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Tony Iommi: “Quando começamos, não havia um modelo para o heavy metal”

Tony Iommi: “Quando começamos, não havia um modelo para o heavy metal”

20 de setembro de 2023


No coração da cidade natal do Birmingham, o Black Sabbath moldou uma sonoridade única que reverbera até os dias de hoje. Às vésperas da aguardada estreia de “Black Sabbath – The Ballet”, Tony Iommi, o virtuoso guitarrista da banda, nos conduz por uma viagem nostálgica ao surgimento daquilo que hoje conhecemos como Heavy Metal. Em entrevista ao The Telegraph, o célebre guitarrista rememora o início de uma sonoridade única e imponente: assim nascia o heavy metal.

E é nesse mesmo cenário, no próximo dia 23 de setembro, que o renomado Birmingham Royal Ballet, sob a meticulosa direção de Carlos Acosta, nos brindará com a tão esperada apresentação de “Black Sabbath: O Ballet”. Este evento promete ser um espetáculo envolvente, no qual coreografias arrebatadoras e orquestrações magistrais darão vida a icônicas composições do Black Sabbath, como Paranoid e Iron Man, além de novas sinfonias inspiradas em sua música. Tudo isso será executado ao vivo pela talentosa Royal Ballet Sinfonia. Sob a curadoria de Carlos Acosta, o público terá a chance de vivenciar a primeira verdadeira fusão entre balé e o poderoso som do heavy metal.

Na cidade de Birmingham, onde tudo começou, o Black Sabbath não era o filho musical mais amado da cidade. Era a década de 1970, quando Tony Iommi, Geezer Butler, Ozzy Osbourne e o Bill Ward entraram para a história com toda sua revolta e fúria ecoaram os primeiros acordes sombrios e letras catárticas.

Segundo Iommi, à época ele eram criticados, pois as pessoas não entendam o conceito sonoro da banda.

“Fomos alvo de críticas da imprensa. Nos Estados Unidos, fomos rotulados como satanistas. Ninguém compreendia a nossa proposta, pois era algo verdadeiramente inédito na época.”

O renomado guitarrista do Black Sabbath enfatiza: “Quando começamos, não existia um padrão definido para o heavy metal”, compartilha ele com os leitores do Telegraph. “Nem sequer denominávamos nossa música como tal. Éramos apaixonados por blues, jazz, trilhas sonoras dramáticas de filmes de terror e até mesmo um pouco de música clássica, como a marcante ‘Mars’ de Holst. Eu apreciava todos esses elementos.”

Apesar de Iommi confessar que possui pouco conhecimento sobre balé, ele está ansioso para testemunhar a apresentação do projeto na próxima semana. Esse entusiasmo é ainda mais palpável após ter acompanhado os primeiros ensaios.

O músico revela que nunca tinha visto nada parecido antes e demonstra empolgação para contemplar essa fusão de dois públicos diferentes testemunhando o legado do Black Sabbath em diferentes expresso de artes.

“Estamos misturando dois públicos muito diferentes – o nosso próprio público e o público do balé. Acho que isso é ótimo e sei que nossos fãs estão muito animados para ver como será o show.”

Assim, a jornada do Black Sabbath, desde suas origens em Birmingham até se tornar um ícone global do heavy metal, é uma saga marcada por inovação, ousadia e a busca incessante por um som verdadeiramente autêntico. O legado da banda continua a ecoar, inspirando gerações e transcendo fronteiras musicais.

“Éramos criticados pela imprensa. Nos Estados Unidos, eles nos chamavam de satanistas. Ninguém entendia o que estávamos fazendo, porque era muito diferente.”

Conforme o célebre guitarrista do Black Sabbath: “Quando começamos, não havia um modelo para o heavy metal”, lembra ele aos leitores do Telegraph. “Nós nem mesmo chamávamos isso de heavy metal. Gostávamos de blues, jazz, trilhas sonoras de filmes de terror dramáticos, até mesmo um pouco de música clássica, Holst’s Mars, quando fica realmente dum-diddly-dum, eu adoro tudo isso.”

Black Sabbath – The Ballet. Divulgação. Photo: Sofia Liñares.