Resenhas

Heimdal

Enslaved

Avaliação

9.0

Os noruegueses do Enslaved estão chegando ao seu 16º álbum. Intitulado “Heimdal”, continua a sonoridade que já consagrou a banda. Seu inconfundível Black Metal nórdico com um pé no Folk e no Progressivo estão mais fortes do que nunca em uma riqueza auditiva que é prazerosa do início ao fim. Vamos para aquela resenha do novo lançamento que chega no Brasil pela Nuclear Blast/Shinigami Records no dia 03 de março.

Um clima sombrio que te faz pensar estar nas montanhas geladas da Noruega inicia a audição, onde logo a banda entra com maestria na faixa intitulada “Behind The Mirror”. Temos os vocais tradicionais do Black Metal com Ivar Bjørnson comandando por aqui, mas não sem as ótimas passagens vocais limpos de Håkon Vinje, que harmonizam a faixa de forma incrível. A bateria de Iver Sandøy é divina aqui, com o andamento muitas vezes parecendo fora do tempo, propositalmente, além de viradas fenomenais. “Congelia” chega em seguida com muita agressividade, com um andamento mais rápido, muita energia e um arranjo não convencional. Vocais extremos predominam, com os limpos aparecendo mais precisamente em seu final, onde temos também solos incríveis, terminando em uma passagem de violão muito bem encaixada.

O violão continua, agora conduzindo “Forest Dweller”, que conta com um clima ameno e mais arrastado, lembrando até uma música do Opeth, bem sombria e com uma atmosfera grandiosa. A música toma um rumo mais agressivo em sua metade, com uma ótima performance de Vinje nos teclados. É uma das melhores do álbum. “Kingdom” inicia com ótimos riffs que conduzem o andamento mais acelerado. Bons momentos com o teclado e vocais limpos também aparecem aqui, mas a parte mais extrema é a mais empolgante.

Em “The Eternal Sea” é onde o baixo tem mais destaque pela primeira vez no álbum. Os vocais são mais melódicos predominantemente e tudo tem um clima soturno. Mais uma ótima performance da bateria, que conduz muito bem as viradas e mudanças do compasso, que acelera perto do fim com uma passagem mais extrema. Mais uma vez o baixo faz uma ótima entrada em “Caravans To The Outer Worlds”, essa que foi a primeira faixa liberada ainda em 2021. Aqui não mudou muito, somente uma masterização nova. Ainda conta com momentos onde os vocais limpos tem mais ênfase, além de uma passagem mais cadenciada perto de seu final.

Fechando o álbum temos a faixa-título, com grande influência do Progressivo, começa cadenciada, passa por mudanças de andamento com grande performance de todos os músicos, com destaque para a bateria e as guitarras aqui. Não senti que era uma faixa de final de álbum, poderia estar em outra posição no tracklist, mas é uma ótima música.

Ao final da audição você sente que passou por uma grande experiência, assim como todos os álbuns da banda. Os elementos Progressivos fazem as faixas terem sempre uma surpresa durante suas execuções, nada é monótono e isso te prende, te faz querer saber o que está por vir. Esse elemento juntamente com o Black Metal extremo, resulta em um estilo próprio, que dificilmente não é reconhecido como sendo do Enslaved. Já podem começar a montar os melhores do ano com “Heimdal” encabeçando a lista.

Tracklist:

01. Behind The Mirror
02. Congelia
03. Forest Dweller
04. Kingdom
05. The Eternal Sea
06. Caravans To The Outer Worlds
07. Heimdal

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