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Memory Remains: Anthrax – Há 30 anos, lançavam ‘Persistence of Time’, que marcava a despedida Joey Belladona

Memory Remains: Anthrax – Há 30 anos, lançavam ‘Persistence of Time’, que marcava a despedida Joey Belladona

21 de agosto de 2020


Em 21 de agosto de 1990, o ANTHRAX lançava o quinto disco de sua gloriosa carreira. E “Persistence of Time” é o último disco do que podemos chamar de santíssima trindade da banda, que começou com “Among the Living” (1987) e continuou com “State of Euphoria” (1988).

Este seria marcado também como o último disco gravado pelo vocalista Joey Belladona. Ele voltaria em 2010 ao lugar onde ele jamais deveria ter saído, com todo respeito ao competente John Bush.

A banda mais técnica e talentosa do The Big 4 entrou em dois estúdios para a gravação do homenageado de hoje: “A&M Studios”, e no “Conway Studios”, ambos em Hollywood, na companhia de Mark Dodson, responsável pela produção. Entre dezembro de 1989 e fevereiro de 1990 o aniversariante de hoje fora concebido.

E colocando a bolacha para rolar, temos na faixa de abertura, “Time”, que é a que dá o título ao disco, a intro com o tic-tac do relógio, que logo dá lugar à bateria forte de Charlie Benante e o baixo de Frank Bello mostrando que a cozinha está forte. E a música se desenvolve com riffs muito bons. Melhor começo não poderia haver.

“Blood” é outra belezura, em que novamente Charlie Benante brilha com sua performance na intro. Porém, os destaques dessa música são as guitarras e seus riffs simplesmente hipnotizantes e o baixo também brilha por aqui. Excelente som.

A faixa três é simplesmente um dos clássicos da banda: “Keep it in the Famlily”, que eu confesso ter escutado pela primeira vez quando eles a regravaram no álbum “The Greater of Two Evils”, com John Bush nos vocais. Eu amei essa música logo de cara e estranhei um pouco quando ouvi a versão original, mas não tem como não gostar desta versão aqui, bem bruta, onde novamente destaco o baixo, bem audível com boas lindas. É uma música que não tem um andamento tão rápido, mas é um dos pontos altos do álbum.

“In my World” é a faixa número 4 e se destaca por ser uma música pesada, forte e segue num ritmo mais cadenciado. Novamente destaco o trabalho do baixista Frank Bello e também o vocalista Joey Belladona, que tem uma de suas melhores performances. Uma nota para esta faixa é que ela foi incluída em um dos episódios do saudoso seriado “Married With Children”.

“Gridlock” é a mais rápida do disco e uma das minhas favoritas também. Essa não deixa ninguém parado, seja no moshpit, na sala da sua casa ou mesmo se você estiver ouvindo o disco em um transporte coletivo. Aqui, quem dá as cartas é a dupla de guitarristas, Scott Ian e Dan Spitz

“Intro to Reality” é uma faixa instrumental que é bem pesada e densa. Ela tem alguns riffs que são utilizados na faixa que virá a seguir e por isso ela funciona como uma ponte para a clássica “Belly of the Beast”, que é perfeita, pesada, com riffs intrínsecos, mantendo a mesma pegada densa. Essa também é uma faixa que eu escutei pela primeira vez no já citado “The Greater of the two Evils”, onde ela é muito mais pesada do que aqui, mas a versão original é linda.

E chega “Got the Time”, a faixa que me fez conhecer o ANTHRAX. Lembro me da primeira vez que vi o clipe, na MTV, no programa “Fúria”, quando eles haviam excluído o “Metal” do nome. Eu de cara fiquei louco com essa música, em que o baixo de Frank Bello dá as cartas na intro e depois o resto da banda dá uma roupagem nova à música que tem toda a cara Punk. O curioso é que até uns 4 anos atrás eu não sabia que se tratava de um cover de um artista chamado Joe Jackson. E olha que eu ouvi essa música pela primeira vez há 19 anos. Mas ela é linda. E para nossa alegria, está quase sempre no setlist da banda.

“H8 Red” traz a banda de volta ao clima denso pela qual os caras optaram em seguir neste disco. Pesada, com bons riffs de guitarra, mostrando o porque de o ANTHRAX ser a banda mais técnica entre todas as do “The Big 4”.

“One Man Stands” é na mesma linha da faixa anterior, com a diferença de ter um solo na sua intro. Uma boa música.

“Discharge” é a faixa que fecha o disco da melhor forma possível. Uma música rápida, pesada, onde quem ditam as regras são as palhetadas da dupla Scott Ian e Dan Spitz. E um disco clássico não poderia ser fechado com uma música que é um de seus pontos altos.

E assim, em uma hora cravada e vinte e quatro segundos, temos uma audição mais que satisfatória. Um disco que nasceu clássico e que a cada ano que envelhece ele fica ainda melhor. Por isso ele se faz merecedor desta homenagem.

“Persistence of Time” alcançou a 24ª posição na “Billboard 200”, além disso, foi indicado ao Grammy em 1991 na categoria “Melhor Performance de Heavy Metal”. Além disso, obreve boas colocações nos charts mundo afora, como 13º no Reino Unido, 15º na Noruega, 24º na Nova Zelândia, 30º na Austrália e 35º na Alemanha. Um feito e tanto para um clássico do Thrash Metal.

Depois deste play, a banda alternou altos e baixos até o retorno do vocalista Joe Belladona, que mostrou na última edição do Rock in Rio que continua em excelente forma, assim como toda a banda. Quem viu, com certeza concordará. E assim esperamos que o ANTHRAX continue a nos brindar com o seu melhor assim que todo este pesadelo terminar. Longa vida ao quinteto e a este play, que acaba de se tornar um “trintão”.

Persistence of Time – Anthrax

Data de lançamento – 21/08/1990

Gravadora – Megaforce

Faixas:

01 – Time
02 – Blood
03 – Keep it in the Family
04 – In my World
05 – Gridlock
06 – Intro to Reality
07 – Belly of the Beast
08 – Got the Time
09 – H8 Red
10 – One Man Stands
11 – Discharge

Formação:
Joey Belladona – Vocal
Scott Ian – Guitarra
Dan Spitz – Guitarra
Frank Bello – Baixo
Charlie Benante – Bateria