Memory Remains

Memory Remains: Alice in Chains – 33 anos de “Facelift”, o primeiro álbum Grunge a ganhar Disco de Ouro

21 de agosto de 2023


O Memory Remains desta segunda-feira vai tratar dos 33 anos de “Facelift“, o álbum de estreia do Alice in Chains e também o primeiro play das bandas do movimento grunge de Seattle a estourar no mainstream. Vamos te contar um pouco da história deste álbum.

Apesar do sucesso estrondoso dos álbuns “Ten” e “Nevermind“, de Pearl Jam e Nirvana, respectivamente, lançados em 1991, era o Alice in Chains quem estava na crista da onda, com seu álbum de estreia lançado um ano antes e que já mostrava uma outra cena da música pesada de Seattle. Já em atividades desde o ano de 1987, o Alice in Chains já fazia um razoável sucesso na chuvosa cidade do noroeste dos Estados Unidos.

Soundgarden e Mother Love Bone, esta última era o embrião do que seria o Pearl Jam, já haviam assinado contratos com outras gravadoras. O Alice in Chains entrou em estúdio em 1989 e a ideia era produzir um álbum de maneira independente. Porém, durante um show da banda, onde alguns executivos de gravadoras estiveram presentes e quase todos ficaram horrorizados com a performance de Layne Staley. Exceto um, Nick Terzo, da Columbia Records, que lhes ofereceu um contrato e o AIC iria estrear por uma major.

Uma vez no estúdio, a banda escreveu músicas em um estilo completamente diferente daquelas que a banda tocava. O AIC era uma banda que calcava seu som no Glam. A ideia inicial era batizar o álbum com o título “Gash“, mas a gravadora recusou. Então eles escolheram o nome “Facelift“, em uma menção a mudança drástica no estilo das composições. Eles utilizaram dois estúdios, entre os meses de dezembro de 1989 e abril de 1990: o London Bridge Studio, em Seattle e o Capitol Recording Studio, em Hollywood. O álbum foi mixado em Los Angeles, no Sound Castle. A produção, foi assinada por Dave Jerden.

Com 12 músicas em 53 minutos de extensão, o Alice in Chains ascendia de maneira meteórica com seu álbum de estreia. A trinca de ouro, que abre o play, “We Die Young“, “Man in the Box” e “Sea of Sorrow” logo se tornaram clássicos da banda e não podem ser esquecidas nas apresentações atuais. Nosso aniversariante do dia foi sucesso de crítica e público, conquistando a todos com a sua sonoridade, que contém elementos de Heavy Metal e também de Rock Alternativo.

Facelift” foi o primeiro álbum dentre as bandas do chamado movimento Grunge a ser certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos, e posteriormente alcançou o status de Triplo Platina. No Reino Unido, o álbum foi certificado com Disco de Prata. Nos charts, o álbum alcançou o topo da “Billboard” na categoria “Top Heatseakers“, que traz bandas e/ ou artistas emergentes. Foi a segunda banda de Seattle a alcançar tal honraria, já que a primeira banda foi o Soundgarden e seu segundo álbum, “Louder Than Love“. Alcançou a 42ª posição na “Billboard 200“, sendo também o primeiro álbum Grunge a figurar no Top 50 da mais importante parada musical do planeta.

Em 2021, o álbum voltou a frequentar os charts, com destaque para o 2° lugar na Itália, 27° na categoria de vendas da “Billboard” e 41° na Alemanha. A música “Facelift” foi indicado ao Grammy Awards de 1992 na categoria “Melhor Performance com Vocal” mas acabou perdendo a disputa para o Van Halen e seu “For Unlawful Carnal Knowledge“. Em entrevista no ano de 2007, Ozzy Osbourne elegeu o álbum como um dos dez melhores discos de Metal de sempre. Já Kim Thayil, guitarrista do Soundgarden, afirma que este é seu álbum de Grunge favorito.

A banda caiu na estrada, no primeiro momento tocando com Iggy Pop, Extreme, Poison e Van Halen, sempre atuando como banda de abertura. Depois continuou participando do “Clash for Titans“, quando teve a oportunidade de fazer sua música ser conhecida pelos fãs de Heavy Metal. A banda se apresentou junto a Slayer, Anthrax e Megadeth. Eles conseguiram um pouco de respeito, e também de repulsa, entre os headbangers. Eles ainda aproveitaram para registrar em vídeo uma apresentação no Moore Theatre, em Seattle, ainda no ano de 1990 e posteriormente lançaram um VHS, intitulado “Live Facelift“.

Era só o começo. O Alice in Chains abriria as portas do mainstream para as bandas que viriam depois e hoje é a única banda, junto com o Pearl Jam a se manter na ativa, mais de trinta anos depois. Não temos mais o lendário Layne Staley entre nós, que infelizmente perdeu a batalha para as drogas, mas eles recrutaram o ótimo vocalista William DuVall e fica aqui a nossa esperança de que a banda volte a lançar um novo álbum, pois desde antes da pandemia que não temos a honra de escutar um álbum de inéditas do AIC. Enquanto isso não acontece, vamos escutando esse álbum no volume máximo, enquanto bradamos a famosa frase: eu ouço gente morta!

Facelift – Alice in Chains

Data de lançamento – 21/08/1990

Gravadora – Columbia 

 

Faixas:

01 – We Die Young 

02 – Man in the Box

03 – Sea of Sorrow

04 – Bleed the Freak

05 – I Can’t Remember

06 – Love, Hate, Love

07 – It Ain’t Like That

08 – Sunshine

09 – Put You Down 

10 – Confusion

11 – I Know Somethin’

12 – The Real Thing 

 

Formação:

Layne Staley – vocal

Jerry Cantrell – guitarra/ backing vocal

Mike Starr – baixo/ backing vocal

Sean Kinney – bateria