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Primeira edição do Ritual Metal Fest teve Desalmado e Rebaelliun se apresentando para público pequeno, mas fiel

Primeira edição do Ritual Metal Fest teve Desalmado e Rebaelliun se apresentando para público pequeno, mas fiel

19 de dezembro de 2023


Crédito das fotos: Ian Dias/Headbangers News

Menos de 48 horas após a presença da Headbangers News no show do Angra, nossa equipe marcou presença no Ritual Metal Fest, realizado no último domingo, 17, no Rio de Janeiro. O evento ocorreu no Agyto, anteriormente conhecido como Teatro Odisseia, localizado na Lapa, região central da antiga capital federal e de fácil acesso tanto para quem se aventurou vindo de diversas regiões da cidade quanto para os municípios vizinhos.

O horário programado para o início do evento, aliado à escolha do local, eram bastante convidativos, não dando margem para desculpas por parte do público para justificar a ausência. No entanto, o sol estava intenso e, embora muitos headbangers evitem passar o dia sob o calor escaldante característico do Hell de Janeiro, isso pode explicar a baixa adesão ao evento. O mestre de cerimônias foi nosso colega Augusto Hunter, do site HeadbangersBR.

Com pontualidade britânica, o Far Beyond Empire subiu ao palco exatamente às 16h30, apresentando sua mistura de Death Metal com muito Groove ao longo de 45 minutos. Apesar da interessante performance, o volume elevado causou algumas microfonias durante o set dos cariocas. Lamenta-se a reduzida quantidade de espectadores presentes, apesar da boa impressão deixada.

Por volta das 17h40, os paulistanos do Chaoslace, com quase vinte anos de estrada, surpreenderam pela brutalidade do power trio no palco. Suas músicas, verdadeiras trilhas sonoras do fim do mundo, aliadas à técnica extrema, foram apresentadas de forma direta durante meia hora, deixando a sensação de que vários trens descarrilados passavam impiedosamente sobre o público. O som quase perfeito contribuiu para a percepção da letalidade da apresentação, destacando-se como a melhor entre as bandas de abertura.

Às 18h25, cinco minutos antes do horário previsto, os cariocas do Sangue de Bode subiram ao palco, encontrando um público um pouco mais numeroso, embora longe de ser considerado satisfatório. Em aproximadamente 40 minutos de apresentação, a banda destilou seu crossover com temática anticristã, destacando-se pelo vocalista com corpsepaint. As primeiras rodas, ainda tímidas, começaram a surgir. O som direto da banda, aliado a riffs interessantes da guitarra, resultou em uma ótima performance.

Quando o relógio marcava 19h30, uma longa introdução anunciou a entrada dos cariocas da Ereboros no palco. Formada em 2022, a banda, composta por músicos conhecidos da cena metálica fluminense, encontrou uma quantidade razoável de espectadores aglomerados. O quarteto apresentou um Death Metal mais arrastado, pesado e técnico, com destaque para uma versão de “Embryo”, do Black Sabbath, tocada pelo guitarrista Wanderson Félix. Os 40 minutos de brutalidade foram a última apresentação antes das mais aguardadas da noite.

Após uma espera não muito prolongada, o Desalmado subiu ao palco e proporcionou uma apresentação simplesmente demolidora. Em minutos, o quinteto paulistano apagou o incêndio jogando querosene, com seu grindcore em estado bruto e letras antifascistas. Neste momento, as rodas tornaram-se mais empolgantes. A intensidade do caos sonoro do Desalmado não permitia ficar parado, reafirmando o grupo como um dos nomes mais relevantes da música pesada e extrema brasileira. Um show excepcional!

Devido ao curto intervalo entre o fim do show do Desalmado e o horário programado para o início do show do Rebaelliun, a impressão era de que a última apresentação atrasaria significativamente. No entanto, com apenas oito minutos de atraso, exatamente às 21h38, o power trio gaúcho subiu ao palco para encerrar a noite. Divulgando o excelente “Under the Sign of Rebaelliun”, os veteranos mostraram por que são, junto com o Krisiun, um dos maiores nomes não apenas do Death Metal no Rio Grande do Sul, mas também do Brasil. Apesar de contar apenas com o baterista Sandro Moreira como membro fundador, a formação atual manteve a mesma ofensividade e brutalidade dos primórdios. O setlist, com duração de 40 minutos, revisita grandes clássicos da história da banda e contou com a participação especial de Davi Sterminium, o Omulu, um dos vocalistas da Gangrena Gasosa. No final, a galera do Ereboros subiu ao palco, transformando o show em uma jam com uma versão divertida de “Paranoid”, com vocal gutural, lembrando o Six Feet Under em suas diversas versões de clássicos do Rock/Metal.

Foi uma noite de celebração à música extrema, merecedora de um público maior. A primeira edição foi um sucesso, e a promessa é de que uma nova versão ocorra no próximo ano. Estamos ansiosos desde já, esperando a presença maciça do público, sabendo que o Rio tem potencial para shows com ingressos sold-out.

Galeria do show