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Katatonia apresenta em São Paulo seu novo álbum “Sky Void Of Stars” carregado de melancolia

Katatonia apresenta em São Paulo seu novo álbum “Sky Void Of Stars” carregado de melancolia

27 de março de 2023


Na apresentação para um Carioca Club lotado, os suecos fizeram um show melancólico, com pouca iluminação e uma clara apatia do vocalista e frontman Jonas Renske

Tamires Lopes/Headbangers News

Na apresentação para um Carioca Club lotado, os suecos fizeram um show melancólico, com pouca iluminação e uma clara apatia do vocalista e frontman Jonas Renske

A banda sueca Katatonia veio ao Brasil promover o novo álbum “Sky Void Of Stars”, que, em minha opinião, colocou a banda de volta aos trilhos após o álbum anterior, “City Burials”, de 2020. O grupo veio sem o guitarrista Anders Nyström, que, por motivos familiares, não pôde fazer a turnê do novo álbum “Sky Void Of Stars”. Em algumas datas na Europa, a banda se apresentou com o guitarrista Nico Elgstrand (ex-Entombed e ex-Entombed A.D.). No Carioca Club, em São Paulo, a banda se apresentou com um integrante a menos, mantendo a formação com quatro integrantes. Katatonia foi formada por Jonas Renske (vocal), Roger Öjersson (guitarra), Niklas Sandin (baixo) e Daniel Molainen na bateria.

O show foi morno, pois a banda é um pouco introspectiva demais. Jonas Renske sempre escondia seu rosto atrás de seus longos cabelos e ainda ficou no escuro do palco junto com seus colegas de banda. Entendendo perfeitamente que eles com isso querem criar um clima soturno e meio obscuro, mas creio que o público ficaria mais feliz se pudesse ver mais os músicos em cima do palco. Em todas as filmagens que foram feitas do show, os membros pareciam vultos em cima do palco.

O que se salvou foi o público que festejou a performance “manca” da banda sueca. Claramente faltando o punch do segundo guitarrista, Katatonia percorreu músicas do novo álbum, como “Austerity”, “Colossal Shade”, “Opaline” e “Birds”, que pareciam estar ainda mais dependentes do baixista Niklas Sandin – que ironicamente mal podíamos ouvir direito. O público, no entanto, não se importava e cantava as músicas em alto e bom tom.

Clássicos como “Lethean” (do grandioso “Dead End Kings”) e “Deliberation” (“The Great Cold Distance”) foram praticamente cantados em uníssono pelo público que estava sedento para ver a banda novamente, que desde 2016 não voltava para a América do Sul. A guitarra de Roger Öjersson estava clara e as melodias podiam ser compreendidas com facilidade. Músicas difíceis como “Buildings” (“Dead End Kings”) e a querida pelo público “My Twin” (“The Great Cold Distance”) foram festejadas como gol do Brasil pelo Carioca Club lotado.

Cito aqui que Jonas Renske interagiu pouco com o público, mas entregou uma voz clara e muito boa, entregando o que se espera de um bom vocalista. Mas não se aproximou dos fãs, mantendo-se distante praticamente o show inteiro. O mesmo vale para o baixista Niklas Sandin e o guitarrista Roger Öjersson – atitude que sinceramente não entendo.

A banda encerrou o seu show com os clássicos “July” (do álbum “The Great Cold Distance”) e a inusitada “Evidence” (do álbum “Viva Emptiness”), que fechou o show com chave de ouro, satisfazendo um pouco aqueles que sempre esperam uma música da fase mais antiga da banda. Creio que o Katatonia poderia ter feito um show melhor, mais interativo e que mostrasse um pouco mais de proximidade com o público que fez questão de comparecer em massa neste sábado à tarde no Carioca Club – mas entregou o suficiente para deixar o público querendo mais.

Crédito da galeria de fotos: Tamires Lopes/Headbangers News

Carioca Club Pinheiros

Data: 25/03/23

Horário: 19h

Rua Cardeal Arcoverde, 2899 - Pinheiros