mais:
“Black Sabbath – Destruição Desencadeada”, de Martin Popoff
“Eu Sou Ozzy”, de Ozzy Osbourne
“Ronnie James Dio: A História de um Ícone do Heavy Metal”, de James Curl