Resenhas

Vargen

Vargen

Avaliação

9.0

Nos últimos anos, o cantor e compositor sueco Vargen conquistou uma reputação por difundir sua música com mistério e emoções cruas. Reconhecido por suas interpretações aclamadas das músicas de Bob Dylan em sueco e inglês, além de suas abordagens únicas às obras do poeta sueco Dan Anderson, Vargen agora dá um passo além das interpretações para apresentar um álbum autointitulado, “Vargen”. Com nove faixas cativantes, Vargen revela sua capacidade aguçada de capturar e transmitir emoções de maneira musical, mantendo-se afiado e poderoso como sempre.

Originário do domínio do rock e punk, Vargen (“Lobo” em Suéco) é um artista cuja inspiração para o álbum surge da colisão ou combinação de pessoas, momentos e lugares reais ou imaginários. O músico explora o processo criativo, onde sonhos persistentes, memórias em constante transformação e ficção pura se entrelaçam para dar vida às composições.

O som de Vargen é um mergulho no “old pop”, rock e folk, uma fusão única de elementos pop e rock, com o piano desempenhando um papel central. Os acordes distintos do piano frequentemente marcam a introdução, estabelecendo uma base melódica característica. A instrumentação, que inclui piano, guitarra, bateria e, ocasionalmente, elementos orquestrais, cria uma textura musical rica e envolvente.

Destacando-se, “Easter Soul” é uma obra que mescla folk e rock, seguindo a tradição de Bob Dylan. Guitarras acústicas, slides e autenticidade rústica permeiam a composição, enquanto os vocais de Vargen, raves e distintivos, ecoam a expressividade emocional característica de Dylan.

O álbum oferece uma montanha-russa musical, passando por momentos como a cativante “Mindy Morning”, a misteriosa “A Midnight Dreary” e a participação especial do lendário guitarrista sueco Jojje Wadenius em “Them Cats”. Cada faixa é uma peça única, encaixando-se no quebra-cabeça emocional construído por Vargen.

“Like A Bird Of Prey”, revela a destreza musical única de Vargen. Inspirada por Elton John, a faixa é uma sinfonia etérea que mescla elementos do marcante do piano presente em toda faixa. A instrumentação, rica e expansiva, cria uma atmosfera de liberdade, enquanto a voz de Vargen paira sobre a melodia .

“Bullfihter” mergulha os ouvintes em uma experiência melancólica e contemplativa. A Faixa é construída sobre uma atmosfera lúgubre e misteriosa, delicada e brutal que criam uma paisagem sonora sádica e horripilante, que logo toma uma forma resoluta e intensa, como o despertar a um novo mundo. A voz de Vargen, com sua qualidade distintiva e emocional, narra tudo isso de forma sutil.

“The Bitch In Me” é uma peça de Southern Rock autêntica. A guitarra blueseira envolvente acompanha uma bateria compassada que cria um clima rock n Roll, que nos refrões deságua em um pop. A canção captura uma explosão de energia, com uma fusão de elementos, de atitude rebelde, refletindo a diversidade musical de Vargen.

“Toxicon” é uma experiência alegre, inspirada pelo lounge, que cria uma atmosfera de elegância descontraída. A música transmite a sensação de desfilar pela passarela da vida, destacando-se pela fusão harmoniosa de elementos sonoros, irônicos, talvez, mas genial. “Tar & Feathers” apresenta uma atmosfera piano-melancólica, a faixa apesar de carregar esse forte aspecto, seus acordes são otimistas e transmitem uma perseverança e crescença, explorando essa perspectiva otimista e saudosista.

Vargen é uma jornada auditiva única e cada faixa é uma página do seu diário musical. Uma chamada irresistível para os ouvintes explorarem emoções e uma experiência sonora única e muito propícia, deste álbum que transcende fronteiras e oferece uma autêntica experiência musical.