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Memory Remains: Anthrax – 5 anos de “For All Kings” e a modernização na sonoridade alcançando novos patamares

Memory Remains: Anthrax – 5 anos de “For All Kings” e a modernização na sonoridade alcançando novos patamares

26 de fevereiro de 2021


Um dos discos que o Memory Remains traz para você, caro leitor, nesta sexta-feira é “For All Kings”, o décimo primeiro e até o momento, o último disco de inéditas da longeva carreira do Anthrax.

Dessa vez, os fãs esperaram bem menos do que o antecessor, “Worship Music”. Cinco anos “apenas” contra oito do anterior. O aniversariante do dia marca a estreia do guitarrista Jon Donnais, que assumiu o posto deixado por Rob Caggiano.

O álbum começou a ser idealizado apenas um ano após o lançamento de “Worship Music”. Mas a banda só entrou no estúdio no ano de 2014, onde permaneceu até 2015. E deu trabalho para ser concebido: foram utilizados nada menos do que seis estúdios, espalhados pela Califórnia e em Nova York. Jay Ruston assinou a produção da bolacha, que foi lançada pela Megaforce. Chega de delongas e vamos colocar o play para rolar.

A intro com clima épico “Impaled” abre o play e segue o clima de suspense por quase dois minutos, até que “You Gotta Believe” chega com os riffs característicos do Anthrax, de longe, a banda mais técnica dentre as que formam o The Big 4. Cadenciada nas estrofes, veloz e empolgante no refrão, com direito a uma mudança no andamento trazendo muita melodia. Belo início.

Monster at the End” tem uma pegada do Anthrax dos tempos de John Bush, mais Hard Rock, com uma certa dose de peso em uma música que é densa e ao mesmo tempo tem um certo peso. A faixa título chega com Joey Belladonna esbanjando sua técnica vocal antes da entrada das guitarras, que vão alternando passagens, ora Hard, ora mais Heavy e com espaço para uns riffs mais Thrash aqui e acolá.

Stephanie Cabral/Nuclear Blast

Breathing Lightning” é predominantemente um Metal Progressivo, com uma bela introdução, com um clima bem atmosférico e sem deixar o peso de lado. Essa é uma das minhas favoritas do play. “Breathing Out” é uma breve vinheta que dura menos que um minuto, funcionando como uma parte final da faixa anterior. É cheia de melodia e quem não conhece a banda pode custar a acreditar que se trata de uma banda de Heavy Metal.

E para quem esperava o bom e velho Thrash Metal do Anthrax de volta, ao menos na introdução de “Suzerain”, ele dá indícios. Infelizmente a música não se desenvolve nessa pegada, é mais para o Hard. Mas quando as palhetadas mais Thrash aparecem, a música fica bem mais interessante. Se na faixa anterior o Thrash Metal aparece de maneira tímida, em “Evil Twin” o compasso é mais acelerado e a modernidade se aproxima daquele velho Anthrax amado pelos saudosistas de plantão, como este redator que vos escreve. Essa é outra das minhas favoritas.

Blood Eagle Wings”, com quase oito minutos é arrastadona durante boa parte de sua extensão, mudando seu andamento na segunda metade, inclusive com excelentes riffs, muito pesados. “Defend/ Avenge” tem uma intro bastante longa e aqui os caras soltam o peso em uma música moderna e que tem, sem exagero algum, um dos melhores riffs da carreira deste quinteto. Destaco aqui o baixo de Frank Bello, que contribuiu de maneira brilhante para dar o peso que a dupla Scott Ian e Jon Donnais imprimiram.

All of Them Theives” é bem pesada, não como a anterior, mas o suficiente para manter o padrao alto. E aqui, finalmente, o pau come solto e temos uma parte da música Thrash o suficiente para abrir uma roda insana. Pena que é bem breve, ficou a sensação de que essa parte poderia ser mais extensa.

This Battle Choose Us!” se desenvolve de maneira bem simples, o que não é um demérito, pelo contrário. Mas na parte final, ela fica veloz e cresce de maneira impressionante, dando um final incrível a canção. “Zero Tolerance” encerra o play da melhor forma: com um Thrash Metal rápido e ríspido, digno de um “State of Euphoria”. As palhetadas da dupla Scott Ian e Jon Donnais dominam e desafiam o pescoço do ouvinte em uma música simplesmente Old-School. Um final improvável, porém, simplesmente lindo!

Chegamos a quase um hora de audição e a sensação que temos é que o Anthrax amadureceu musicalmente e ainda que esteja se distanciando do Thrash Metal que o consagrou, mostra que ainda tem muita lenha para queimar, com este disco que é dotado de elementos variados.

For All Kings” teve bom desempenho comercial, alcançando o topo da Billboard na categoria Hard Rock Albuns. Na categoria principal, chegou à honrosa 9ª posição. Na Finlândia chegou ao 4°ugar, 5° na Alemanha, 8° na Suiça, 10° na República Tcheca, 12° na Austrália e em 14° na Áustria, mesma posição ocupada na Billboard canadense.

Enfim, um disco muito acima da média e honesto como sempre foi o Anthrax. Não por isso a banda foi agraciada como sendo uma das bandas de suporte da turnê final do Slayer, e nós brasileiros tivemos a honra de vê-los na última edição do Rock in Rio. Talvez desmerecidos por tocarem no palco Sunset, mas eles não se abalaram por isso e fizeram um arregaço nesse show. Eu estava lá e testemunhei quando Joey Belladonna afirmou que estava realizando um sonho em tocar no maior festival de música do mundo. E assim esperamos por uma trégua nessa maldita pandemia do novo Coronavirus para que possamos ver o Anthrax em ação nos palcos novamente também nos brindando com novos lançamentos. Longa vida aos mais técnicos do seleto The Big 4.

For All Kings – Anthrax

Data de lançamento – 26/02/2016

Gravadora – Megaforce Records

Faixas:

01 – Impaled

02 – You Gotta Believe

03 – Monster at the End

04 – For All Kings

05 – Breathing Lightning

06 – Breathing Out

07 – Suzerain

08 – Evil Twin

09 – Blood Eagle Wings

10 – Defend/ Avenge

11 – All of Them Theives

12 – This Battle Choose Us!

13 – Zero Tolerance

Formação:

Joey Belladonna – vocal

Scott Ian – guitarra

Jon Donnais – guitarra

Frank Bello – baixo

Charlie Benante – bateria