Ainda que seja muitíssimo inteligente em suas construções sonoras — onde alinha peso, dinâmica e certas aberturas à melodia, o maior destaque no trabalho do trio colombiano Sol De Sangre é sua fuga das pretensões. Não há promessas, reinvenções ou tentativas de novidade, tudo é muito direto, com poucos floreios ou por vezes nenhum, embora vez ou outra revele algumas lacunas preenchidas por algo mais requintado. O que impera em seu novo EP, “Despair Distiller”, são os ataques concisos, intensos e violentos que tanto impactam quanto viciam o ouvinte. Um deleite para os fãs e saudosistas da velha escola do Metal da Morte.
A banda foi formada em 2015 por veteranos da cena extrema latina, cujos currículos exibem nomes como: Writhing, Cromlech e outros, além de fazerem parte do mega projeto Metal Against Coronavirus. O trio investe sem avarezas numa sonoridade que amalgama o contemporâneo ao Old School — transitando com desenvoltura entre o Death Metal sueco e o norte-americano, soprando ventos novos por entre tumbas antigas e apresentando ainda, resquícios do Sepultura de seus melhores e mais endeusados anos.
Lançado de modo independente no final de abril, o supracitado EP “Despair Distiller” é composto por três faixas monumentais, quatro se contabilizarmos a introdução “Tumbas Del Olvido”. Um apanhado sonoro que tanto serve para saciar os velhos fãs como também para conquistar novos, além de preparar terreno para o vindouro segundo full-lenght do trio. “Self Hatred Maze”, “Noise And Bile” e “Dismal Blasphemies” são exemplos perfeitos de um Death Metal feito com conhecimento de causa e respeito ao gênero; robustas, técnicas e com dosadas linhas melódicas, mas sem exageros ou artificialidades. Pouco mais de treze minutos de culto à morte e a putrefação sonora. Simplesmente imperdível!
Faixas:
01 – Tumbas Del Olvido
02 – Self Hatred Maze
03- Noise And Bile
04- Dismal Blasphemies
Formação:
Chalo Restrepo – bateria
Kike Valderrama – vocais
Jeronimo Alvarez – guitarras e baixo
Despair Distiller
