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Jane’s Addiction fez um show sexy e absurdamente bem ensaiado em São Paulo

24 de março de 2023

Stephan Solon / MOVE Concerts

Jane’s Addiction é uma banda estadunidense que surgiu nos meados dos anos 80 e sempre misturou inúmeros estilos do rock em sua música. Com pitadas de rock alternativo, psicodélico, funk e muita influência do metal, Perry Farrell e sua voz fina e emblemática lideraram esta banda ao estrelato e serviram de referência para inúmeras bandas de rock que surgiram nos Estados Unidos nos anos que se seguiram. O que vimos na Audio nesta quinta-feira (23) confusa e turbulenta em São Paulo, acometida por uma greve de metroviários, foi justamente muita diversão e clássicos de uma banda que parece nunca envelhecer.

Com Perry Farrell no vocal, a banda se completou com Stephen Perkins na bateria, Eric Avery no baixo e o ex-Red Hot Chili Peppers Josh Klinghoffer na guitarra, e a banda estava absurdamente ensaiada. Com apenas quatro álbuns de estúdio (Nothing’s Shocking – 1988, Ritual de lo Habitual – 1990, Strays – 2003 e The Great Escape Artist – 2011), a banda se manteve fiel aos álbuns clássicos Nothing’s Shocking e Ritual de lo Habitual.

Stephan Solon / MOVE Concerts

Os estadunidenses mostraram, em sua apresentação na Audio, como incluir as mulheres em seu show e explorar o corpo feminino sem parecer vulgar.

O show da banda começou com a música de abertura do álbum “Nothing’s Shocking” – “Up the Beach” – que criou um clima absurdo! Eu não sabia que a música tinha esse elemento tão impactante ao vivo. É o chamado para acordar os fãs que já esperavam pela banda por meia hora. Com “Trip Away”, a banda acordou o público de vez com a guitarra acelerada de Josh Klinghoffer – o cara é bom demais – sem contar com o baixista Eric Avery que acompanhou a música como se fosse fácil.

Destaque para as três garotas que apareceram no fundo com trajes burlescos que trouxeram uma pitada de sensualidade à música sem parecer vulgar. As garotas de Perry Farrell, como as chamarei aqui, apareceram algumas vezes durante o show, explorando o corpo e representadas aqui como notas musicais, pendurando-se em traves montadas só para elas nas laterais do palco.

A banda continuou seu set com músicas como “Whores”, “Ain’t No Right” e a relaxante “Ted, Just Admit It”, na qual muitos dos fãs presentes aproveitaram para acender aquele cigarrinho que dá aquele barato especial para músicas tão expressivas. Entre algumas canções, Perry perguntou se o público estava se divertindo e se achava o show sexy o suficiente, certamente se referindo às dançarinas que compartilhavam a atenção junto com o vocalista no palco.

A banda deixou o palco após “Stop!” para retornar para o bis, onde tocaram os clássicos essenciais da banda “Jane Says” e “Been Caught Stealing”. Um show empolgante, divertido, com músicos absurdamente ensaiados e no topo de seu próprio jogo.

Crédito da galeria de fotos: Stephan Solon / MOVE Concerts